capítulo 2

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O dia estava nublado, e meu olhar estava fixado nas enormes janelas do refeitório. As melhores lembranças que tive com meu pai, vieram para me fazer desanimar. Todos estavam tão empolgados, com são Valentim.

Todo o ano, nossa escola faz uma brincadeira, quem  ganhar mais rosas ganha pontos curriculares.
Sempre achei sem graça isto, aliás quem iria ganhar tantas flores assim?

— ganhei uma rosa, sabe de quem?

— deixa eu adivinhar, Alex?

— não, Alycia a onde está sua cabeça? Ei olha para mim

— não, enche Margo. Vai diz logo de quem ganhou

— do Enzo

— o jogador de basquete? Mas ele namora não? - ergo a sobrancelha

— vai fazer um mês, que ele está solteiro, ui ui

— para de se iludir — reviro os olhos

— então, como está minha namorada linda? Dormiu bem amor? Trouxe duas rosas, e seu chocolate favorito

— obrigado, por que duas rosas? — ergui mais a sobrancelha — não quero ficar popular, aliás dormi super bem, mas você não tem treino hoje?

— trouxa duas, por que amo muito você — Andrew me beija na bochecha — o treinador liberou todos hoje, por ser são Valentim. Graças a Deus. Sendo assim fico livre para você, pela tarde — sorri malicioso

— eu vou ajudar a mamãe, a floricultura anda movimentada, foi mal, amor

Ele sempre faz essa cara de cachorro abandonado. o que faço? Já sei

— passa mais tarde, lá em casa — disse e já fui puxando Margo pelo moletom

— tudo bem, levo alguma coisa?

— não precisa, vai arrumado só — sorri

(.....)

— por que, nunca sou convidada?

— por que, é são Valentim e você deve ter alguém para dar uns pegas, não tem? — sorri colocando meus cadernos na mesa

A professora, não havia chegado ainda. Era aula de pintura, teríamos que desenhar uma garota, que estava nua em nossa frente. Margo conversava comigo, até que a professora chega e nos faz ficar quietas.

— bom dia turma, hoje vão ter que desenhar essa moça. Ela se chama Scarlett, quero todos os detalhes dela, não fiquem com vergonha de olhar um corpo nu.

Mas a Scarlett, morri de vergonha. Coitada dela

— que complicado, eu não sei desenhar, peitos — Margo comenta

— faz dois círculos — ri fraco com o olhar de Margo

— idiota, é uma pintura realista, não um desenho de palitinho — Margo se irritou

— calma, estressada

— cala a boca — bufou

A moça, estava quase deitada em um colchão com lençóis brancos. A professora, achou melhor não deixar a moça 100% sem as roupas. Por isso, deixou ela cobrir sua intimidade com o lençol. Pois alguns garotos começaram fazer brincadeiras e lamber os lábios. Me subia uma enorme raiva, pois era um trabalho, e não um filme pornô.

Idiotas, parece que nunca viram peitos, não?

— então turma? Estão prontos?

Muitos balançaram a cabeça em negação. Pois era complicado desenhar cada detalhe da moça. Meu desenho estava nos padrões, o corpo todo da moça e rosto, estavam perfeitamente iguais. Seu corpo era fácil de desenhar, a mesma era magra, cabelos até os ombros, um castanho claro. O rosto com poucas sardas, os olhos negros, lábios finos, cintura fina. A mesma era uma obra de arte, sem ao menos ter que desenhar.

A fronteira não nos impedeOnde histórias criam vida. Descubra agora