Obsessão

Capítulo 1

                 "O editor-chefe é um gato", ouço falar uma das garotas da nova equipe.

Trabalho na Editora Guen há menos de quatro meses, faço estágio na Faculdade de Letras, a editora onde trabalho contrata estagiários com grande procura, pois além de proporcionar um baixo salário também a torna popular.

A verdade é que a editora estava com a economia quebrada e prestes a fechar as portas, mas por milagre o novo editor-chefe mudou tudo com inovações na empresa levando-a ao sucesso.

Então, graças a um orgulhoso empresário, estou estagiando em uma empresa quase bem-sucedida.

Trabalho lendo manuscritos e editando, mas a melhor parte do trabalho é quando eu saio. Além disso, esta manhã ganhei o infeliz trabalho de dirigir os novos estagiários.

"Então, os manuscritos são entregues em suas mesas e no final da jornada de trabalho vocês devem me dar aqueles que se enquadram no perfil de nossa editora ..." expliquei com falso entusiasmo, dane-se quem me atribuiu essa nova função .

Termino a explicação e subo ao terceiro andar de escadas, onde fica meu escritório. O prédio da empresa fica no centro, tem uma aparência moderna tanto por dentro quanto por fora, meu andar é o mais calmo e meu lugar preferido. Ando pelo corredor sentindo uma forte dor nos pés, não foi uma boa ideia usar meu sapato de salto.

"Como estava Erika?" Minha colega pergunta com entusiasmo, enquanto eu tiro meu sapato e calço uma sandália.

"Foi uma tortura" digo rindo, nesse momento o editor-chefe entra em nossa sala. Eu me pergunto se ele ouviu o que eu acabei de dizer e eu coro, ele com certeza ouviu.

Ele pega um manuscrito editado da mesa, faz um movimento para sair, mas volta e olha para mim. Meu coração congela.

"Lembre-se de comprar saltos mais confortáveis", diz ele e sai da sala sem olhar para trás novamente. E fico extremamente irritada.

Fico perplexa com Carla, que ri, e ameaço jogar meu sapato nela, fazendo-a rir ainda mais.

"Como alguém pode ser  tão arrogante?" Pergunto indignada para Carla, que parou de rir.

"Amiga, os ricos são estúpidos por natureza", ela responde.

Depois de um longo dia de trabalho, finalmente é hora de ir embora. Desço ao primeiro andar com a Carla, depois ela me convida para ir a um bar.

"Erika, vamos com Dan e eu, por favor", ela pede.

Meus planos para a noite não contam em ir a um bar e segurar uma vela, e sim vestir meu pijama da Sailor Moon e assistir Netflix, mas acabo cedendo. "Vou, mas só para um shot, amanhã acordo cedo", digo.

Não sei porque sempre concordo com o que não quero fazer, mas no que se refere à Carla não me importo, ela é uma das pessoas mais importantes para mim, dividimos o mesmo apartamento e tiramos sorte  grande de estagiar na mesma empresa.

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 Chegando ao bar percebo que é mais luxuoso do que imaginei, pois o Dan tem costume de levar a Carla a qualquer butiquim,  tem um lustre no centro, imita uma discoteca dos anos 90 mas com toques modernos. Sento-me no balcão do bar e peço ao bartender um gole de vodca. Logo, Dan expressa seu narcisismo grandioso, falando sobre como  é incrível.

"Hoje é por minha conta, podem pedir o que quiserem" ele diz e vira para Carla dando um beijo babado em seu rosto.

Ás vezes ele parece ser um adolescente, mesmo sendo o mais velho entre nos.

Não entendo como Carla se interessa por homens como Dan, ela não é como qualquer garota. Carla tem uma alma gentil, ela é linda por dentro e por fora, ela tem a mesma bela aparência dos romances de Jane Austen. Eu me perco olhando para ela na pista de dança, vendo seus cachos loiros balançarem e eu não noto o homem entrando no bar até que ele se senta ao meu lado.

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*Nota da Escritora*

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Espero que tenham gostado, até o próximo capítulo 

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