Capítulo 2- Deu tudo errado

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  Levantei-me do sofá e respirei fundo dando um sorrisinho de felicidade, Cristian me esperava então segui pelos corredores tentando desviar da multidão para encontrar o quarto do Alexandre.  Assim que encontrei, notei a porta entreaberta e achei estranho, mas entrei mesmo assim e acendi a luz pelo quarto escuro.

— Oi — falei adentrando o quarto vazio. Passei as mãos pelos meus cabelos longos e castanhos claros para dá uma ajeitada.

   Cristian entrou logo depois e fechou a porta atrás de mim. Olhei para ele ficando um pouco vermelha, estava muito nervosa e tudo que queria era ter uma conversa legal e um beijo incrível com o garoto dos meus sonhos.

— Rafaela? — ele disse franzindo a testa. — O que faz aqui? — perguntou vestindo sua camisa vermelha que sinceramente tinha ficado espetacular naquele corpo.

— Eu vim ver você! — respondi rápido e abri um sorriso.

— O quê? — exclamou confuso. Ouvimos o barulho da maçaneta sendo trancada.

— A porta! — gritei e Cristian virou-se levando a mão na maçaneta tentando abrir, mas a porta havia sido totalmente trancada.

— Ei! — gritou — Abre isso aqui! — ficando irritado ele tentava empurrar a porta com o corpo e eu passei as mãos pelos cabelos tentando processar o que estava acontecendo e o que a gente iria fazer. 

— Ai minha nossa! — falei andando de um lado para o outro. — Quem será que fez isso?? — gesticulei preocupada.

— Abre logo!! — ele insistia. A música estava muito alta, era óbvio que quem tinha trancado nós dois ali tinha saído e provavelmente ninguém iria escutar.

— Cris! — exclamei tentando chamar sua atenção pois aquela tentativa de quebrar a porta seria inútil. 

— É Cristian! — Ele me corrigiu irritado e pela primeira vez naquela noite senti que teria um ataque de nervos. Olhei para o lado mordendo o lábio tentando não pensar em quebrar a cara perfeita dele. A última coisa que eu queria era estragar aquela noite com ele.

— Olha, Cristian, eu não quero atrapalhar sua relação com essa porta, mas caso ainda não tenha percebido, ninguém vai escutar! — esbravejei ficando irritada. Ele lançou um sorrisinho inconformado e olhou para mim.

— Alguma sugestão? 

— Esperar? — Olhei para ele e caminhei até a cama para sentar — Pelo menos até a gente ouvir alguma voz perto da porta — suspirei cansada.

— E o seu celular? — perguntou olhando para o telefone em minhas mãos.

— Desligou — mostrei a tela para ele, o que era verdade, mas Cristian não parecia convencido. 

— Posso ver? — ele veio até mim e pegou o aparelho da minha mão sem minha permissão.

— Acha que estou mentindo? — perguntei indignada.

— Hum, é verdade! — ele conferiu o celular e jogou em meu colo como se fosse um pedaço de lixo. Olhei para ele perplexa com sua atitude e revirei os olhos frustrada.

   Cristian começou a andar de um lado para o outro dentro do quarto feito barata tonta. Passei os próximos dez minutos pensando em como tinha caído naquela cilada e ele resolveu pendurar na janela gritando igual um louco um amigo na rua.

— CARLOS!!!! — berrou para o garoto que provavelmente nem iria escutá-lo. Bati minha mão na testa sentindo-me uma completa idiota por estar ali. — CARLOS!!! AQUI!! — agora ele estava igual um gorila na jaula fazendo barulho na janela e acenando. — O CARLOS, VIADO!! — Minha nossa, que mico! Pensei sentindo minhas pernas balançarem de nervoso.

Ano Descolado #wattys 2021🥇Onde histórias criam vida. Descubra agora