O Adultério

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Nunca me imaginei sendo o tipo de mulher que deseja o macho alheio, aquele que a dona põe em uma coleira e faz questão de exibi-lo como um trunfo pessoal, sendo aclamada pelas fêmeas que se rebaixaram a apenas admirar a conquista da alfa. Não, não me considero uma, mas sou determinada e obstinada a ter o que quero, embora temesse não ser retribuída, a pele de ébano e a estrutura física dele me enlouqueciam como nenhum outro foi capaz de fazer, porém eu era repelida pela aliança de ouro que ele usava, como um vampiro pela cruz e água benta.

Em várias noitadas eu era convidada a me juntar ao casal como a amiga inseparável da família do macho, não havia como negar que eu tinha plantado minha semente naquele lugar e ela crescia como erva daninha, empurrando os olhares positivos em minha direção, enquanto a dona do feroz, porém controlado tigre de ébano exibia um semblante insatisfeito com as próprias artimanhas e a inveja do que eu representava.

Eu era extremamente simpática, extrovertida e inteligente, meu corpo não era tão dotado quanto o dela, mas isso não me rebaixava, minha pele não podia combinar tão bem com a do macho quanto a sua, mas era de um bronzeado natural e eu tinha meus charmes mesclados a personalidade que usava com garra ao meu favor.

Em um evento patrocinado por um de meus amigos mais bem sucedido, convidei o macho de ébano, nunca havia sentido tanta ansiedade e excitação como naquela noite, onde eu me enfeitara e usara até mesmo um desodorante íntimo enquanto andava rebolando com uma minúscula calcinha de renda por baixo do vestido gracioso rosê, frente única com a saia de tecido leve.

Ele chegou, em meio as luzes acentuadas do evento íntimo, pela primeira vez o vi livre, não tinha acreditado até procurar a sua coleira no dedo anelar e lá havia apenas uma marca do que ela representara na sua vida. Elegante e sofisticada, me encaminhei em sua direção, enquanto meus cachos rebeldes pesados iam fazendo cócegas nas minhas costas expostas e nunca me senti tão irresistível.

Seu olhar deslizou lânguido pelos meus lábios até chegar aos meus seios, fazendo uma carícia sutil e continuaram me lambendo até os quadris, vasculhando em mim algo que me protegesse de seu ataque. Seu sorriso que pouco se mostrava, ocupou seus lábios e minhas pernas fraquejaram, parei a poucos centímetros de seu corpo quente naquele smoking deliciosamente moldado e beijei o canto de seus lábios.

Aquele choque suave que percorreu minhas terminações nervosas me fizeram ter arrepios, ele pousou a mão em minhas costas expostas, desceu até os meus quadris e permaneceu assim durante o evento, fazendo carícias sutis e me dando olhares furtivos e cálidos. Conversamos com gerentes de filiais, CEOs e empreendedores iniciantes enquanto tomavamos várias taças de champanhe, as bolhas irritavam meu nariz, mas desciam pela minha garganta dançando no meu paladar.

A última conversa havia me deixado entediada e eu não via a hora de poder me deitar com o homem poderoso que me acompanhava pelo salão, desabei em uma cadeira e dei a ele um sorriso cansado.

"Deveríamos encerrar a noite agora. Não aguento mais falar com nenhum desses homens." Digo e cruzo as pernas gesticulando com uma das mãos, apoio lentamente meu cotovelo sobre a mesa e mordo o lábio.

"Foi um convite para que eu me retire?" Seus olhos castanhos brilhavam com algum tipo de malícia que eu nunca vira antes.

"Um convite para você me levar até em casa, com certeza." Digo e dou uma risada leve, apoio meu queixo na mão que está próxima ao meu rosto, minha mão livre desliza até sua coxa por baixo da mesa. Ele me lança um daqueles sorrisos dignos de contemplação e sinto molhar a calcinha, sua mão captura a minha que acariciava sua coxa firme e a distancia.

"Lhe faço esse favor." Ele pisca para mim e se levanta oferecendo-me sua mão, minha mente por um instante para e calcula meus atos, será que ele não sentia nada por mim a ponto de afastar minha mão? Será que eu era apenas a amiga da família e não uma mulher pela qual ele poderia se sentir inegavelmente atraído?

