CAPÍTULO ÚNICO

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Todos tinham a visão de um acampamento: pequenos chalés onde campistas lindos e amigáveis dividam o ambiente, atividades diárias e divertidas, instrutores legais e maravilhosamente gatos.

E a realidade não era nem perto disso. Pessoas rudes, chatos e ignorantes, cheias de si, iam desde os campistas até os diretores do acampamento, passando por instrutores e tias da cantina. Os chalés existiam, mas não eram para todos os campistas, era de uso exclusivo de sócios do Camp Fox Lacker ou para pessoas que estivessem dispostas a pagar caro por uma cama beliche em um quarto com um indivíduo estranho e esquisito. As atividades diárias eram tudo menos divertidas, correr entre pneus, escalar árvores, correr em volta do lago, vôlei, entre outras atividades faziam com que os adolescentes preferissem voltar a escola e ter apenas uma aula de educação física por semana.

E sobre os instrutores? Todos rabugentos e a maioria eram casados e já estavam na casa dos trinta e com filhos.

– Você vai adorar o acampamento! – a menina loira disse em seu tom de voz agudo. Babi era empolgada e animada com qualquer coisa. A menina de 16 anos parecia ter saído de um filme de adolescente americano, tinha semelhanças com a Barbie – loira, olhos azuis, sorriso maníaco e tinha um guarda-roupa imenso – e também parecia com uma líder de torcida maníaca por atenção e por se melhor que todos. – As atividades são incríveis, os chalés lindos!

– Sério? – perguntou a morena que a seguia pelo tour no acampamento. Até onde a morena tinha visto nada ali parecia empolgante e incrível. Cailin era nova no Camp Fox Lacker, seu primeiro dia era hoje e ela não parecia nenhum pouco fascinada pelo o que via. Foi para no acampamento pois viu o folhetim encima de sua mesa um dia, ficou um pouco encantada pelo slogan do lugar – Viva, seja livre.

Cailin era morena, mais baixa que Babi, porém mais velha em alguns meses, logo também tinha 16 anos. Seus olhos verdes se movimentam inquietos e assustados com os novos padrões e pessoas que via, quando cruzados com os de outras pessoas institivamente eles miravam seus tênis.

– Não. – Babi respondeu e começou a gargalhar. – Aqui é um saco, alguns chalés tem cheiro de chulé! – disse quando se recuperou dos risos.

– O nosso tem?

– Não, meu pai manda alguém vir limpar ele uma semana antes de eu vir pra cá.

As duas meninas caminhavam entre algumas instalações do acampamento, mas logo a frente já começava a surgir alguns chalés.

– A garota com quem você dividia o lugar, o que aconteceu com ela? – Cailin tinha ouvido algumas meninas falando de Babi e de uma outra garota, diziam que Babi a enlouqueceu. Que Babi era maluca e sua amiga de quarto surtou e nunca mais apareceu no acampamento.

– Merydian? – a loira perguntou e se virou para a morena a analisando-a – Não sei o que houve. Porque a pergunta?

Cailin deu de ombros e voltou a mirar o chão.

Babi analisou mais uma vez, seu sorriso se transformando em algo desconhecido por um segundo.

– Esse aqui é nosso chalé, o número 7. – a loira apontou para um dos chalés que estavam arrumados em linha reta, ele era simples e seguia o mesmo padrão dos outros, não tinha nada de especial.

Babi deixou que a novata entrasse primeiro. Cailin se deparou com paredes de madeira escura, mas móveis brancos e uma decoração clean e moderna. Duas camas de solteiro estavam no meio do quarto, uma delas tinha acolchoados rosa e outro em um tom de azul clarinho. Um sofá cinza estava na frente das camas, nele havia almofadas de todas as cores e texturas, uma mesa de centro branca com algumas revistas empilhadas. Em uma das paredes havia um armário grandioso, ele era branco e tinha um enorme espelho no meio; na parede enfrente havia uma estante em forma de quadrados, nele havia livros e alguns sapatos, também haviam espaços em branco, Cailin presumiu que fosse para que ela colocasse alguma de suas coisas.

COUNTING STARS (MAGCON)Onde histórias criam vida. Descubra agora