Paraíso Infernal - Parte 1

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A classe "A" realmente era "A classe A".    Estávamos em um jatinho, completamente privado. As poltronas de couro eram brancas, aconchegantes e espaçosas, bem diferentes daquelas da classe econômica, na qual eu vim quando estava vindo para o Canadá.   

- Iremos sair em dez minutos, peço que se sentem em suas poltronas e apertem os cintos. - disse a acompanhante de voo, e assim eu e Josh fizemos.   

Fiquei olhando para a janela enquanto o jatinho corria pela pista e levantava voo.    

Depois que já estávamos voando, podemos nos soltar e andar normalmente pelo jatinho. Tentava evitar Josh ao máximo, mas tínhamos que ficar sentados um de frente para o outro, próximos, tínhamos que fingir algo que não era real.    

- Olá, eu sou Michelle, e irei ser a acompanhante de voo de vocês. Gostariam de comer alguma coisa? - perguntou sendo gentil, com um sorriso no rosto, como todas elas deveriam ter.   

- A acompanhante de voo, por favor. - Josh disse mordendo os lábios, olhando-a de cima até em baixo.   

Ela me olhou assustada, enquanto eu o encarava irritada.   

- Ops, força do habito. - ele riu. - estou com fome, não tomei café da manhã, quero waffles com morangos e mel. - ela assentiu.     

- E você, senhorita? - perguntou olhando pra mim.   

- Pode ser o mesmo, mas de chocolate. - ela sorriu e se retirou, deixando nós dois a sós de novo.   

- Vou dizer a você como as coisas vão funcionar - ele disse cruzando seus braços e me encarando. - Eu mando em você, e você nem ouse mandar em mim. Quem manda naquela mansão, para onde você vai depois da viagem, sou eu, todos devem obedecer minhas ordens. Meus amigos, aqueles que você conheceu no Demon, também moram lá, então vá se acostumando em ter que conviver com várias pessoas. E repito de novo, nada de ficar de graça com outros homens, não quero ser taxado de corno.   

- E o que foi que você fez aqui, com a Michelle? Eu fui taxada como corna.   

- Mas você é você, to pouco me fodendo pra isso, eu sou eu. Eu posso mandar em você, você não pode mandar em mim, simples assim.   

- Você é mesmo um imbecil, não é?   

- Se eu fosse você, tomava cuidado com suas palavras.   

- Idiota. - antes que ele pudesse revidar (ou dar um soco na minha cara) Michelle chegou, trazendo nossos pedidos em um carrinho.   

Tomamos café da manha e ficamos mexendo em nossos celulares para a hora passar. Depois do almoço, caí no sono e só acordei quando Josh me chamou.   

- Acorda logo, porra. Já chegamos. - ele me chacoalhou.   

Suspirei e bocejei.   

- Suave como uma tijolada na cara. - resmunguei, fazendo-o revirar os olhos.   

Saímos do jatinho e já havia um carro nos esperando. Até que não seria nada ruim levar essa vida de rica por um ano.   

Quando eu era amiga de Sabina, sempre imaginei como seria viver sua vida perfeita por um dia. Ser bajulada, amada e desejada por todos. Ela sempre tinha tudo o que queria, as bolsas antes de serem lançadas, os sapatos usados por modelos super famosas e cada ano ela parecia com um modelo de carro diferente na escola.    

Agora eu iria viver uma vida assim.   

Entramos na BMW preta que nos aguardava, e o motorista colocou nossas bagagens no porta malas. Seguimos então para o hotel, já passava da uma da manhã. Chegamos bem tarde, foram mais de quinze horas de voo, mas estávamos aqui.   

A filha do gângster | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora