Já tem um tempo que sigo com a sensação de que esqueci alguma coisa, mas o que pode ser?
Espreguiço-me. - Finalmente é sexta-feira! E terminei meu trabalho por hoje. - Disse num alívio tremendo.
Arrumava minhas coisas para sair do trabalho chato de secretário executivo. Apesar do ótimo salário, eu sempre achava muito entediante receber todas as ligações do meu chefe, Yui Tamura. Ele geralmente deixava muita gente puta, e eles descontavam em mim. Isso me cansava demais, então resolvi pedir para sair do trabalho mais cedo, obviamente meu chefe reclamou, mas logo permitiu minha folga hoje.
Passo meu cartão na saída para liberar minha passagem.
Eu sempre fui atraído por coisas perigosas, por isso não tenho mais carteira de motorista. Sempre pisava no acelerador pra sentir o perigo. Depois de tantas multas por velocidade, me tiraram a habilitação... agora nada poderia me animar... nada era perigoso pra mim.
Enquanto andava pela rua vejo um parque abandonado. Ele ficava em um lugar um tanto desertico e sombrio da cidade, era perto de alguns prédios velhos e pichados com palavras horríveis.
"As pessoas normalmente evitam lugares assim por ser perigoso..."
O perigo me excitava bastante, então eu entro no parque. Ele era muito escuro, iluminado apenas com a luz da lua.
"Estando tão sozinho aqui... eu poderia ser roubado ou assassinado... ou estuprado..."
Coço minha nuca e sento em um banco qualquer.
"Aqui é tão perigoso... estou tão entediado, que poderia nem me importar com o que acontecesse comigo aqui."
- E ai...? - Ouço alguém falar do meu lado.
Olho para a pessoa no mesmo instante. Minha primeira reação fora surpreender-me com seu cabelo rosado e lindo. Contudo algo que me incomodava era ser noite e ele usar óculos escuros.
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- Esta fazendo uma cara de cansado enorme... Como foi seu horrível dia? Aposto que está menos horrível agora que eu cheguei. - Sorriu puxando um maço de cigarro do bolso.
Franzo o cenho.
"Quando ele sentou aqui? Eu não ouvi passos..."
- Tem fogo?
Bufo olhando para o rosado.
"Se ele for meu assassino, preferiria que não fosse amigável assim..."
- Que foi? Não ta me reconhecendo? - Perguntou.
Assinto. - Eu não faço a mínima de ideia de quem seja você! - Falo pegando meu isqueiro e o acendendo. Coloco próximo à ponta do cigarro do garoto que eu simplesmente nunca percebi sua presença pelo meu bairro.
