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Dinah correu por sua casa com uma toalha amarrada na corpo e procurou pela sua aliança que havia sido retirada pela mesma no dia do acidente. Achou o anel prateado jogado de baixo do sofá e imediatamente pôs no seu dedo anelar direito. Escorou sua coluna no sofá e sorriu de felicidade, até começou a rir consigo mesma. Estava feliz demais, não pensou duas vezes em correr em direção ao seu quarto e vestir uma roupa.

Já era noite, Dinah se jogou em sua cama exausta, sua cabeça ainda processava todos acontecimentos ao lado de Normani. Acabou que pegou no sono alguns minutos depois.

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Passada a noite, o despertador de Normani soou em seus ouvidos. Esticou o braço para desligar o relógio mas o mesmo somente flutuou no ar. Normani se inclinou para o lado e caiu do sofá que dormiu.

— Ótimo, não tem como o dia ficar melhor. — Falou ironicamente já sentindo a dor em suas costas, resultado da noite que passara dormindo no sofá.

Colocou uma de suas roupas casuais e jogou sua bolsa pelo ombro. Mais um dia de faculdade, mais um dia longo e pacato.

Viu que estava um pouco adiantada, sobrou alguns 30 minutos para a mesma fazer o que quisesse. Se sentou no sofá cansada.

Normani não estava cansada fisicamente, e sim psicologicamente.

Começou a chorar. Chorou olhando para sua aliança que ainda estava em seu dedo, chorou olhando pra sua bolsa da faculdade, chorou olhando para seu apartamento vazio e sem graça. Estava sozinha, novamente.

Antes de Normani conhecer Dinah, o cacheada havia sido abandonada, sozinha e sem nenhuma direção para seguir.

Teve uma namorada chamada Jilly, que o prometeu ficar sempre ao seu lado.

E surpresa; Jily a abandonou. A trocou por um menino qualquer que havia conhecido em um bar e a deixou sozinha.

Normani arriscou tudo pela garota, mudou seu curso de medicina para administração justamente para ficar perto da garota, mudou de cidade para poder encontrá-la sempre e até deu um pouco de dinheiro para a mesma conseguir se sustentar, mas tudo isso resultou em Jilly plantando um par de chifres na cabeça de Normani.

Já Dinah havia achado Zendaya na sua cama com outro rapaz, o seu secretário. Chorou todo o líquido que existia em seu corpo somente naquela noite.

A cacheada e a morena sentiram que nunca mais iriam confiar em ninguém, até aquela noite chuvosa na estação de metrô.

Maldito dia em que o carro de Normani resolveu estragar, fazendo a mesma ter que pegar o metrô para voltar para sua casa. Acabou esbarrando no amor da sua vida.

Normani e Dinah estavam indo nas mesmas direções, até que o ombro de Normani esbarrou no peito de Dinah, fazendo a mesma cambalear para trás. Desde então, o amor das duas vem crescendo mais e mais.

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Já passava das 7 horas da noite. O dia correu como um furacão para Dinah, mas para Normani, o dia foi lento igual uma tartaruga.

Normani deixou seu carro no estacionamento de seu prédio e pegou o elevador. Soltou um suspiro cansado e abriu sua bolsa, procurando por sua chave.

O elevador parou no 6º andar, logo a negra pulou para fora do elevador e tomou seu rumo até o final do corredor, onde sua porta sem decoração alguma estava posicionada.

Achou estranho quando viu seu tapete de entrada bagunçado. Se agachou na frente do tapete e tateou pela sua chave reserva. Sem sucesso na procura, Normani começou a estranhar.

"Talvez eu só tenha esquecido de por aqui de novo" pensou ela.

Colocou a sua chave na fechadura e tentou gira-la para destrancar a porta, mas percebeu que a mesma já estava aberta.

Ah não!

Sua vida já estava uma bela de uma merda, e para completar, seu apartamento fora roubado.

Normani já estava se lamentando sem nem ter pisado no apartamento, mas parou assim que ouviu um barulho vindo do interior do local.

Pegou seu spray de pimenta dentro da sua bolsa e adentrou seu apartamento em passos pequenos e leves.

— Lauren, é você? — falou em um tom desconfiado. Ia acender as luzes quando pisou em alguma coisa no chão. Olhou para baixo imediatamente e avistou uma margarida.

Sua testa se franziu em total confusão. Como aquela flor veio parar ali?

Olhou para frente e percebeu que haviam mais margaridas espalhadas pelo chão, fazendo uma rota que dobrava seu corredor.

Foi colhendo todas as margaridas que estavam no chão. Dobrou o corredor e viu que as margaridas iriam o levar direto à sua sacada, a mesma que dava vista para toda Nova Iorque.

Andou em passos lentos, ainda desconfiada. Percebeu uma iluminação fraca vinda do lugar onde estava indo.

Em suas mãos já se encontrava um buquê de margaridas. Suspirou fraquinho e logo parou em frente à porta da sacada. A abriu com cautela e se deparou com um silhueta que conhecia muito bem em sua frente.

— D-Dinah?! — Normani pôs a mão no peito. Observou a morena dar um sorriso fraco e o olhou de cima a baixo.

— Normani, meu amor. — Dinah balbuciou, já com lágrimas de saudade e felicidade escorrendo por seu rosto. A morena logo foi de encontro com Normani, a abraçando como se não houvesse amanhã.

Normani tratou de retribuir na hora, já com o choro entalado em sua garganta também. Sentiu tanta falta daquele abraço.

— Eu lembrei, Normani. Eu lembrei de tudo. — Disse, quebrando o abraço e olhando nos olhos da negra.

— Eu lembrei do nosso aniversário de namoro que eu acabei esquecendo, eu lembrei de quando você me apresentou para sua mãe, eu lembrei de quando quase adotamos um filhote que iria ser nosso filho, eu lembrei de todos nossos planos. — Falou tudo meio rápido.

— Eu lembrei que você ama margaridas e ama essa sacada. Eu lembrei do nosso amor, Normani. Eu amo você. — Secou uma lágrima teimosa que escorria pelo rosto do loiro.

— Me desculpe ter esquecido de você, desculpe por pensar que Zendaya era minha namorada, me desculpe por te chamar de maníaca, você sabe que não foi minha culpa e... — A morena foi calada. Foi calada por um beijo de Normani. Céus, como poderia ter esquecido daqueles lábios tão doces?

Se envolveram em um beijo lento e cheio de saudade. A mão de Dinah pousava na cintura da cacheada, enquanto as de Normani estavam no rosto de Dinah.

Acabaram o beijo em um selinho demorado.

— Dinah Jane, você é o amor da minha vida. Você apareceu com a luz no momento em que tudo era escuridão. Eu te amo e vou te amar para sempre, mesmo que você acabe esquecendo de algo pelo caminho.

E naquela noite, fora concretizado que o amor que Normani e Dinah nutriam iam além de uma paixão qualquer. Seu amor superava barreiras e até esquecimentos.

— Eu te amo, Dinah.

Fim

amnésia x norminahOnde histórias criam vida. Descubra agora