Dia claro logo vêm
Clareando o quarto de quem sou refém
Dia claro tira o sono, meu bem
Bem aventurados os que cedo se movemDia claro, mais um provém
Clareando os pelos escuros de meu gato, Sallen
Dia claro, Sallen, que surpresas o dia retém?
Bom dia, meu amô, nada novo, tudo está bem.Dia claro, pois bem
Para onde vamos, meu caro Sallen?
Dia claro, meu amô, bem sei
Mais um dia claro, e a lugar nenhum eu irei.Nenhuma novidade, meu gato Sallen?
Afirmo-te, meu amô, dia novo, mas nada vêm
Mostre-me algo novo, Sallen
Quero sair, ver o que têm no alémOlhe ao redor, meu amô, não há nada no além
Por quê sairdes de onde está bem?
Não feristes os bastante em sua busca que provém?
Não saia, aqui sua pele escura estará bem.O que tanto temes, Sallen?
Temo por ti, meu amô, prezo pelo seu bem
Deixe-me sair, Sallen.
Não, meu amô, não encontrará o além.Deixe-me ver sua face, Sallen
Já não há vê, meu amô? Estou bem
Minta para si, mas não para mim, meu caro Sallen
Não minto, nem omito, meu amô, quero te ver bemPara comigo seja sincero, Sallen
Por quê eu não sair do domo lhe convém?
Conhece-me, meu amô, mas conhece a ti mesmo?
Me provém deixar que uma criança que ainda mama, coma carne?Sei que por mim temes, meu caro Sallen
Mas criança já não sou, e temo seus porquês
Deixe-me sair Sallen
Seja sincero, o que tanto temes no além?Temo perdê-lo, meu amô
Temo ser esquecido até o interior de meu âmago
Que encontre alguém e me perca
Que fuja do domo e que me esqueça.Deixe-me ir, Sallen, me acompanhe, vêm
Não posso, meu amô, esse domo ao todo me têm
Dia claro, logo vêm, Sallen
Adeus, meu amô, não me esqueça está bem?
Adeus, meu caro companheiro SallenSinto falta de ti, meu amô
A tanto tempo já partiu para o além
E eu permaneço preso nesse domo, o qual seu corpo retém.