Tudo.
Essa é a resposta. Tudo poderia dar errado.
Já havia se passado uma semana desde que eu firmei o acordo com Jeon Dongsun e o avanço que eu tinha até agora era um total de zero, nada, nadinha, porcaria nenhuma. Meu chefe me forneceu as principais informações sobre Jeon Jungkook, como por exemplo, os principais lugares que ele frequenta, os quis descobri não serem muitos, seu preferido com certeza deveria ser a cafeteria que ficava a mais ou menos uma quadra de sua faculdade.
Cheguei a esta conclusão porque ele simplesmente ia lá diariamente antes de sua aula. No princípio pensei que este seria um traço em comum entre nossas personalidades. Estava errado, pois o menino batia ponto no estabelecimento toda manhã para ordenar sempre a mesma coisa: um grande copo de chá gelado. Que tipo de ser humano escolheria tomar um chá no lugar de um bom café passado?
Dois dias depois da proposta do meu chefe, foi quando entrei naquele local pela primeira vez, exatamente às 07:15 da manhã, e senti o aroma de café recém passado acalentar minha alma. O estabelecimento se mostrou bastante aconchegante, preenchido por um balcão principal de madeira maciça, com mesas altas espalhadas pelo ambiente constituídas do mesmo material e lamparinas amarelas que traziam uma luminosidade amarronzada ao local, implorando pelo acompanhamento de um bom líquido quente para começar bem o dia.
Apesar de estar ali a trabalho, não tardei em pedir um café preto e forte, passado no filtro de forma tradicional, para então sentar-me em uma das mesas e varrer ao redor com um olhar afiado. Sabia exatamente quem procurava.
Apesar de ter visto somente uma foto de um adolescente por volta dos quinze anos, com o semblante enfezado no meio de vários homens empertigados em seus ternos caros, Jungkook tinha um rosto que dificilmente passaria despercebido mesmo naquela época. Tampouco seria difícil reconhece-lo agora.
Eu estava certo, afinal. Contudo, meus ouvidos foram capturados antes de meus próprios olhos, por uma risada fina e divertida, um tanto escandalosa e que facilmente seria confundida com a de uma criança.
Assim que atentei para onde vinha aquele som, minha visão caiu sobre ele. Ria sobre algo que o garoto de pele pálido ao seu lado falava com uma feição um tanto emburrada. Suas mãos adornavam um copo grande e transparente, cheio do líquido cor-de-pêssego, que suava pelo contraste do calor emanado das mãos do garoto em torno da bebida gelada.
Seu cabelo castanho escuro, que parecia da exata tonalidade de seus olhos à distância, balançava quando seu tronco sacudia em razão das gargalhadas que preenchiam o ambiente. O riso era contagiante, talvez, pensei, pudesse aproveitar-me desse momento de descontração para chegar mais próximo daqueles garotos e, quem sabe, conseguir iniciar uma conversa amigável.
Cogitava essa possibilidade quando o olhar de Jungkook encontrou o meu repentinamente. Surpreendi-me. Por menos de três segundos nos fitamos, no entanto, logo ele voltou a atenção ao outro rapaz. Nesse breve momento, tive a impressão de que ele me viu, mas não realmente me enxergou. Isso foi o suficiente para que eu perdesse a coragem e deixasse a ideia de aproximação para os próximos dias.
Ademais, além desse estabelecimento, segundo as informações que recebi de seu pai, o garoto saía todos os sábados à noite, contudo Dongsun nunca conseguiu descobrir para onde o filho realmente ia. Essa era a primeira das informações que eu deveria descobrir para o meu chefe, mas uma semana depois, tudo que eu tinha conseguido, de fato, era uma bunda quadrada de tanto ficar sentado na mesa da cafeteria. Apenas observava de longe Jungkook e seu amigo, sem qualquer ideia do que fazer para conseguir me aproximar.
Acontece que quando aceitei a proposta de Dongsun, esqueci-me de um pequeno detalhe: eu não tenho nenhum tato para fazer novos amigos. Passei toda minha adolescência mergulhado em livros didáticos e o mesmo se repetiu quando eu estava na faculdade. Nunca tive tempo de investir em novas amizades, tampouco tive vontade para fazer isso, a questão é que esses tipos de interações sociais sempre me deixavam estranhamente ansioso.
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ADVOGADO DO DIABO | pjm + jjk
FanfictionPara conquistar o cargo dos sonhos, o advogado Park Jimin estava disposto a qualquer negócio. Até mesmo conquistar a confiança do ingênuo Jeon Jungkook. O que ele não imaginava é que de ingênuo Jungkook não tem nem a sombra. jikook!flex | +18