Quando Zoro saiu do banho com a toalha enrolada na cintura, não viu nem sombra de suas roupas anteriores. Lembrou-se então que como estavam encharcadas, Sora informou que iria colocá-las na máquina de lavar e mais tarde, na hora de ir embora, elas estariam secas. Sobre a cama do quarto estavam roupas provisórias emprestadas por Yonji e uma cueca novinha que foi comprada num estabelecimento nas proximidades.
Sem pensar muito Zoro vestiu a cueca, a camiseta preta de textura estranha e a calça de estampa feia. Somente parou para analisar o problema em seu visual quando deu uma olhada em seu reflexo no espelho do banheiro. A camisa estava extremamente justa no corpo e possuía textura estranha por sua frente ser inteira de tela preta, o que acabava por torná-la transparente. Zoro conseguia ver seus próprios mamilos com facilidade, era quase como se não estivesse usando camiseta. Já a calça de tecido tinha estampa de zebra, sendo que nas partes que deveriam ter a cor branca, na verdade exibia um curioso tom lilás. E ainda era calça boca de sino.
Zoro estava se sentindo como um cafetão fajuto de filme B. Um cafetão muito mal vestido, por sinal. Ou talvez um dançarino de boate, do tipo que tirava peça por peça até ficar apenas com um tapa-sexo. Ou quem sabe um bartender que usa roupas justas para as pessoas que vierem ao balcão do bar terem algo de bom para apreciar visualmente.
A porta do quarto de abriu e Yonji o cumprimentou num desinteresse tão falso que combinava muito bem com as vestimentas novas de Zoro.
— Vejo que já está vestido. — disse sem se demorar ao olhá-lo dos pés à cabeça. — Tem alguma reclamação a fazer?
Naquele momento Zoro teve certeza que aquele era o irmão Vinsmoke mais infantil.
— Não. — respondeu Zoro, sendo tão cara de pau quanto o outro. — Estava com um pouco de calor com a outra roupa, agora não estou mais.
Yonji abriu a boca como se fosse responder, mas as palavras lhe fugiram. Zoro não esperou que ele se recuperasse, passando pelo corpo chocado de Yonji e indo em direção as escadas já estando mais psicologicamente preparado para enfrentar o próximo teste de paciência. Tinha duvidado por um momento da existência dos testes sem noção, mas a queda no laguinho lhe fez adotar uma posição mais competitiva. Se eles queriam jogar, não seria Zoro a recusar o convite.
Estava confiante, sim, de que aguentaria qualquer provação que viesse pela frente, mas não podia negar que ficou um tanto constrangido quando, ao adentrar a cozinha, recebeu a atenção total das pessoas no cômodo. Niji e Reiju estavam sentados lado a lado na parte mais longa da mesa de seis cadeiras, enquanto Sora sentava numa das pontas. Ichiji não estava presente.
Sanji era o mais perto da porta e novamente estava disfarçando muito mal a risada que tentava segurar. Zoro bufou e decidiu que o melhor a fazer era ignorá-lo.
— De que fundo do baú tiraram essa roupa? — Reiju questionou perplexa, batendo com a mão aberta sobre a mesa. A sua expressão estava bastante consternada, como se a simples visão das vestimentas de Zoro lhe ofendessem. — Vai me dizer que só tinha essa disponível?!
Yonji passou por Zoro e entrou na cozinha, dando de ombros. Nada em seu semblante transmitia um pingo de arrependimento de seus atos.
— É que houve um terrível problema com traças uns meses atrás. Restou pouca roupa minha aqui, o resto está no meu flat.
Reiju não pareceu acreditar muito em suas palavras e nem disfarçou o revirar de olhos que deu. Ao lado dela Niji olhava fixamente para o tecido transparente do peito do Roronoa, concentradíssimo em sua análise. Na ponta da mesa Sora parecia dividida entre controlar a risadinha que escapava de seus lábios e olhar repreensivamente para o filho mentiroso. Mas a reação que mais irritava Zoro era a de seu próprio noivo que tinha se aproximado para comentar risonho:
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Jantar a seis
FanfictionZoro não entendia a estranha relutância de Sanji em apresentá-lo a família. Isso até conhecer seus quatro irmãos.