A brisa gelada fez a saia do meu vestido dançar sobre minhas coxas, arrependi-me de ter usado algo tão suave, embora a ocasião não fosse uma das melhores para se atacar o macho. Arrepiada até os últimos fios do cabelo, entrei em seu carro, com minha expressão de desgosto estampada sem pudor.

"O que houve?" Ele me perguntou.

"Não conquistei o que queria esta noite." Soltei propositalmente, haveria mais uma chance?

"Qual o seu alvo?" Mal reparei que havíamos estacionado a algumas quadras de meu apartamento, a rua sem saída estava deserta, a noite chiava com os grilhos e eu o encarei.

"Você." Sorri ainda o olhando recebi de volta aqueles dentes perfeitos sendo iluminados apenas pelo painel do carro.

"Será que não foi o contrário?" Ele se aproxima, noto que já está sem o blazer e alguns botões abertos de sua blusa social. Coloco as mãos no cinto de segurança e o tiro.

"Você também tinha um objetivo esta noite?" Meu lábio tremeu com a sua aproximação, sua mão deslizou pela minha coxa e eu senti seus dedos roçarem na minúscula calcinha, não consegui desviar os olhos dos seus.

"Vim buscá-la." Seus dedos invadem o tecido, rasgam com facilidade aquele pedaço de pano inútil e ele acaricia meu clitóris. Tremo com aquele toque sutil e seus lábios encontram os meus, como se fosse possível me derreti, trasnformei-me em lava liquida sob seus lábios e seus dedos habilidosos que rapidamente se enfiaram para dentro de mim em um vai e vem entorpecente.

Levo minha mão a minha nuca, soltando o botão único que prendia a parte da frente do vestido que cai sobre meu colo, nos afastamos por um momento e seus olhos seguem queimando até meus seios. Ele me puxa e rapidamente vou parar sentada em seu colo com a respiração ofegante, ele inclina o banco para trás com rapidez e sinto seu membro me cutucar, está tão duro que sinto como se estivesse me invadindo mesmo por dentro da calça.

Ele lambe e morde meus seios faminto, abro bruscamente os botões de sua blusa e ele se inclina pra frente enquanto me ajuda a livra-lo do tecido, roupas só atrapalham. Ele aperta minha bunda e marca minha pele com fúria, não consigo evitar os gemidos abafados, minha boca mordendo seu pescoço e acariciando tudo o que consigo, rebolando em seu colo como se já o cavalgasse.

Solto um gritinho quando ele levanta minha bunda e rapidamente tira o membro para fora da calça, a saia do vestido parece tão idiota cobrindo minha entrada úmida que grosseiramente a puxo para o lado e o encaixo em mim.

"Podemos fazer isso, não é?" Ele pergunta, embora eu que devesse estar com o sentimento de culpa e fazendo questionamentos.

"Quantas vezes você quiser." Tomo seus lábios e os mordo, chupo e gemo sobre eles, ele me invade com firmeza, brutalidade, do jeito que eu gosto. Devasso e selvagem, suas mãos foram para todos os lugares do meu corpo, os vidros do carro estão embaçados e consigo escutar o ranger das engrenagens enquanto transamos.

Sentei nele com vontade, sentindo minhas pernas falharem quando cheguei ao ápice, gozei tremendo em seus braços e voltamos aos beijos, não o tirei de dentro mim até que ele também gozasse. Arranhei seus ombros enquanto ele mordia meu pescoço e eu mexia os quadris de encontro aos seus, mesmo que eu já estivesse zonza e trêmula me dedicava em tê-lo dentro de mim, tive um orgasmo. Descontrolada, meu corpo tremia e se contraia envolta daquele membro guloso, então ele gozou comigo.

Cansada e suada sai de cima dele, via meu corpo marcado, os seios, a bunda e o quadril, sorri comigo mesma.

"Quer dormir comigo?" Ele pergunta e meu sorriso se alarga, eu queria este homem mais do que para uma única trepa, ele era um tigre libertado, redescobrindo o poder que ele exercia sobre as fêmeas, como eu poderia prende-lo tão rápido?

"Me deixe em casa e veremos em que isso irá resultar." 

A Dama da Meia-NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora