Chapter 5

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"Só há uma coisa mais preciosa que o nosso tempo: a pessoa com quem o passamos."

- Leo Christopher

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Arturo tinha conexões com todas as pessoas certas. Ou todas as erradas, na opinião de Louis. E ele amava fazer uso destas conexões, especialmente quando elas o faziam passar uma boa impressão para Harry.

A New York Fashion Week era em fevereiro, mas Louis não sabia disso até Harry ter tocado no assunto um mês atrás. Ele o fez naquele jeito tagarela com que explicava a maioria das coisas, e houve um tempo em que Louis achava aquilo adorável. Naquele momento, era irritante. Harry se recusava em ir direto ao ponto, provavelmente porque era algo que ele sabia que Louis não iria gostar.

E ele estava certo.

Art dera um jeito de integrar Harry ao time de fotógrafos para a Harper's Bazaar. Isso significava que ele teria que viajar com pelo menos um mês de antecedência. Harry viajara a trabalho outras vezes, mas nunca por um mês inteiro e nunca com Art. E isso mudava tudo.

Então eles discutiram sobre isso (porque é claro que discutiriam). Em seguida, fizeram as pazes com sexo. Eles esqueceram ou fingiram esquecer o assunto.

Talvez esse tivesse sido o verdadeiro começo do fim. Não foi a exposição de arte de Harry e não foi Louis indo embora dela. O cronômetro havia sido acionado no minuto em que Harry estava destinado a Nova York. Tudo a partir de então foi simplesmente a montagem do declínio dos dois.

Como era de se esperar, Harry não voltou para casa após sua exposição ter se encerrado. Alguns dias se passaram e Louis realmente gostou do silêncio. Ele sentiu que poderia respirar novamente. Não deveria ser assim com alguém que se ama. Ele sabia disso, mas as implicações eram muito assustadoras para serem analisadas agora.

Ele só queria comer uma boa tigela de cereal antes do trabalho.

Então a fechadura da porta da frente fez barulho. Ela abriu lentamente e Harry surgiu ali, as bochechas vermelhas do frio. Ele não viu Louis de primeira, ocupado demais em voltar ao corredor para buscar seu tripé. Quando ele se endireitou, finalmente, seus olhos se encontraram.

Harry desviou o olhar. Ele colocou a mochila e o tripé no chão e a câmera na mesinha ao lado da porta. Ele tirou o chapéu e passou os dedos pelo cabelo curto. Então ele olhou para Louis outra vez.

"Oi."

Louis repousou a tigela de cereal na mesinha de centro. "Oi."

"A gente pode conversar?" Harry perguntou.

"Tenho que ir trabalhar daqui a pouco," Louis disse. "Mas, é, vamos conversar."

Harry se aventurou para perto, parecendo estar andando sobre a prancha de um navio. Ele enfiou a mão no bolso de sua jaqueta de couro e tirou dali uma caixinha azul escuro. Com uma mão trêmula, ele colocou a caixinha sobre a mesa. O coração de Louis veio parar no estômago.

"Não era assim que eu queria fazer isso," Harry começou, olhando para os seus pés enquanto falava. "Não era isso que eu tinha planejado, mas eu também não tinha imaginado a gente assim. Você mal olha nos meus olhos mais. Raramente me toca. Às vezes eu realmente acho que você me odeia e eu não sei como chegamos a esse ponto."

De primeira, Louis queria descartar tal noção como um absurdo, mas ele percebeu ter sentido o mesmo – que eles haviam passado a se odiar num outro nível, o que não explicava o que ele achava estar acontecendo agora.

"Eu não quero te perder," Harry disse. "Não consigo imaginar minha vida sem você, mesmo agora quando tudo está uma bagunça. Eu ainda quero as mesmas coisas sobre as quais costumávamos conversar. Uma família. Animais de estimação. Mas antes de tudo, um casamento."

the impossible now ➸ portuguese version (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora