Swee'test life

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A fama sempre chega para todos. Sendo ela de maneira rápida ou progressiva. Você já parou para pensar como se encontra o psicológico de um artista nessas horas? As pessoas que amamos, amigos ou parentes? Ou todos que consideramos amigos que se mostraram verdadeiros sanguessugas do seu próprio reconhecimento.

Vivi meus momentos de glória para um Jovem. De um rapper desconhecido, consegui prosseguir ao estrelato de maneira rápida.

Eu me lembro até hoje sobre os jornais da época que surpreenderam com o meu talento. Conquistado por meio das rimas e jogos de palavras, nas quais descrevia a sua beleza em meio ao caos de uma rima sobre sistema opressor social ou algo que incomodava.

Sempre me sentia nos céus ao seu lado. Meu amado Jung Ho-Seok. Você foi meu único fio de humanidade no fim das garrafas de vodkas.

Fui bastante covarde em nosso último encontro. Não havia lhe contado sobre a proposta para a carreira de produtor musical e rapper. Queria contar essa novidade mas a insegurança e medo de fracassar foi mais alto. Levá-lo comigo nunca foi uma dúvida, sim uma opção, gostaria que não se afundasse ao caos que era e se errasse não permitiria se afundar comigo.

Sai de madrugada. E na penumbra da noite refletia alguns feixes de luzes que insistiam em escapar pelas persiana chegando em nosso querido e amado quarto alugado, exibia suas curvas cobertas pelo lençol branco barato, nunca esquecerei desse fatídico dia, fizemos amor como verdadeiros enamorados.

Gostaria de lhe dar o mundo porém fui egoísta. A todo custo arrumei minhas coisas e as pus em uma mochila velha. Ao bater a porta do quarto meu vexame ficou preso dentro de mim assim como ficou no quarto meu único amor. Admito que você realmente me amou na pobreza.

Até o nosso último e pouco tempo juntos.

Sabia que sempre andava com uma foto minha na carteira, que namorado bobo eu tinha, mas tão especial e único.

Descobri esse fato por um conhecido próximo, na verdade seu amigo, ou não, Taehyung para ser exato. O cara era um desrespeitoso de carteirinha, sempre o odiei por ser um mesquinho e todas vezes dava em cima de mim, mesmo com você na minha frente, você era o meu garoto que evitava brigas ou fofoquinhas. Nem sei como mantém todo meu autocontrole para bater nesse exibido. Hoje, ele não passa de uma transa garantida das minhas noites deprimentes, regadas a sexo, álcool e drogas. Ele era realmente uma cobra peçonhenta.

O mundo dá voltas.

Se você me visse hoje, realmente como um ótimo dongsaeng e namorado me bateria, esfregava minha cara nas drogas e depois com todo carinho do mundo, me daria um banho, colocaria um moletom quentinho, me alimentaria e ficaria acordado, fazendo um cafuné em meu cabelo, enquanto falava de sua rotina ou contaria alguma piada boba.

Sinto sua falta. Muito mesmo.

Os dias se tornaram cada vez 

mais obscuros sem minha luz.

Mas estou aqui, trancado em meu apartamento luxuoso, cercado pelos diversos prêmios ganhos, luxo e glamour. Sozinho. Absolutamente sozinho. Gostaria de presenciar suas reações enquanto os ganhava, sua alegria era contagiante.

No escuro, envolta de várias garrafas no chão, chapado o suficiente, para me mutilar com os fantasmas que criei de você. Só para me sentir mais próximo. Me sinto perto de ter uma overdose. Estou no que muitos dizem, fundo do poço.

Realmente estou me afogando nele.

A droga em cima da mesa parecia muito distante. Com o corpo cansado nem ousei a ir.

Você odeia o escuro. Sempre que viajamos dava seu jeitinho de levar o seu abajur infantil portátil. Me recordo de seu aniversário de 18 anos em que lhe presenteei com esse simples objeto, lembrando o quanto tinha medo. Criava paranoias de monstros obscuros que estavam de baixo da cama ou do guarda roupa viriam lhe pegar e levar longe de mim. Incrivelmente adorável. Sempre lhe lembrava como seu hyung favorito, lhe protegeria de todos os males do mundo. Porém era bobo demais com essa idade. Para sua família era apenas seu melhor amigo de infância. Acabei deixando-o sozinho, a enfrentar os monstros da vida real.

Me leve para casa

— Jung?

Eu exagerei demais dessa vez. Vi algo girar. Consigo ver a única pessoa que realmente amei em minha vida na minha frente.

Parecia um pouco real.

Droga! Meu Jung tem um irmão gêmeo?

— JIMIN! CHAME A AMBULÂNCIA. ELE ESTÁ TENDO UMA OVERDOSE!!

Você aparece mais abatido e magro.

As tão amadas bochechas gordinhas que adorava apertar estavam escondidas no rosto magro, seus olhos sem o brilho que me deixava todo aquecido por dentro. Seus lábios pálidos e ressecados, já deveria ter parado com essa mania a muito tempo mas a sua ansiedade exacerbada não ajudava, continuava a morder os lábios pelo nervosismo em situações como essa.

Pânico!

— MERDA! ESTOU LIGANDO HOSEOK! - Ouvi seu amigo gritar distante.

Me sinto sufocar com minha própria saliva e meu corpo dar solavancos no piso caro de porcelanato. Isso machucava minha cabeça e corpo.

— ELE ESTÁ SE ENGASGANDO — exasperou ao me sacudir

Doía muito tudo isso. Como deixei tudo isso se transformar nessa bola de neve?

Virou habilmente meu corpo e enfiou seus dois dedos em minha boca, forçando-os em minha goela, deixando minha língua para baixo. Por um momento me doeu agudamente o fato de perdê-lo.

Sim.Saudades eu sentiria.

Minha imagem estava decadente demais. Não queria que me visse assim.

Seus sorrisos costumavam me dar toda força do mundo e agora suas expressões desesperadoras me deixaram triste e desarmado, emocionalmente mais fraco que já estava. Mesmo sabendo que fui a causa disso, fui o grande babaca da história.

— Isso Yoongi. Ponha tudo para fora. Jimin você conseguiu contatá-los ? Diga que ele vomitou, seja lá o que ingeriu e ainda está consciente.

Vomitei tudo. Senti o gosto ruim da bile em minha boca. Ainda grogue virei para lhe observar. Em seu rosto parecia ter um ponto de interrogação gigante. Seu olhos me analisavam preocupados, a procura de algum ferimento, mal sabia que estava todo quebrado por dentro. No momento não conseguia falar nada ou expressar algo, apenas apreciar sua beleza mesmo que abatida.

Deixe tudo para trás, deixe o oceano levar

— Querido o que fez consigo? — Sua mão quentinha acariciou meu rosto.

Senti a consciência pesar e cada vez mais vi o escuro embaçar minha vista e mente. Nem seu abraço quentinho conseguia expulsar esse frio. Havia me entregado para um descanso dessa vida e deixado minha esperança sozinha.

Eu preciso do seu amor.

— YOONGI...

E então, tudo se tornou escuro. Um frio e assustador breu.

•••
Esse é um pequeno projeto meu de quatro capítulos sobre nosso casal sope

COLD WATER (SOPE)Onde histórias criam vida. Descubra agora