O Jantar do Dia 15 de Setembro

1.1K 121 15
                                    

15 de setembro de 1976Santuário de Atena, Atenas — Grécia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

15 de setembro de 1976
Santuário de Atena, Atenas — Grécia

Haviam completado seis dias em que eu, Theo e mamãe tínhamos nos mudado para o Santuário de Atena, só que até agora, eu não havia me acostumado com a sensação estranha que ele transmitia. E, por mais incrível que pareça, eu não estava ficando louco.

Comentei isso com o tio Dimitri durante o desjejum no jardim, e ele me respondeu que cada mansão da família Drakos tinha um nome e um significado, e consequentemente, a sensação de estar nelas influenciava nas nossas escolhas e sentimentos.

Eu achei isso uma besteira, mas ele parecia estar levando muito à sério e me explicou o significado das que eu e Theo já tínhamos conhecimento até o momento.

O Santuário de Atena era simbolizado pela sabedoria e todas as decisões importantes de um líder Drakos deveriam ser decididas aqui. Escolhas, negociações e tudo que envolvesse essas coisas também estavam incluídas na lista.

Logo falou também sobre o Recanto de Hera, que era onde eu, Theo e todos os outros herdeiros da casa principal da família, haviam sido feitos, gerados e nascidos. Eu não me lembro dela, muito menos Theo. Mamãe até mencionou que depois que as crianças nascem, elas devem ir embora e apenas voltar para o Recanto de Hera quando fosse para termos filhos.

Theo adorava as histórias da nossa família e por isso perguntou sobre a Mansão em que morávamos até alguns dias atrás: a Acrópole de Apolo. De acordo com o tio, Apolo era o deus do Sol, e por isso, quando de dia, ela era a mais bonita de todas. Havia vidros gigantescos por toda a parte para que o Sol entrasse em cada cômodo e era proibido usar energia elétrica para iluminação até que desse seis horas da tarde.

Mas o que eu mais gostava, era o Chalé de Ártemis que sempre íamos no verão. Que enfim descobri o motivo, Ártemis era a deusa da caça. Os jardins eram gigantescos, havia bosques a rodeando e lagos profundos, além de um riacho que dava acesso à uma cachoeira bem depois do labirinto de cerca viva; papai sempre levava eu e Theo para pescar e caçar quando estávamos por lá.

Só que o significado que me fez arrepiar, foi o Coliseu de Ares. Lugar onde o papai ia a cada dois meses e sempre que voltava, estava cada vez mais estressado.

— Os dois estão atrasados! — Gregory, o mordomo resmungou enquanto tentava (sem sucesso) abotoar o terno de Theo, pois o meu irmão estava em uma crise de stress.

— Vai nos atrasar ainda mais se continuar assim, Theo. — Falei. — E papai vai nos matar se ele chegar na sala de jantar e nós não estivermos lá!

— Mas eu nem queria ir jantar! — Respondeu cruzando os braços, fazendo bico e empinando o nariz ralado.

Theo era teimoso, só que dessa vez eu concordava com ele, eu também não queria participar do jantar de hoje à noite.

Contos da AdrenalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora