Now or Later. - Taekook / Vkook

Chapter 2

A situação na mansão Jeon não era das melhores, não desde a morte de Martta Castileo, ex uma modelo Italiana, esposa de Sr.Jeon Kwan um governador muito adorado pelo povo, e mãe do jovem Jeon Jeongguk.
Dois anos antes de sua morte, a mulher de mais ou menos 40 anos foi diagnosticada com câncer no fígado, o tumor já estava avançado quando foi descoberto, mas de qualquer forma, ela lutaria contra isso.
Foram gastos milhares de dólares em tratamento nesses dois anos, ela ia bem, sua família era um pilar, o ótimo marido, cuidava dela e a apoiava, mesmo que a doença tenha deixado rastros em seu corpo antes perfeito, e seu filho não era diferente, sempre estando ao seu lado para tudo.
Os três eram algum tipo de família perfeita, sem rachaduras, exatamente como se mostravam ser para a imprensa ou no porta retrato.
O casal, Martta e Kwan se conheceram quando muito jovens, com dezoito anos em um dos primeiros desfiles dela, onde Kwan ia só para acompanhar a mãe já muito idosa. Pelo o que falam, foi amor a primeira vista, ambos sentiram algo forte quando se viram, ela na passarela, e ele ao lado de sua mãe.
Assim que atingiram vinte e um anos, após longos três anos de namoro, eles resolveram se casar, porém pouca coisa mudou, ela continuava ser a mesma modelo, agora claro com fama, e ele, assumia o cargo de seu pai na política do país.
As coisas ficaram ainda mais belas com a chegada do jovem Jungkook um ano após o casamento, quando o casal se sentiu completo.
O jovem Jeon sempre fora tão feliz quanto os pais, ele não tinha do que reclamar, sempre amado pela família, e por todos a sua volta. Era um ótimo aluno, com dom para artes, porém que aceitava de bom grado o futuro cargo na política, sempre se deu bem em esportes, era popular em seu colégio, e tinha até mesmo uma namorada, Jihyo, eram felizes juntos e se amavam tanto quanto seus pais quando eram jovens.
Mesmo com a descoberta da doença, a família não se deixou abalar, até os últimos seis meses de vida da ex modelo, quando vida dos Jeon´s virou-se de cabeça para baixo, e Martta descobriu coisas que jamais poderia imaginar sobre seu marido perfeito.
Como? Ninguém sabe, só se tem a certeza de que, a decepção com o amor de sua vida foi tão grande que ela não reconhecia mais o homem com quem dividia a vida, e isso trouxe a depressão, e assim, o câncer tomou conta de si, e ela se deixou levar.
O que ela descobriu? Kwan, na verdade não passava de um mentiroso. Ele traía sua esposa com várias mulheres, não garotas de programa, sim mulheres com quem mantinha uma relação séria, mas isso não era o pior, nem a ponta do Iceberg.
Era um ladrão, dos piores, um político de lixo, roubava e desviava dinheiro da população, por isso eram tão ricos, roubava dos mais pobres, produzia documentos falsos, a mulher viu coisas de se enojar, jamais imaginaria que seu "homem perfeito", pudesse ser tão podre assim.
Ela não deixaria que isso continuasse, por isso, ante de morrer o denunciou, mas nunca disse nada ao seu filho, pois ela sabia que a dor da perda seria grande, não queria que ele também se decepcionasse com o pai.
A notícia da denúncia veio como uma bomba, revirando mais ainda o que tinha restado daquela família. Jungkook, que estava arrasado com a morte da mãe, nem se deu o trabalho de ouvir quando sua namorada foi contar sobre as notícias do pai, não acreditaria nunca, isso até o primeiro mês de investigação, quando as coisas começaram a ficar mais sérias, e finalmente tomou coragem para falar com seu velho, que tentou se explicar, porém, ele viu nos olhos do homem que tudo era verdade, não tinha desculpas.
Essa decepção, junto a morte de sua mãe, fez algo mudar no jovem Jeon, ele perdeu algum tipo de brilho em si. Cada vez menos frequentava a escola, fazia arte, praticava esportes, ou via seus amigos ou namorada, ficava trancado em seu quarto, enquanto seu pai passava os dias junto a um advogado, arranjando algum jeito de dar a volta por cima, mesmo sabendo que era impossível.
Em meses ele se viu sem nada, quando tentou voltar a frequentar as aulas, recebeu um grande fora de Jihyo, que agora estava com um de seus "melhores amigos", Mark, e nem espaço a mesa do almoço o garoto tinha direito, se encontrava sozinho, com tudo o que conhecia sendo arrancado de si, a única coisa que o restou de uma vida perfeita, foram os bens materiais, e as lembranças.

