Tons de Vermelho e Preto - 1

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N/A: um doce pra quem adivinhar o que Wei Ying está prestes a aprontar neste capítulo! Uma dica: envolve uma obra famosa.

Lan Wangji estava sentado em sua escrivaninha corrigindo relatórios dos alunos, enquanto Wei Wuxian lia um livro na cama. Estava tudo muito silencioso, então Wangji resolveu dar uma espiada no marido, que geralmente não parava de falar.

Não havia nada de errado, apenas que ele estava muito compenetrado na leitura e não falava uma palavra nem pra comentar sobre o que tanto prendia sua atenção.

Na manhã seguinte, Wangji acordou às 5h em ponto como de costume, tomou banho, se arrumou e deu um beijo na testa de seu adormecido marido antes de começar seus afazeres nos Recantos da Nuvem.

Ao meio-dia, após ministrar horas de aula, treino intensivo de artes marciais, aula de meditação e história do mundo do cultivo, foi ao refeitório para almoçar com todos. Ao entrar, viu que Wei Wuxian estava em um canto mordiscando algum vegetal distraidamente enquanto lia seu livro. Lan Wangji arqueou um pouco a sobrancelha e ficou curioso. Nunca antes tinha visto seu amado tão quieto e recluso, ainda mais por causa de um livro. Nem mesmo quando eram jovens e tinham que passar o dia todo juntos para que copiasse as regras do clã Lan como punição ele sossegava, fazendo todo tipo de algazarra.

Será que ele tinha magoado seu Wei Ying de alguma forma e por isso estava tão quieto? Ou talvez algo além dele o tivesse machucado ou chateado e por isso ele estava guardando para si...

Antes de sentar para comer, Lan Wangji chamou por Sizhui, que prontamente parou sua refeição e o atendeu:

-Como posso ajudar, Hanguang-Jun?

-Sizhui, erm... você sabe se algo aconteceu com o mestre Wei ultimamente? Ele comentou algo?

Sizhui pensou um pouco tentando se lembrar e depois respondeu com convicção que não, que tudo parecia normal. Exceto talvez pelo fato do mestre Wei estar muito quieto e absorto por um livro.

Certo, pelo menos não era só  ele que havia reparado que Wei Ying estava agindo de maneira incomum... mas seria mais estranho perguntar diretamente a ele o que tanto lhe interessava a ponto de ficar em silêncio absoluto por horas...

Wangji sentou em frente a Wei Ying para comer e, além de um largo e sincero sorriso do marido, não conseguiu muitas outras reações e interações.

No outro dia, Wangji estava ainda mais perplexo, pois o comportamento de seu marido continuava muito fora do usual. Nada de piadas, nada de se agarrar a ele ou interromper suas aulas. Ele seguia muito quieto e comportado. Mas que diabos de livro era aquele?! Seria algum volume perdido sobre o diabolismo? Algum tomo mágico que Wei Ying de alguma forma tinha posto as mãos?

O silêncio e calmaria prosseguiram por mais uma semana, na qual o primeiro livro pareceu ter sido substituído por um segundo volume e depois por um terceiro. Às vezes, juntos no Jingshi, Wangji ouvia Wei Ying rir com o que lia, às vezes o via fazer caretas irritadas e xingar algum personagem.

-Irmão, gostaria de pedir um conselho, por favor.

Xichen sorriu e pediu para Wangji sentar-se ao seu lado para tomar uma xícara de chá enquanto conversavam.

-Há muito tempo meu irmão não me pede conselhos, deve ser algo grave.

-É sobre Wei Ying... Ele está agindo de maneira muito estranha. Começou há uma semana quando voltou para casa com uma coleção de livros. Não inspecionei, pois achei que seria inadequado invadir sua privacidade, mas agora, vendo-o tão distante e quieto parece que o assunto do livro deva ser preocupando, grande irmão.

Contos Wangxian: para ler antes de dormirOnde histórias criam vida. Descubra agora