Querido, estou sempre segurando as coisas.
Antes que elas se estraçalhem no chão
meus dedos sempre as mantém longo do fim.
As vezes me contorço com esforço
Porque estão muito atrás de mim
ou já quase tocando o piso
Mas sempre as agarro antes de ouvir o baque ou estilhaço.
Acho que meus ouvidos nunca ouviram
nenhum som de quebrado
Porque ainda me estico
ainda me alongo
ainda me esforço
me faço maior que eu
Minhas mãos vão antes mesmo que
minha boca se curve tremula
ou meus olhos pisquem para se derramar.
As coisas seguras.
Meu peito completamente concretizado
e meu corpo inteiramente dolorido.
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Notas mentais para não esquecer
PoetrySobre as palavras não ditas e as vontades não realizadas. Ou vez ou outra sobre coisas realizadas e palavras postas sobre a mes. Um copilado de escritos e subcartas.