Agora, ele e Kwan estavam juntos na enorme sala de estar. O pai esparramado no sofá, com um palitó desajeitado e uma gravata frouxa, já sem unhas e com uma terrível dor de cabeça. Já o menino, encolhido numa poltrona, folheando as páginas de um livro velho, que já lera dezenas de vezes, o preferido de sua mãe, um suspense.
Hoje sairia a sentença de seu pai, que no fundo, todos ali sabiam qual era, mas a esperança é sempre a última que morre.
Tudo seria reproduzido na televisão, ao vivo para todo país, uma votação de trinta cargos políticos, divididos entre "Sim" ou "Não".
Se Jeon Kwan deve continuar na política, ou se Kwan deve ser afastado e sofrer uma pena.
Assim que a votação começou os Jeon´s trocaram olhares, o mais novo sussurrou para seu pai:

— Tudo vai ficar bem, o certo será feito, nos basta ter força.

— Tudo vai ficar bem.-Seu pai disse no mesmo tom, e suspirou pesado, com pesar pela mágoa que causou para o filho.

Mas o pobre Senhor Kwan não fez tudo isso por mal, claro que ninguém pode passar a mão na cabeça dele, mas não faz nada de diferente do que seu pai fez anteriormente.
O homem só queria garantir uma boa vida para sua família, sem depender só do salário de modelo de sua esposa, e da herança deixada pelos seus pais, queria dar um bom estudo e um bom futuro para seu filho, sem obriga-lo a seguir a carreira de político, sabendo de sua paixão pela arte.
Queria dar a vida que sua amada esposa merecia e desejava, fez tudo de errado apenas para proteger as pessoas que amava, para dar uma vida perfeita a sua família perfeita. Claro que existem coisas sem explicações, as traições por exemplo, não se tem dúvidas que Kwan amava Martta, até o seu último suspiro, e se sente culpado pela sua morte, mas agora, apenas ia pagar pelo seu feito.
A votação começou empatada, dois para sim e dois para não, mas em seguida, os votos foram indo para a direção que todos sabiam que ia tomar, e em questão de meia hora, Kwan foi definitivamente afastado da política, mas graças ao seu ótimo advogado não será preso, porém perdeu tudo, perdeu todos seus bens, e até mesmo sua mansão.

—Por favor filho... Me perdoe por isso... Eu não queria, fiz tudo para poder dar a vida que sua mãe e você mereciam...-O homem já estava entre lágrimas, mas seu filho apenas se virou, sorrindo apenas com os lábios, nos olhos, o mesmo olhar triste que se apoderou do menino a meses, e suspirou antes de dizer.

—O justo foi feito, não há mais o que fazer, vamos apenas aceitar e arrumar as coisas. -Jungkook sempre foi maduro para um garoto de dezessete anos, ainda mais agora que estava apoiando o pai, esquecendo por completo toda sua dor.

— Eu te amo filho.-O velho o apertou num abraço, e a única coisa que o jovem pôde fazer foi assentir, sabendo que seria uma longa noite.

No dia seguinte, Jungkook e seu pai tinham de estar de malas prontas, foram despejados, tratados como lixo, postos a rua com somente as tralhas em mãos, porém, como Kwan sabia que isso poderia acontecer, pediu abrigo para sua irmã, que vive numa pequena e pacata cidade do interior, pouco conhecida, Gurft.
Jeon Kwan nasceu e cresceu lá, mas foi embora com quatorze anos, quando seu pai assumiu cargo na politica, a única que quis ficar foi sua irmã mais velha, que na época tinha 20 anos e namorava um menino qualquer, que dois anos depois a deixou, mas orgulhosa, jamais se rendeu a tentação de ir com a família para a cidade, continuando com sua vida simples, que agora voltaria de ser a vida de seu irmão mais novo, e seria a nova vida de seu sobrinho.