Soldado (Kai)

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Era início do inverno estávamos no ano de 1945 tempos dificeis e frios, a guerra ainda estava sendo travada entre Japão e Coreia, depois do avanço japonês e diversas famílias coreanas estarem sofrendo para sustentar seu território e com os japoneses explorando famílias e crianças, fazendo os bebês crescer com nomes japoneses e sem falar sobre nossos costumes coreanos, estava nos primeiros castelos ao sul como sempre socorrendo feridos da linha de frente, há guerra que era travada pelo poder japonês a tirar tudo o que pertencia a nós, foi assim que o conheci ele, na beira da morte e diante do caos, sobre frio com muita tristeza e dor.
-Eles estão se aproximando doutora!_falou um soldado que estava de guarda do pequeno ambiente hospitalar que havia projetado com outros dois médicos tão ocupados quanto eu.
-Ainda devemos continuar com os feridos!_disse, assim estancando um sangramento de um soldado atingido.
-Aqui lave, vamos dar alguns pontos!_disse para meu assistente me virando e me deparando com a cena a minha frente.
-Eu me nego a ser atendido por uma mulher!_falou um rapaz, sujo do campo de guerra carregando suas armas, com muita moral e teimosia, mesmo na situação atual dele, apesar disso ele também era muito bonito mas rude e assim que cheguei perto dizendo.
-Se nega?Parece então muito bom na perna?_digo tocando o ferimento.
-AAAAAAI!_ele grita no mesmo instante.
-Parece que foi um ferimento de bala?_disse há ele que pareceu impressionado.
-Como sabe?_falou.
-Mas você quer ser atendido por um homem?Devem ir para o doutor mais próximo! Está a uns 100km ao sul!_falei aos dois que carregavam a maca dele, que ficaram surpresos.
-Não!Tudo bem!_ele disse parando os dois que o carregavam assim que estavam prestes a levá-lo dali me olhando, desistindo da teimosia por ser mulher.
-Coloquem ele ali!_disse entregando um pano para ele morder a boca, enquanto iria remover a bala que não parecia profunda.
-Não!_ele disse mas assim que falei para meu assistente.
-Me tragam o cano de sucção, vou cortar aqui e também abrir um pouco mais o ferimento..._ele quase mordeu minha mão pegando o pano de volta, coloquei e não falei mais meu assistente acostumado me entregou o que precisava.
-Um médico jamais nega mesmo que o paciente seja rude ajudar a tratar um ferimento!_ disse.
Comecei a cortar, um pouco mais o corte enquanto com uma fina pinça puxei a bala que estava perto, e removi com muitas concentração para não pegar em uma veia ou algo sério, durou alguns minutos enquanto ele apertava os lados da cama, assim que removi fiz a sucção e limpeza.
-Agora pode relaxar!_falei assim que havia terminado, enquanto ele parecia extremamente exausto de toda a tensão e luta da guerra.
-As tropas cessaram!_gritou alguém na porta enquanto ia para meu próximo paciente, alguns gritaram de alívio o paciente novo que havia retirado a bala estava adormecido.
-Doutora!_falou mais alguém me chamando e assim fui o atender o próximo paciente.
Deixei meu enfermeiro costurar a abertura, e depois de horas consegui me sentar agora todos estavam calmos e teríamos por enquanto um noite de sono.
Depois de servirem as refeições estava comendo foi quando percebi que o paciente que resmungou sobre mim antes estava comendo sozinho, depois de ter dormido o resto do dia de exaustão.
-Como você conseguiu isso?_perguntei para ele, estranhamente ficava curiosa para o conhecer ele me olhou.
-Foi quando estávamos quase perto da base minha equipe poucos foram feridos mas não vi o inimigo!_concordei.
-Quem deixou para trás?_perguntei.
-O quê?_disse.
-Mesmo um ferimento de bala deste lugar sem uma medicação para dor!Tem incômodo e resistiu muito bem sem nenhuma medicação!_falei.
-Meus irmãos e meus pais me esperam voltar!_respondeu.
-Espero que consiga voltar!_respondi.
-E você?_perguntou apenas neguei com a cabeça.
-Tem alguns que apenas salvam vidas!_respondi.
-E outros que protegem!_disse ele e nos ficamos encarando estranhamente não falamos nada estávamos quase a beira da morte e fingindo uma conversa amigável como se nos conhecêssemos apenas para ignorar o fato de que estávamos ferrados com o avanço do inimigo, e foi de repente no clima de ficamos quieto e olharmos um pro outro e pro cenário de guerrilha a nossa frente que escutei alguns passos.
-Quando voltar!Pode sair comigo para dançar?_perguntou ele.
-Claro!Mas não vai ser fácil!_respondi me levantando e saindo da tenda ao puxar a cortina fiquei aliviada com a chegada de reforços não estávamos tão ferrados.
Aquele bonito que tratei e que nem sabia o nome foi levado me perguntou antes de ir embora.
-Vou encontrar você!_ele pegou minha mão, concordei com a cabeça.
Acordando com muita dor de cabeça, os flashs vinham com o barulho da colher ao mexer meu açúcar as bombas, as cenas do pesadelo que tive, uma vida passada? Me perguntava mas por que meu chefe Kai estava como um soldado? Por que era a médica? Me perguntava enquanto tomava o gole com meu pijama pronta para me apressar para mais um dia do trabalho que estava chegando, sabia que era o meu chefe mesmo que ele não tivesse me visto devido as fotos que minhas colegas gostavam em compartilhar.
-Olha!_disse minha colega mais tarde me mostrando a nova revista que ele apareceu.
-O único motivo de trabalhar aqui é ele!_falou sorrindo.
-Ele?_comecei a rir.
-Sim!Homens de escritório ainda tem salvação!_falou minha colega e foi assim depois de uma conversa cotidiana com minha colega ao organizar as pastas na minha mesa sem perceber a movimentação na saída da sala de reunião que um grupo com termo estava vindo, as oportunidades de o ver não havia acontecido antes mas soube no momento que nossos olhos se encontraram que estava o procurando a minha vida toda.
-Senhorita?Quer sair para dançar comigo?_perguntou sorrindo meu chefe Kai exatamente como o soldado havia dito que me convidaria, mas era o que estava acontecendo agora como se ele soubesse ele estendeu a mão para que eu aceitasse minha amiga ficou boquiaberta, todos começaram a cochichar da atitude incomum do meu chefe enquanto estava com meu coração acelerado e entendi que aquilo não era um sonho mas a última vez que o vi na minha vida passada.
-Claro!Soldado!_respondi e apertei sua mão sentindo que estávamos conectados novamente em uma vida com a possibilidade de vivermos.

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