⁂ VI ⁂

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PREDIÇÃO



Jimin sabia o que aquele olhar significava. Jeongguk estava tentando não ser óbvio, mas o alfa era péssimo nisso. Era o quinto dia desde o casamento e o elo deles, um café da manhã comum. Mas Jeongguk não conseguia parar de olhá-lo como se fosse um cãozinho e Jimin tivesse um graveto para arremessar para ele.

A questão infelizmente não era tão simples. Jimin sabia o que Jeongguk esperava dele como esposo e ômega; carinho, palavras doces, marcá-lo com seu cheiro. E Jimin havia dado a ele uma abertura na noite anterior. E... jogando para ele um graveto, Jimin entendia que Jeongguk voltaria pedindo por ainda mais.

— Nós deveríamos conversar sobre o nosso estro — Jimin disse, pegando o alfa de surpresa.

Jeongguk largou seu pedaço de pão sobre a mesa, incapaz de dar a próxima mordida.

— Nós temos alguns dias... — ele respondeu com certa timidez. Jimin podia ser direto demais às vezes.

— Você tem agido mais carente esses dias. Eu acho que o seu estro vai começar um pouco antes do meu e deveríamos conversar sobre isso antes de acontecer.

Jeongguk acenou em concordância.

— Você tem razão. — ele disse. — Eu sei que você tem alguns... receios com intimidade, e nós nos conhecemos há pouco tempo, então... Eu quero que você saiba que nós não precisamos dar esse passo ainda. Eu não ligo em ir devagar.

Jimin suspirou. O ciclo estral ocorria uma vez ao ano, antes do inverno. As temporadas de acasalamento eram propositalmente próximas, na esperança de que todo lobo tivesse um par quando a hora chegasse.

— Nós temos um elo. — disse. — Você vai precisar de mim... E eu de você.

Até então, Jimin havia passado seus três estros anteriores sozinho. O lobo dele sofreu por não ter alguém, e Jimin não deixou a dor vencê-lo. Agora que tinha um elo, ele sabia que seria praticamente insuportável ficar longe de Jeongguk. Sua mente não o deixaria ter paz.

— Então, você quer passar esse estro comigo? — Jeongguk perguntou.

Jimin quase revirou os olhos. Não é como se ele realmente quisesse aquilo.

— Sim, Jeongguk — ele disse e então ignorou o olhar ainda mais esperançoso do alfa. Ele podia quase vê-lo abanando o rabo e uivando com a notícia de que seu ômega estaria por perto.

Jimin pegou a fatia de pão abandonada e a colocou na boca semiaberta do alfa. Ainda estamos comendo café da manhã, ele tentou lembrá-lo.

Jeongguk mastigou a comida, mas seus lábios mantinham um sorriso insistente.

Jeongguk saiu para seguir com suas tarefas do dia pouco depois. Ele deu um leve beijo na bochecha de Jimin antes de se despedir e sair praticamente correndo.

Uma vez que estava sozinho na cabana, Jimin tocou o lugar com as pontas dos dedos. A pele estava quente sob os dígitos dele. Jimin não poderia dizer o motivo com exatidão. Talvez ele estivesse corando, ou talvez Jeongguk apenas tivesse aquele efeito nele.

Jimin planejou passar o resto da tarde desocupado. Ele poderia visitar Sulhwa e Seyoung, mas não queria atrapalhá-las. Com a mudança para o vilarejo novo, as duas finalmente estavam fazendo amizades de verdade — que não fossem uma a outra — e Jimin deveria deixar elas livre dele por pelo menos mais alguns dias, até que a síndrome do ninho vazio viesse à tona.

Ele escutou batidas na porta cerca de uma hora depois.

— Boa tarde, Jimin! — Hoseok disse assim que a porta foi aberta. O ômega mais velho sorriu radiantemente para ele.

Elo  |  jikook ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora