Sky • Blake Gray

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Quando o carro de Blake encosta em frente a minha casa, eu demoro um pouco pra sair do transe.

Meus olhos estavam pesados e eu estava quase dormindo.

Não sei muito bem o que dizer, ele me ajudou em uma crise de ansiedade, foi extremamente cuidadoso e fofo. Mas eu sei que não posso me iludir com ele, sei que isso não dura por muito tempo.

Minha cabeça parece querer explodir, não consigo parar de pensar no que meu pai disse, pra falar a verdade eu não sei do que ele é capaz e isso me assusta.

Nunca tivemos um bom relacionamento, eu sempre tive na minha cabeça que ele tem outra família. Ele sempre está trabalhando e viajando e sempre que minha mãe tentava pegar o celular dele, eles brigavam.

Nunca confiei nele, ele nunca foi realmente um pai pra mim.

— Você está melhor? – a voz do loiro interrompe meus pensamentos.

— Sim – respiro fundo e o encaro  — Obrigada por hoje... – digo um pouco envergonhada.

Não queria que ele tivesse me visto daquela forma.

— Você quer que eu entre com você? – ele diz um pouco receoso.

— Não precisa, já está tarde.

— Quer me contar o que ele disse? – ele me encara.

— Desculpa, não quero falar sobre isso agora – ele assente de leve.

— Ok...

— Eu vou... – tiro o cinto de segurança e abro a porta não sabendo direito como me despedir dele.

— Sweet...– ele segura meu braço e me olha como se quisesse muito algo.

Eu amava tanto quando ele me chamava assim.

— Blake...– respondo no mesmo tom.

Mesmo eu querendo muito, sabia que não deveria.

Ele leva uma de suas mãos até minha nuca e me puxa de leve encostando sua testa na minha. Fecho meus olhos assim que sinto seu rosto extremamente próximo do meu.

— Não quero ficar longe de você – ele sussurra tão baixo que se não estivesse tão próximo dele, não teria ouvido.

Meu coração queima com suas palavras.

Eu o amava, com todas as minhas forças.

— Você sabe que isso nunca vai dar certo – sussurro ainda com meu rosto colado ao seu. Meu coração dói ao dizer isso.

Um silêncio doloroso se instala no carro e na minha cabeça eu torço muito pra ele dizer alguma coisa, mas ele não diz nada e isso é o bastante pra mim.

— Eu tenho que ir – digo me afastando, abro a porta do carro e saio com o coração apertado.

•••

A porta do meu quarto se abre devagar e olho para ela, curiosa com quem poderia ser.

Samantha me olha como se pedisse permissão para entrar, então assinto a cabeça de leve pra que ela entre.

— Como você está? – ela caminha até a minha cama e se senta na ponta.

— Já estive melhor – respondo com um sorriso mínimo.

— Onde você foi ontem a noite? – ela pergunta me encarando, mas parecia já saber a resposta.

Abaixo minha cabeça tentando procurar palavras.