3.

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A vida para Dinah não poderia estar melhor, havia recebido alta do hospital há 1 mês e consequentemente voltado para casa ficar de repouso por mais algumas semanas.

Mas o que mais estranhou, foi quando voltou para casa e Zendaya não estava lá, nem mesmo suas coisas. Pensou por um momento, que Zendaya havia saído para mais uma de suas viagens de negócios, então não se preocupou tanto.

Já Normani vivia em uma rotina desgastante, era acordar, estudar, comer e dormir. Não aguentava mais de saudades de Dinah, saudades dos seus beijos e de suas carícias. Normani se via perdida, e só se acharia quando Dinah voltasse para seus braços.

Normani suspirou, contou até três e seguiu o caminho de volta para seu prédio. Sentiu algumas tonturas enquanto caminhava, pensou ser por conta do frio que rodeava seu corpo mal agasalhado.

O mundo parecia desabar em cima de Normani, mas em forma de chuva. Praguejou-se mentalmente por não ter trazido consigo um guarda-chuva, a única coisa que lhe protegia eram suas botas de couro, pois o resto de suas vestes já estavam ensopadas.

Quando finalmente dobrou a esquina de sua rua, suas pernas quase foram ao chão. Avistou Dinah distraída olhando para o prédio em que morava.

Já Dinah nem lembrava o que havia ido fazer ali naquele dia frio e chuvoso, somente se lembrou desse prédio como se fosse algo marcante de sua infância.

Normani se aproximou com cautela, temendo que Dinah se assustasse e a chamasse de maníaca novamente, mas assim que chegou perto, Dinah deu meia volta e saiu. Pediu um táxi algumas quadras dali e esperou.

Enquanto voltava para casa, Dinah sentiu uma forte dor de cabeça seguida de uma tontura e quase desmaiou no banco de trás do táxi algumas vezes durante o percurso.

Pagou o motorista e saiu do veículo cambaleando em seus próprios pés. A única coisa que deu tempo de fazer, foi entrar em sua casa e retirar seu casaco molhado, pois a luz se apagou logo em seguida.

— Merda! — Dinah praguejou irritada, chutando qualquer coisa que aparecesse em seu caminho.

O dia ainda estava claro, então conseguiu achar uma vela vermelha dentro de uma das gavetas da cozinha. Junto com as velas, achou um saco de balões com formato de corações vermelho e uma rosa murcha. Não se lembrava como aquilo havia parado ali, deu de ombros e pegou somente a vela.

Com a ajuda de um isqueiro, acendeu a vela e clareou o caminho até o banheiro. Largou a vela em um canto qualquer do cômodo e despiu-se, tomando um banho quente para ver se conseguia se livrar do mal estar que sentia.

Em poucos minutos de banho, sua dor de cabeça voltou à tona. Sentiu as pernas tremerem e o banheiro girar.

Algumas vozes invadiram sua cabeça, junto à imagens borradas do que parecia um flashback. Caiu no chão do banheiro e tentou reconhecer a cabeleira cacheada que agora invadia sua cabeça, mas tudo se escureceu, e o que ouvia agora era um zumbido chato.

Flashes de vários momentos com Normani rodearam sua cabeça, era como se sua memória estivesse de volta. Apareceu até o dia do acidente, lembrou-se de quando pegou o carro e dirigiu em alta velocidade. Era isso, sua memória estava voltando, e com ela, seus sentimentos por Normani.

Já no outro lado da cidade, Normani comia sua janta enquanto pensava em sua amada. Mesmo depois de um mês, doía demais ficar longe da morena que tanto amava. Sentiu um pressentimento ruim e uma dor fraca no peito, como se parte de si estivesse desmoronando.

Lavou seu prato e foi direito para o quarto, deitando em sua cama macia. Mas logo levantou assim que ouviu um barulho estranho vindo da sua cozinha. Pegou seu taco de beisebol, que era inútil até o momento e seguiu em passos lentos até a cozinha.

Assim que se deparou com uma figura branca e de cabelos pretos, soltou o taco na hora. Era sua vizinha Lauren, que entrava às vezes em seu apartamento para roubar comida de sua geladeira.

— Lauren! — Gritou Normani com a mão no peito, assustando a mulher em sua frente.

— Normani, pensei que você não estava em casa! — Disse com as mãos cheia de pacote de doces, logo se atirando no sofá confortável da negra.

Lauren era vizinha de Normani, apesar de rica, entrava em seu apartamento às vezes para roubar comida da cozinha da negra. Era só mais uma folgada, mas que também era uma das melhores amigas de Normani.

— Ela ainda não lembrou? — Falou com a boca cheia de doces, não se importando se havia caído algum pedaço no sofá caríssimo de Normani.

— Não. — Torceu o nariz e suspirou cansada, se jogando ao lado de Lauren.

— Ah, não fique assim, logo ela lembra e desencarna daquela peste da Zendaya. — Lauren proferiu tais palavras com os olhos vidrados na televisão.

— Você chama sua namorada de peste? — Normani arqueou as sobrancelhas.

— Sim, e chamo Camila de inútil também. — Lauren se levantou e rumou até a porta, saindo em seguida. Normani ficou com um semblante confuso, mas não era de se esperar nada de Lauren.

Desligou a televisão e deitou no sofá, logo sentindo os olhos pesarem. Se acomodou e dormiu.

amnésia x norminahOnde histórias criam vida. Descubra agora