Capítulo 7

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1/5 maratona

O restaurante que ele me trouxe era daqueles que pareciam ser muito caros. Tenho certeza que não conseguiria pagar nem por um copo de água. Mas pelo menos eu estou bem vestida.

No caminho até aqui, Nicolas me contou um
pouco sobre a sua vida. Ele tem vinte e cinco anos, formado em administração, morava em Curitiba mas se mudou para São Paulo porque recebeu uma proposta para trabalhar em uma dessas empresas importantes.

Eu cometi o erro de elogiar o carro dele, o que deu início a um monólogo interminável sobre carros. Muito chato. Eu fingia ouvir e de vez em quando soltava um "aham", "concordo". Graças a Deus chegamos no restaurante e ele parou com aquele assunto.

- Mas então, ainda não sei muito sobre você - ele diz assim que fazemos nossos pedidos.

Será que é por que você não parou de falar sobre si mesmo?

- Bom, eu tenho vinte e três anos. Me mudei para cá para fazer faculdade - digo.

- Que legal! Faculdade de que? - pergunta.

- Medicina, estou no quarto ano.

Vejo seu queixo cair.

- Você parece surpreso - eu digo.

- Estou, devo admitir. Sempre achei que garotas bonitas não poderiam ser tão inteligentes.

Eu olho para ele incrédula. Ele tinha mesmo dito isso? Que cara babaca!

- Bom, você está enganado. Eu consigo ser bonita e inteligente, já você, eu não posso dizer mesmo - digo. (autora/eu: uiii doeu em mim)

Ele me encara como se ainda estivesse digerindo as minhas palavras e por fim diz:

- Mas onde você faz? Alguma faculdade particular?

Ele insistia em ficar me rebaixando, como se eu
não tivesse capacidade para entrar para uma
faculdade federal. Vou jogar na cara dele o quanto eu sou incrível.

- Na verdade, eu faço na USP. Passei em segundo lugar. Também passei em outras cinco federais mas encolhi estudar aqui. Sabe como é, dizem que é a melhor - sorrio ao ver a cara de derrota que ele faz.

Depois disso, ele voltou a tagarelar sobre a vida dele. Eu só estava contando os minutos para queisso acabasse logo e eu pudesse voltar para casa.
Não estava mais interessada em nada sobre ele.

Enquanto íamos até o estacionamento do
restaurante, eu bolava estratégias para nunca
mais encontrar com ele no prédio de novo. Imagina ter que dividir o elevador com ele? Prefiro a morte. Porém sou supreendida quando ele me empurra, pressionando meu corpo na porta do carro.

- O que você está fazendo? - pergunto assustada.

- O que eu quis fazer desde que você apareceu
com esse vestido - diz sorrindo de um jeito muito esquisito.

Ele se aproxima e envolve suas mãos na minha
cintura. Percebendo o que vai acontecer, tento me soltar mas ele segura os meus braços.

Olho em volta, não tem uma alma viva nesse
estacionamento. Que inclusive é enorme. Eu teria poucas chances de alguém no restaurante me ouvir se eu gritasse. Mas não custa tentar.

- Socorro! Alguem me ajud...

Antes que eu possa continuar, ele pressionada sua boca na minha, abafando o som dos meus gritos. Começo a me desesperar e me debater para tentar me soltar.

- Agora vai fingir que não quer? Não foi para isso que veio? -ele diz.

- Você é nojento! Eu nunca deveria ter vindo! - eu grito.

- Pare de gritar ou vai ser pior - ele diz, segurando meus braços com mais força.

De repente tenho uma ideia. Um dia Sina me
disse que para desestabilizar alguém eu precisava dar um soco no pescoço. Eu espero que ela esteja certa, porque essa é a minha única chance. Só preciso dar um jeito de soltar um dos meus braços.

Vejo que ele se aproxima para me beijar de novo. Paro de me debater e deixo que ele pense que eu desisti.
Tenho vontade de vomitar ao pensar que sua boca está encostada na minha, mas me seguro. Só assim meu plano funcionaria.

Como eu imaginava, ele solta os meus braços aos poucos e volta a segurar minha cintura. Esse é minha chance. Em segundos, ergo minha mão e, com todas as minhas forças, dou um soco em seu pescoço. Ele solta um gemido de dor e dá alguns passos para trás, me dando espaço para fugir.

E eu corro. Corro como eu nunca corrí antes. Sinto lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Meus braços doem pela força com que ele os segurou e o ar começa a faltar. Mesmo assim não paro, não até ter certeza que estou longe o suficiente dele.

Assim que viro a esquina esbarro em alguém.
Como eu estava correndo, o impacto fez com que eu caisse no chão. Me desespero por medo de que Nicolas me encontre e logo me levanto, olhando em volta alarmada.

- O que aconteceu Any?

Eu não tinha me dado ao trabalho de ver com
quem esbarrei. Mas essa voz era familiar. Ergo os olhos e encontro Josh parado na minha frente, com um olhar preocupado me encarando.

Eu devia estar com a aparência horrível. Meu
cabelo estava todo bagunçado, meu vestido
amassado e, provavelmente, a maquiagem
borrada devido ao choro. Mas isso era o que
menos importava no momento.

- Ele tentou me...eu fugi e...- tento explicar mas
não sai nada.

Meu coração está batendo muito forte, não
consigo respirar direito e continuo chorando.

Josh segura os meus ombros e eu estremeço.

Como poderia saber se posso confiar nele?

Ele percebe minha hesitação.

- Eu não vou te fazer mal, ok? Estou aqui para
ajudar - diz com calma e eu sinto sinceridade em suas palavras. - Vai ficar tudo bem, você não está mais sozinha.

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sem palavras pra esse cap... se vc já passou por isso n se cale! denuncie! vc nn está sozinha!

deixem a estrelinha 🌟

comentem 🗣💬

e até daqui a pouco...

kisses, madu 💋

A Proposta ● Adaptação Beauany [Concluída ✅]Onde histórias criam vida. Descubra agora