march 12, 2020

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ANY GABRIELLY POINT OF VIEW ————————

Hoje é o dia. Dia que tudo vai mudar. Até agora não acredito em minha aceitação para universidade de Harvard, nunca imaginei que estaria a altura. Mas nesse exato momento estou retirando minhas malas do bagageiro para iniciar essa nova etapa de minha vida. Meu pais e minha irmã me ajudam com o carro, isso tudo é muito emocionante pra eles já que minha falecida avô e minha mãe estudaram lá e marcaram uma geração Kappa como brinde. Kappa é uma fraternidade dentro de Harvard onde moram várias meninas juntas na intenção de se unirem e se ajudarem. É muito importante pra mim entrar lá, poder ver o lugar que minha avó falou tanto antes de falecer e em como ele é cheio de lembranças faria eu me sentir mais perto dela.

- Tem certeza que pegou tudo? - diz minha mãe ao descarregar o porta-malas por completo. - Meia, desodorante, seu carregador que você sempre esquece.

- Já tá tudo pronto mãe pode ficar tranquila. - a interrompo e ela me analisa de cima a abaixo com brilho em seus olhos.

- Só quero que fique bem minha filha. - em meio às lágrimas que insistiam em cair de seus olhos, minha mãe me puxa para um abraço apertado. Aquele abraço foi a despedida, seis meses sem ver meus familiares. Eu até agradeceria por não ter que aturar alguns mas sei que vou sentir saudade desses também, famílias são assim. Após me despedir de meu pai, que mesmo divorciado de minha mãe fez questão de me trazer até aqui, abraço minha irmã e a aviso que ela pode ficar com meu quarto enquanto estou longe. Fala que provoca pulos de alegria em Belinha.

E agora eu estou aqui, dentro da universidade dos meu sonhos e prestes a me tornar uma irmã Kappa.
A casa Kappa tinha uma arquitetura mais rústica, com dezenas de pilastras, janelas pequenas e uma porta arqueada cor branca. Na fachada havia uma grande faixa de tecido escrito "Kappa's House". Subo a pequena escadaria analisando cada detalhe da parte externa. Alguns segundos depois perco minha vergonha e finalmente bato na porta. Não demora muito até a figura de uma garota loira aparecer em minha frente.

- Oi! Vem entra! - ela fala e faz um sinal com as mãos para que eu adentrasse o lugar. De início acho sua atitude estranha mas ela me olhava de forma tão animada que acabei cedendo.

Entro e me deparo com uma escadaria dupla com um corrimão de aço dourado. A garota me guia entre as portas da casa enquanto observo a imensidão de quadros que lá haviam. Pude ver que aquela casa era realmente muito bonita e elegante. Em outras épocas isso me daria ótimas fotos no Instagram.
Quando chegamos no cômodo que julgo ser a sala de estar avisto sem brincadeira cerca de 200 meninas meninas naquele espaço enorme.

- Todas elas vão morar aqui? - pergunto desentendida e faço minha companhia soltar uma risadinha.
- Não, elas só vão fazer um teste para tentar passar. Tenho pena de quem não vai poder entrar mas são as regras. Só quinze de todas essas vão poder entrar. - ela fala e fico impressionada como tantas meninas desejam entrar para este lugar. - Eu não devia ter tido isso, você está nervosa agora. - eu realmente tinha ficado. - Qual seu nome? - ela questiona aleatoriamente.

- Any Gabrielly.

- Sobrenome também minha filha não tenho bola de crital. - atendimento impecável que esse lugar tem.

- Rolim Soares. - ela me encara e logo depois abre um sorriso em seu rosto.

- Você é uma das herdeiras. - fala alegre. - Não se esquenta querida você já tá dentro. - uma sensação de alívio percorre meu corpo e me permito relaxar. Eu consegui. Sou uma irmã Kappa.

- Vem a Sina deve estar louca pra te conhecer. - sem mais nem menos ela pega minha mão e vai me arrastando em meio multidão de garotas que presenciavam o local. Talvez eu até tenha derrubado a bebida de uma delas, mas enfim, quem se importa não é?! Ao decorrer a sala inteira outra garota loira, que pelo meu ver só tem loiras aqui, vou chamar de loira número um e loira número dois. Minha companhia cutuca as costas da garota levemente e ela se vira. Ela possui um belo par de olhos verdes, uma sobrancelha incrivelmente bem feita e algumas sardas em seu rosto. Me encarou de cima a baixo durante alguns segundos e quando viu me rosto deu uma risada. Ok, eu não entendi.

Crazy Fraternity | noanyOnde histórias criam vida. Descubra agora