Meu quarto não cabe um oceano
Mesmo assim me afogo
Às vezes nado pelas minhas lágrimas
Outras
Deixo as me lavarem
São quatro paredes que me acomodam
Uma cadeira giratória
Ventilador creme
A poltrona florida
Cama box que qualquer remelexo faz trec trec
Janela
Mainha chama de basculante
meu cesto laranja
Sua função é guardar minhas roupas e eventualmente perdê-las
Duas semanas
Morrerei?
Sobreviverei?
Às vezes sou navio
Náufrago
Minhas coisas são âncora
Emerso
Tocando na areia
Depois afogo( Quando achávamos que a Pandemia duraria duas semanas)
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Confinada poesias do isolamento
PoetryA quarentena nos proporcionou momentos reclusos e direcionados ao nosso interior. Neste livro relato em forma de poesia todos os sentimentos, aflições, dúvidas e medos vividos por mim.