𝑭𝒂𝒊𝒓𝒚 • 𝑫𝒂𝒎𝒐𝒏 𝑺𝒂𝒍𝒗𝒂𝒕𝒐𝒓𝒆

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Brenda não sabia o que fazer. Já havia ligado para todos os amigos de Kiara e todos eles disseram que ela saiu da festa de manhã dizendo que iria para casa. Poderia não ser nada e a garota estava bem em algum lugar, poderia ter apenas esquecido de avisar a mãe ou ter perdido o celular. Mas seu sentido de mãe estava aguçado, tinha algo de errado, com toda certeza. Então, havia ligado para uma velha amiga bruxa para tentar localizar a filha.

Brenda foi até a porta correndo quando escutou a campainha tocar. A porta se abriu e de frente para mãe, estava Dona Zuzu, uma idosa de 73 anos e uma das bruxas mais poderosas que Brenda havia conhecido em toda sua vida.

- Ah, Dona Zuzu. Que bom que a senhora chegou, eu estava pra ter um infarto. - A mais nova deu espaço para a senhora entrar.

- Não se preocupe, minha querida. Vamos logo saber do paradeiro da sua filha - respondeu e foi se sentar no sofá da sala. - Tem alguma coisa dela?

Brenda assentiu e entregou uma pulseira que Kiara não costumava tirar do pulso, mas havia deixado de lado por não combinar com a roupa que escolheu para usar na festa. A senhora tirou um mapa de dentro da enorme bolsa que havia trago com ela e colocou os dois itens no centro de vidro, de frente ao sofá.

Dona Zuzu já sabia sobre a origem verdadeira de Kiara, então não podia ser localizada facilmente, mas a senhora conhecia um poderoso feitiço que permite ver na própria mente o local em que o alvo está ou a última coisa que ele viu se o alvo estiver inconsciente. Ela esticou as mãos sobre os objetos e pediu pra Brenda derramar um pouco do seu sangue, sem hesitar a mais nova pegou uma lâmina que já havia deixado em cima da mesa e cortou a palma da sua mão, derramando seu sangue sobre o mapa.

A mais velha fechou os olhos, se concentrando e começou a recitar o feitiço em uma língua antiga.

- Permisso Laca Tha Tar, Permisso Laca Tha Tar, Permisso Laca Tha Tar.

A Bruxa continuava a repetir as palavras até que finalmente viu. A senhora passou alguns minutos calada, olhando pra frente. Quando ela voltou para seu corpo, Brenda estava se tremendo com medo da resposta que no fundo já sabia, sempre soube que isso poderia acontecer.

- São demônios, Brenda - disse com um tom relutante e preocupado. - Ligue pro John.

                                 ☽

Kiara conseguia sentir o chão gelado sob ela, ainda estava de olhos fechados tentando recobrar todos seus sentidos, sentia que estava deitada e amarrada, mas estava paralisada. Estava confusa, não sabia como havia chegado ali, queria se mover, gritar, correr, mas seu corpo não obedecia ao seus comandos, nada acontecia. Ela forçou seus olhos a abrirem um pouco e percebeu que estava em uma espécie de depósito com uma iluminação fraca, a um pouco mais de 5 metros de distância ela conseguiu ver alguns pés de cadeiras, junto com mais três pares de pés e o que parecia ser uma mesa.

As pessoas que estavam lá pareciam estar discutindo, a Winchester conseguia entender isso por causa dos gritos. Um homem então se levantou e começou a gritar com os outros dois, ele estava furioso.

- COMO ASSIM ELES NÃO SABEM DA EXISTÊNCIA DELA? - uma voz grossa gritou, se sobressaindo e bateu na mesa.

- Foi o que falaram, senhor - outro respondeu com a voz trêmula.

- E COMO ELES VÃO SABER QUE ELA SUMIU? - perguntou.

- Talvez a mãe dela ligue pros irmãos da garota pedindo ajuda, senhor. - Uma terceira voz se manifestou, com o medo estampado na voz.

- Espero que você tenha razão sobre isso, se não mato vocês e ela, e ainda os jogo no mar - disse com ignorância.

A Winchester estava apavorada, queria ficar acordada e entender o que estava acontecendo, mas estava muito grogue ainda. Seus olhos se forçaram a fechar e tudo ficou escuro mais uma vez.