Capitulo - I - Antes da chuva

15 3 0
                                    

     Aos estimados leitores(as) que por aqui chegarem, carregados pelo vento do destino, é certo não foi por acaso!    
     Talvez estejam buscando um significado para a sua vida, ou o conhecimento espiritual, ou apenas para descobrir grandes histórias, que assim seja!
  Mas, de um jeito ou de outro, façamos uma breve reflexão, entendo que muitos tens dificuldades a enfrentar, que aparecem em nossas vidas e demoram em ir embora, as lágrimas derramadas são difíceis de esquecer, e ficamos a espera de dias melhores, sim eles chegam! Enquanto esperamos abra o coração, respire  profundamente, para sentir boas vibrações, ao deslizar seus olhar por essas palavras, se sentirá bem! Eu acredito! por que foram escritas, com muito amor e carinho.
     Assim como a história que eu vou lhes contar, com fé e esperança na vida, que é sempre um grande jardim, onde os jardineiros somos nós.
                                           
R.Marcs

     Em 1885 no vilarejo de Santa Isabel, vivia um ancião que tinha por nome Mathias, e ele era o responsável por zelar do jardim da pequena igreja, em estilo barroco, e ali naquele pequena comunidade, por muitos anos essa era a sua honrada missão.
     A maioria dos moradores da região eram camponeses e durante a semana todos estavam envolvidos com seus afazeres diários, seja nos parreirais, nas plantações de milho, café ou nas pequenas criações de ovelha, e como de costume os domingos eram dedicados ao Senhor.
     Não se tinha informações da origem do jardineiro Mathias, que tinha por apelido " Fiél " e que ganhará esse nome por ser temente a Deus, cuidando das flores do jardim da pequena igreja.
     Naquela bela manhã de sábado,  como de costume, ele levantou cedo,   fez suas orações matinais, preparou o seu café, depois de passar os grãos em um moedor, e seguiu esperançoso na graça de um novo dia.
     Seguia pelo caminho de terra vermelha, batida pelo passar das pessoas a irem ao trabalho nas plantações ou pelas crianças ao irem para catequese.
     O dia estava nublado, promessa de um dia chuvoso, e o apressado jardineiro andava ritmado em seus passos.
     Com 80 anos recém completados, ele ainda tinha a força em seu caminhar, até passar por uma casa e perceber que uma menina chorava sentada a beira da calçada de pedra.
     Mathias então, em sua simplicidade perguntou, por que chorava,  ela então lhe disse que seu irmão estava muito doente e sem esperança para se recuperar.
     Então disse ele a menina, que confiasse em Deus, fizesse uma oração e pedisse ao pai a intervenção, pela saúde de seu irmão. Ela limpando as lágrimas agradeceu a Mathias que seguiu seu caminho.
     Até que logo a frente,  ele avistou um mendigo, pedindo esmola, caído a beira de um amontoado de capim seco.
     Ao se aproximar, o homem disse que estava com fome.
     Mathias abriu sua bolsa, lhe deu um pedaço de pão, abençoando em seguida, e continuou o seu caminho para o jardim.
     Depois de um bom tempo, já próximo ao seu local de trabalho,  encontrou uma senhora idosa com uma bengala, e  um guarda-Chuva,  caminhando vagarosamente em meio ao caminho tortuoso coberto por cascalho, a senhora estava chorando, mas seguia o seu destino.
      Ao perguntar o que havia lhe acontecido, a mesma lhe olhou em lágrimas é disse que seu marido tinha falecido e que precisava chamar o padre.
      Mathias deu-lhe um abraço fraterno, tentando confortar aquela dor, e disse para a mulher que os planos de Deus, embora parecessem difíceis de aceitar, tem um propósito, e disse " O filho que volta para o pai, voltará feliz" ao dizer essas palavras, Mathias seguiu o seu caminho, sendo agradecido pela senhora pelas palavras de conforto.
     Chegando ao jardim da igreja, Mathias logo foi pegar as suas ferramentas e saiu a capinar, cortando as ervas daninhas, podando as árvores ao redor da paróquia.
     Com o passar do dia, Mathias percebeu no horizonte que a chuva logo chegaria, e rapidamente precisaria terminar a limpeza e guardar as ferramentas.
     Ao olhar no canto do jardim, onde ainda não havia feito a limpeza,  percebeu algo diferente, havia três pequena flores azuis, plantadas delicadamente, ele nunca virá algo tão belo e perfumado.
    Olhando admirado, pensou o que teria acontecido, teria o padre da paróquia plantado formosas flores? não havia respostas.
     Com todo cuidado rodeou as flores azuis com pequenas pedras, zelando por elas com todo amor.
     Até que a chuva chegou com gotas pesadas, e fizeram Mathias improvisar uma pequena cobertura para proteger as pequenas flores, de modo que elas não sofressem dano.
     E assim foi feito, e a chuva cada vez mais, foi ficando intensa.
     O velho jardineiro então começou a  guardar as ferramentas e retornou para sua casinha que ficava afastada do vilarejo, caminhando animado, embaixo da forte chuva, agradecendo pelo dia maravilhoso que Deus lhe deu.
     Ao chegar em casa se enxugou com uma velha toalha, preparou seu café, fritando alguns bolinhos, em seguida se deitou para repousar em sua cama de madeira, com uma grande colcha de retalho, pensou no seu dia, na criança que chorava pelo irmão, da atenção ao mendigo e da velha senhora pelo caminho tortuoso, e das flores azuis delicadas no jardim.
     Em oração pediu a proteção de Deus para ajudar aquela criança, orientação para o mendigo e a velha senhora em seu momento de dor.
     E assim adormeceu com a chuva, fazendo barulho no velho telhado da casinha de madeira.

Continua...

         

O Jardineiro das Flores AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora