Visceral (Romance Gay)

Capítulo III

Cinco dias apos a volta de Harry a presidência da SCA, a mídia já estava eufórica noticiando, as possíveis movimentações de Harry. Mas diferente de outrora, agora ele estava mais reservado, recusou varias entrevistas e aumentou a sua segurança contra os paparazzis.

— Pelo amor de Deus Michael, não é tão difícil assim encontrar uma pessoa — disse ao telefone, se referindo sobre Taylor.

Apos ouvir a resposta negativa, desligou o telefone e levantou. Estava na sala que de volta era sua, mas ainda com a decoração que Brian havia feito. Harry resolveu não modificar nada, pois achava um desperdício de dinheiro da empresa por pouca coisa.

Os cinco primeiros dias de volta ao trabalho foram tumultoados. Brian havia modificado a forma de trabalho da empresa de uma maneira que ia completamente contra tudo que Harry e Louis haviam criado. Retirou os 40 minutos de descanso dos funcionários após o almoço,  medida que Harry havia colocado para melhorar a saúde dos funcionários. Demitiu toda e qualquer pessoa que não se adaptasse ao seu modo de comando e administração. Colocava os funcionários em constante vigilância por conta de horários.

Apos resolver a normalização da política de trabalho da empresa, Harry se voltou para a venda com o conglomerado Sul-coreano, analisou os documentos e percebeu que sua empresa estava começando a ameaça o grande setor oriental. Mas Harry em vez de comprar uma briga que talvez não poderia ganhar, e vender seu negócio estava fora de cogitação, decidiu fechar uma parceria com os orientais.

— Precisa ser muito imbecil para colocar um quadro gigante de si mesmo no escritório — Harry falou sozinho olhando para o lugar vago que antes havia um grande retrato de Brian.

Pegou sua mala de viagens e saiu em direção ao aeroporto, precisava chegar até Seul para as negociações. 

— O senhor vai de linha direta até seul? Ou quer que eu remarque em outra companhia?  — perguntou sua secretária o acompanhado até o elevador. 

— Selene, a SCA tem Oito linhas que vão para a Ásia. Imagino o qual negativo seria o presidente de uma companhia aérea, não voar nos seus próprios aviões? — Ele fez uma pergunta explicativa, e não esperava resposta dela.

— Ah sim senhor, nem pensei nisso.

— Sabe o que poderia fazer por mim? Atormente o Michael esses Três dias que eu estiver fora, faça com que ele encontre a senhorita Taylor — Ele disse tentando ser gentil. 

O elevador abriu e ele saiu em direção ao carro  que estava no estacionamento no subsolo do prédio.

Já na primeira classe do voo com destino a Seul, Harry sentou relaxando pela primeira vez desde que saiu da empresa. Adorava aviões e esse era  ambiente que lhe agradava.

— Oi, por favor — disse tocando em um comissário de bordo que falava com uma senhora a sua frente. 

O rapaz virou para ele irritado. 

— O senhor pode esperar eu atender ela? Obrigado — virou novamente para falar com a senhora. 

Harry riu da resposta do rapaz, que era um jovem oriental, com olhos castanhos profundos, pele alva e cabelo preto como uma noite de trevas. 

"Deve ser novo na empresa. Ou não me conhece ou quer ficar desempregado cedo" Harry pensou.

Assim que terminou de atender a senhora o jovem se dirigiu a Harry. 

— Pois não senhor em que posso ajuda-lo? 

— Qual seu nome? — Harry perguntou. 

— Jeon, em que posso ajudar? 

— Whisky?  Quero saber se vocês teriam whisky.

— Tudo bem, um instante — disse Jeon.

"Alcoólatra chato " pensou ao sair de perto de Harry.

Harry observou um momento estranho  em direção à Cabine, levantou e foi olhar. O jovem Jean tentou desfarçar, mas era nítido que suas colegas de trabalho o haviam avisado de quem se tratava o homem que ele acabara de atender.

— Está tudo bem aí?  — Harry questionou.

— Sim, senhor — respondeu uma das comissárias.

Harry voltou para seu lugar, esperou o seu whisky que foi entregue por outra pessoa. Raríssimas vezes conseguiu ver o jovem Jeon durante a viagem, mas por algum motivo o rosto de Jeon não saiu da cabeça de Harry.

— Onde está o comissário Jeon? — disse Harry pensando que não esqueceu o nome.

— Ele tá um pouco constrangido senhor e pediu desculpas —  respondeu a mulher. 

— Tudo bem — Harry disse sério propositalmente. 

O avião desembarcou as Onze da noite no Aeroporto Internacional de Seul. Harry desceu do avião com sua bagagem de bordo.

— Oi Alice, preciso que anote um nome para mim — falava andando para o centro do aeroporto — Jeon, eu não sei o resto. É um funcionário da companhia, quero que peça para o RH marca uma reunião com ele, eu mesmo farei a reunião.

Seguiu para o saguão de desembarque quando olhou o jovem Jeon e a equipe de bordo passar do seu lado. Olhou fixamente até que viu Jeon virar, olhar para ele e tentar disfarçar olhando para o lado.

Harry deu um leve sorriso, aquele jovem mexeu com ele de tal modo que conseguiu lhe arrancar algo que achava já haver perdido, um simples sorriso.