Bad Trip, ou talvez não, mas talvez sim.

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Notas do autor:

Oi gente!
Tive essa ideia ao assistir um dorama chamado W em meados de junho e ela ganhou gás com uma fanart que eu vi essa semana. Eu vou tentar fazer essa história curta, mas vamos ver.

Espero que gostem, pq eu não sei exatamente o que estou fazendo aqui.

*

Eijiro Kirishima acordou segurando a caneta em frente à mesa digitalizadora. Sua cabeça doía como se houvesse levado uma surra. Esfregou os olhos pesados, olhando o relógio de pulso. Caminhou por seu espaço de criação, sentindo os calcanhares doerem de frio, sem sequer olhar ao redor. Bebeu um copo enorme de água gelada para saciar a sede. Não recordava-se de ter bebido tanto. Pegou um analgésico, preparou um café solúvel, sentou-se no sofá e ligou a TV, mas sem necessariamente querer assisti-la. Encolheu-se no canto e esfregou uma das têmporas, tentando dar alguma atenção ao noticiário, sem sucesso. 

"...A previsão do tempo para a cidade é de muita chuva, com temperaturas variando de 14 a 23 graus…"

Lembrou-se que Kaminari, amigo e membro de sua equipe, o havia convidado para beber para ver se ele conseguia abandonar o bloqueio, afinal, eles tinham um prazo a cumprir. Mas aquela ressaca só piorava as coisas. 

"...A pergunta que todos fazem no momento é onde está Ground Zero?..."

A frase soprada do eletrônico fez com que se agitasse. Como assim onde Ground Zero estava? Levantou-se, surpreso, e aumentou o volume.

"Fãs do país inteiro surpreenderam-se com o sumiço do célebre herói dos quadrinhos. Pôsteres de bancas de jornais completamente vazios foram arrancados por fãs que se perguntavam o que ocorreu. Os stands de papelão em frente às livrarias também amanheceram vazios."

A imagem mudou para um garotinho de aproximadamente 11 anos:

"Eu acordei e fui ler o gibi que eu comprei ontem, mas o Ground Zero não estava lá!"

O garoto folheava o gibi nervosamente. O herói não estava em nenhum dos quadros que deveria estar. 

"Não há explicação! É como se o fenômeno nunca houvesse existido. Alguns culpam o criador de Ground Zero, Eijiro Kirishima, que deve começar a receber processos junto a sua editora por fraude, danos morais e…"

Kirishima não quis ouvir mais nada daquilo. Voltou ao escritório, zonzo. Olhou para as parede procurando os protótipos dos desenhos. Olhou edição por edição em sua estante, jogando-as nervosamente pelo chão. Ground Zero não estava nas capas, nas páginas, nos desenhos, em lugar nenhum. Até as figures pareciam simplesmente ter criado vida e fugido. 

Nem ele era capaz de explicar o que estava acontecendo. Segurou os cabelos vermelhos, sentado no chão em meio àquela bagunça. Ouviu o telefone vibrar. O caçou entre os papéis. Havia pelo menos 237 chamadas perdidas, muitas de sua editora. Não tinha cabeça para aquilo. 

Precisava ser otimista! E se ele desenhasse? Sentou-se em frente à mesa digitalizadora. Fez um breve rascunho do seu herói: granadas nas mãos para acumular seu suor. Sorriso ardiloso. Cabelos espetados, uniforme escuro e pontiagudo. Gostava muito de desenhar seu personagem. Quando finalmente acabou, chegando à conclusão de que aquilo não o levaria a lugar nenhum, o desenho simplesmente sumiu. 

SUMIU!!!!!!!

Tentou rabiscar de novo, sem sucesso. Desenhou brevemente o mentor de Ground Zero, Best Jeanist e não teve problemas. O que estava acontecendo?

Ground Zero não era exatamente o que se esperava de um herói e talvez por isso as pessoas gostassem dele. Estava longe de ter sido feito em açúcar, tempero e tudo de bom. Tinha problemas de personalidade que o desenhista fez questão de desenvolver com a história. Às vezes era um pouco bruto demais. Falava palavrões em excesso… Mas era másculo! Ainda mais quando não trajava o disfarce. O herói podia ser um sucesso, mas Kirishima gostava mesmo era de quem estava por trás da máscara: Kitsuki Takugou.

Onde Está Ground Zero?Onde histórias criam vida. Descubra agora