A Ciência do Sexo

Novos começos

Miranda estava sentada em seu sofá, seus dedos envolvendo uma caneca de cerâmica com chá bem quente, seus nós dos dedos brancos com a pressão de segurá-la com tanta força. Parte de Andy estava com medo de que ela quebrasse a caneca - era um símbolo especial de quando Lily a arrastou para uma aula de cerâmica três anos atrás - mas Miranda claramente precisava de algo em que se agarrar, então Andy não disse nada. Em vez disso, ela se sentou na poltrona em frente a Miranda, as pernas cruzadas, os braços cruzados sobre a cintura, como se este fosse o último lugar que ela queria estar. Mesmo que esta fosse sua casa.

Quanto mais Miranda observava Andy, mais seus pensamentos incômodos sussurravam que talvez ela não devesse ter vindo aqui. Talvez ela devesse ter ligado ou ido ao escritório de Andrea. Talvez ela devesse esquecer tudo isso -

"Por mais que eu ame sentar em silêncio", disse Andy, suspirando com algo próximo à exasperação. "Tive um longo dia e adoraria terminar isso, para poder descansar um pouco."

Miranda engoliu em seco. Andrea não estava tornando isso fácil para ela, mas, novamente, por que ela faria? Miranda tinha sido terrível com ela. Ela a machucou de propósito. Que direito ela tinha de ser tratada melhor do que isso? Em qualquer caso, Miranda sabia que merecia pior. Muito, muito pior. Ela teve sorte de poder entrar. Tomando um gole do chá de ervas que Andrea tinha servido, ela fechou os olhos e respirou fundo. Ela reuniu toda a sua coragem, tentando se recompor, apesar de se sentir mais frágil e vulnerável do que nunca. Abrindo os olhos, ela olhou para os olhos castanhos de Andrea, desejando abaixar suas paredes defensivas e deixar suas emoções brilharem para que Andrea pudesse ver a profundidade de seus sentimentos. De seu arrependimento.

“Eu vim aqui para me desculpar,” Miranda disse, sua voz soando tão verdadeira quanto ela já tinha ouvido. As sobrancelhas de Andrea ergueram-se rapidamente antes que ela forçasse sua expressão a ficar neutra novamente. "Não espero ser perdoada, porque o que eu fiz a você é imperdoável. Mas você merece um pedido de desculpas mesmo assim. Você merece muito mais do que a maneira como eu a tratei." Ela fez uma pausa, estendendo uma mão para esfregar a testa, tentando aliviar a tensão ali e ganhar tempo para expressar seus sentimentos em palavras.

"A verdade é que fui uma covarde. Nunca conheci ninguém como você antes, alguém que significa tanto para mim depois de tão pouco tempo nos conhecendo. Alguém por quem me preocupo tão profundamente que faria qualquer coisa para vê-la feliz, o que eu não entendo - como, depois de todos esses anos passados construindo muros em torno de mim para me proteger, manter todos à distância, você fora capaz de fazer os muros desmoronar tão facilmente, E eu  deixá -la ". Miranda engoliu em seco, seus olhos caindo para a caneca em seu colo enquanto ela soltava um suspiro trêmulo.

Colocar seus sentimentos em palavras foi um desafio muito maior do que ela pensava. Como explicar a essa mulher tudo o que Miranda sentia por ela? Como explicar a culpa e o arrependimento que a rasgava a cada segundo de cada dia e noite? Respirando fundo, ela olhou para Andrea, notando como nada em sua expressão havia mudado. Miranda tentou não chorar ao ver sua Andrea tão distante, tão isolada dela.

"Eu estava com tanto medo, naquela noite no seu terraço. Eu - eu nunca senti por ninguém o que sinto por você. Eu não sabia que era capaz de me sentir assim apenas pelo toque de alguém." Os dedos de Miranda tremiam enquanto ela passava por tudo em seu instinto, dizendo-lhe para parar de falar, para parar de se fazer de ainda mais tola.

Você precisa fazer isso.

"Mas é mais do que isso. Tudo o que você faz me causa uma reação. Quando você sorri, me sinto em paz. Feliz. As únicas outras pessoas que me fazem sentir assim só de ver a alegria delas são minhas filhas. E quando você fala apaixonadamente por política, ou pelas coisas que você ama, ou mesmo pela importância de uma pizza recheada de massa, não posso deixar de ficar fascinada por você. A maneira como seus olhos se iluminam, como você se inclina para frente quando se emociona com um assunto, como suas sobrancelhas se juntam e criam aquele vinco adorável entre elas sempre que você está pensando muito sobre algo. Quando você está frustrada, com raiva ou triste, algo dentro de mim precisa saber o que está errado, e eu sinto essa urgência consumidora de ajudar você que vai contra todas as minhas tendências egoístas. "