prólogo

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21 de abril de 2015

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21 de abril de 2015

Dezessete segundos é o que você e eu temos de diferença de idade, Delilah. Desde que éramos criança, estivemos destinados a proteger um ao outro. Você sabe que muitas vezes senti que Deus havia nos abandonado, largado nossas vidas na mão de um psicopata e que duas crianças inocentes pagavam pelos pecados de outra pessoa.

Não importava quantas vezes tentasse entender nosso pai, ainda não conseguia encontrar justificativas para as escolhas que ele fazia. Na primeira vez que o vimos agredir nossa mãe, mesmo que tenha sido só um tapa de nada, como ele costumava dizer, foi o ápice para que nós dois finalmente entendêssemos a que par estava nossa situação. A vida por nenhum segundo foi justa com a gente, não é?

Sou dezessete segundos mais velho que você e não sei porque merda é sempre você quem me protege. Sei que seu relacionamento com Bryan é algum tipo de escape, que você sequer gosta dele de verdade. Ele é o garoto que supre toda a carência que tem no seu coração. Só espero que você perceba à tempo, porque eu sei disso, porque te conheço. Toda aquela baboseira de gêmeos é verdade. Você não tem brilho nos olhos. Você só se agarra a ele como um bote salva-vidas. E não estou dizendo isso porque senti algo parecido como amor por Bryan. Não, seu namorado é incrível, sim. Mas cacete, Delilah, você não o ama. Entenda isso antes que seja tarde demais, tá?

Mas não estou te escrevendo essa carta para falar sobre Bryan. Estou aqui para falar sobre nós.

Seria muito piegas se dissesse: se está lendo essa carta significa que estou morto?

Definitivamente, este é o caso. São quase dez da noite e consigo ouvir o som da sua tevê ligada no quarto ao lado. Te escrevo essa carta, mas tem uma grande chance de você nunca encontrá-la ou até mesmo de não ser necessário. Mas se este for o caso, significa que mudei de ideia e que nada de ruim aconteceu comigo. Dizem que as pessoas escrevem esse tipo de carta com a intenção de despedir, no meu caso, só estou escrevendo a você porque gostaria de te contar umas coisas que ainda não sabe.

Estou um pouco nervoso, mas lá vai:

Não é segredo para ninguém que nos últimos meses nos distanciamos, e, puta merda Lilah, não era exatamente isso que eu queria. Mas, sei lá, chegou num nível onde não sentia mais vontade de estar tão preso à você. E não significa que deixei de te amar. Não. Seria impossível. Sei que muitas vezes você sente que está me perdendo para Mackenzie e Effy, mas não consigo imaginar alguém que eu possa amar mais do que amo você. Então se em algum momento sentiu que você significava menos que meu tudo, eu lamento, porque provavelmente é minha culpa. Escondo coisas de você, mas não é por mal. Confidenciei minha sexualidade à Mackenzie, mas não como um ato de protesto ou só para esfregar na sua cara que tenho outra pessoa em quem confiar.

É que durante toda a minha vida sinto que estive buscando ser o melhor exemplo de força e superação para você. O peso de ser dezessete segundos mais velho fez toda a diferença nos meus esforços e durante os meus catorze anos vida, tenho tentado demais ser o melhor irmão do mundo. Está mais do que na cara que não consegui te proteger, afinal nosso pai conseguiu engalfinhar suas garras tóxicas no seu coração, te transformando numa garota insegura e carente, às vezes, obcecada e possessiva.

Você tem medo do abandono.

Tem medo de ficar sozinha.

Por causa da personalidade dele, não se acha digna do amor de ninguém.

Mas você está enganada mais uma vez. Você não só é digna do amor, como o merece. Mais que qualquer pessoa que eu conheça, Lilah. Quero te ver feliz, independente do lugar onde eu esteja, quero que saiba que não há nada nesse mundo que eu deseje mais que a sua liberdade.

É aqui que entra uma coisa mais louca ainda e espero que não me odeie por ter escondido mais uma coisa de você, só não queria uma nova carga em seus ombros. Mas se eu não estiver mais aqui, cabe a você continuar o que comecei.

Meses atrás comecei a pensar que se descobrisse mais sobre nosso pai, poderíamos viver uma vida de compreensão. Você sabe, quando alguém passa por momentos difíceis e precisa de todo o apoio que a família puder lhe dar. Fiquei imaginando que talvez houvesse uma explicação para as ações dele.

Por que é tão obcecado por política e poder? Por que essa necessidade de estar no comando de Humperville?

Delilah, para mim eram perguntas sem nenhuma resposta e não conseguia mais pregar os olhos.

Acha que papai me bateu por que descobriu que eu era gay?

Não.

Ele me bateu porque descobri seu segredo.


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