Colega de quarto.

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Faculdade, a palavra que basicamente disfarça outras quatro: festa, drogas, bebidas e sexo.

Não que todos na faculdade fossem assim, mas a maioria são, e Laura faz parte dessa maioria, ao menos a maioria que vai a festas e bebe. Mas sabe se impor limites, como também sabe que se seus pais pagam a faculdade é porque ela deve terminar seu curso de literatura.

Laura estacionou sua moto no estacionamento da faculdade e desceu, respirou fundo e andou ate a porta principal, ela conseguia ouvir os sussuros das pessoas que estavam a no mínimo uns 5 métros de distância dela, ela sempre teve uma boa audição, e a longo dos 17 anos ela foi aprimorando também seus outros sentidos, como visão, oufato, paladar e tato. Ela não sabia o porque disso, apenas sabia que era diferente e por isso sempre teve poucos amigos, mas os que tinha era suficiente.

LaFontaine e Perry eram suas duas melhores amigas, Perry era mais pé no chão e sensata, LaFontaine era mais... no mundo dela, mas não deixava de dar bons conselhos, da maneira que podia sempre se manteve presente para Perry e Laura.

Laura se dirigiu para orientação e pegou seus horários e o número de seu quarto. Olhou atentamente para a Reitora e se sentiu intimidada, a Reitora apesar de seu rosto e postura intimidante sorriu amigavelmente para Laura, mas Laura sentiu uma sensação de perigo, então sorriu tímida e seguiu para seu quarto.

Como esperado, o quarto estava vazio, ela não precisou se preocupar com o fato de dividir o quarto com alguém pois a Reitora disse que ela não teria colega de quarto, ela se aliviou com isso porque por mais que ela achasse super legal dividir o quarto com outra menina, ela tinha medo de ser companheira de quarto de uma garota estranha e arrogante. Então não ficou feliz mas também não deu muita importância pra isso.

Ajeitou suas coisas, suas roupas no armário, seus livros na estante, seu notebook na escrivania e quando terminou olhou o quarto atentamente, ainda não havia parado para reparar nos detalhes, e só agora percebeu que as paredes eram pintadas de um azul bebê o chão era comberto por um tapete aveludado cinza. O banheiro ficava no lado esquerdo do quarto, perto da cama dela e no lado direito perto da outra cama ficava a pia, e um armário para comidas pequeno e uma geladeira também pequena. Não era muita coisa mas era aconchegante.

Ela sorriu, finalmente estava na faculdade, viveria todo aquele mundo de festa e bebida, e estudos. Ela suspira e deita em sua cama, olhando pra outra cama se perguntou se ela teria uma colega de quarto ou se ficaria com o quarto só pra ela, por um momento se permitiu focar na primeira opição e achou a melhor dentre as duas. Por um momento apenas, pois logo após uma garota entrou no quarto, abrindo a porta com tudo e jogando suas coisas na cama dela, deixou a jaqueta na cadeira da escrivania e se jogou na cama.

- Oi? – Laura chamou a atenção dela. – Quem é você e o que ta fazendo aqui?

- Carmilla. E sou sua nova colega de quarto, achei que tivesse percebido. – arrogante.

- Eu já tenho uma colega de quarto. – mentiu, só não queria uma colega arrogante.

- Sendo assim, eu fico aqui até ela chegar, o que pelo meu ver vai demorar, se vier. – disse e começou a guardar sua roupas no armário.

Carmilla aparentava ter uns 19 anos, ela usava uma maquiagem que destacava os olhos, uma calça preta de couro colada que realçava suas curvas, uma camiseta que aparecia sua barriga definida, e uma munhequeira preta com algumas pulseiras no braço esquerdo. Seus cabelos eram de um preto ondulado que tocavam um pouco abaixo de seus ombros. Quando Laura se tocou que estava olhando tempo demais a garota, ela corou e virou o rosto mas percebeu que agora quem esta sendo admirada era ela, que estava com um shorts consideravelmente curto, e uma camisa branca, com um sinto na barriga. Seus cabelos loiros escuros e lisos estavam casuais, com sua franja presa atrás da orelha, mas ela não estava feia, ela sabia disso e Carmilla também.

- Você tem um cheiro incomum. – Laura deixou escapar, para acabar com aquele clima estranho e aprovação pelo o qual estava passando. – Não que eu fique cheirando as pessoas ou algo do tipo. – tentou se explicar.

- Você fede a cachorro. – Carmilla rebateu, e a encarou confusa e desconfiada.

- E você fede a gato. – Laura disse irritada e bufou. – Isso não foi um elogio, acredite, eu não gosto de gatos.

Carmilla achou adorável a maneira como a garota se irritava fácil, mas continuou inexpressiva e voltou a arrumar algumas coisas no se lado do armário. Quando terminou pegou sua mochila e sua jaqueta, e saiu do quarto.

Carmilla pensava em como era cômico Laura achar que ela fedia a gato, e se deixou sorrir por um segundo, logo pensou em uma possibilidade que não poderia ser verdade, mas que faria todo o sentido ao considerar que a Reitora tenha a colocado no mesmo quarto de Laura e pediu para ficar de olho nela.

Laura em seu quarto agora estava pensativa, pensou no motivo de ter achado o cheiro de Carmilla diferente, e porque seus sentidos eram tão aguçados. Essa pergunta sempre passava por sua cabeça mas ela nunca se preocupou, pois quando perguntou para seu pai o motivo disso ele apenas respondeu e sua mãe também tinha os mesmo sentidos aguçado da filha e que era normal na família dela.

Laura suspirou, pensando em como seria difícil a convivencia com Carmilla, ela mal a conhecia, afinal só ficou perto dela alguns instantes mas já pode perceber que sua companheira de quarto era arrogante, e irritantemente despreocupada. Laura sempre foi muito boa com primeiras impressões, ao longo de seus 17 anos nunca se enganou, e pensou que agora não seira diferente. Colocou seu all star e foi em direção ao quarto de LaFontaine e Perry, conversar e matar a saudade das férias.

CarmillaOnde histórias criam vida. Descubra agora