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Fui pra aula e depois recebi um torpedo de Júlia

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Júlia: preciso falar com você
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Nem respondi. Quem ela acha que é né. Fui pro quarto e só me joguei na cama. Não tinha ninguém e eu tava cansada do treino. Semana que vem eu jogo e preciso de foco. Quando ia cochilando, Júlia entrou no quarto

- por quê não respondeu minha mensagem? - ela chegou berrando jogando suas coisas na cama e sentando ao meu lado. Eu só sentei na cama e não respondi nada. - olha, desculpa de verdade, eu quero te explicar o que aconteceu tá bom?
- por quê agora e não antes? - ela se aproximou o bastante de mim até me dar um beijo. Um beijo glorioso e magnífico. Seu brilho labial de cereja tinha un gostinho doce e minhas mãos já estavam entre seus cabelos sem que eu percebesse. Depois de um longo minuto, ela me soltou
- porque eu tava tomando coragem pra fazer isso - eu fiquei muito confusa com o cenho franzido, ofegante e não disse uma palavra enquanto olhava pro chão. Depois de longos segundos em silêncio ela completou
- o que foi? - ela perguntou aflita
- eu não sei se... - disse gaguejando
- se??
- se isso aqui vai rolar. Desculpa, eu não sou lésbica - eu disse e fui pro banheiro deixando ela com a expressão frustrada. No banheiro eu chorei muito porque não entendia a complexidade daquele beijo e sobre o que ela disse. Ao sair do banheiro horas depois, ela já não estava lá. Deitei e na verdade não dormi, eu não consegui pregar o olho até o dia seguinte.

- passa a droga da bola! - gritou uma das garotas do time quando eu parei no tempo no campo assistindo o ensaio das líderes de torcida. Elas treinavam no campo ao lado.
- fica esperta novata, não vai se apaixonar por nenhum rabo de saia, você joga semana que vem - disse uma das garotas passando por mim. Não entendi o que ela quis dizer com aquilo. Nos dias seguintes, não via mais Júlia treinando, não a via no quarto e em lugar nenhum. Ela literalmente sumiu do mapa.

- ow Brig, cadê a Júlia?
- por quê iria querer saber dela newton? - disse ela em tom seco saindo do quarto
- o que aconteceu com ela? - perguntei a Lia
- eu não sei. - ela saiu do quarto em seguida.

Se passaram alguns dias e eu tava indo muito mal nos treinos, matérias, minha cabeça tava pesada, eu tô pra surtar. No dia do jogo, vi Júlia se aquecendo e apenas olhei de longe. O jogo foi um fracasso. Eu não fiz nenhum gol, mas pelo menos ganhamos de 1x0 nos pênaltis. No fim do jogo, todo mundo foi embora, até a torcida. Mas eu chorei por horas na grama do estádio. A minha vida tá um fracasso. Levantei a cabeça e vi Júlia passando.

-hey?!
- não enche. - disse ela sem nem olhar pra mim. Coloquei as chuteiras rápido e corri atrás dela.
- o que aconteceu contigo? Você sumiu! - ela nem respondeu, só continuou andando. Peguei em seu braço fazendo ela parar.
- o que você quer cara? - ela falou com expressão de desgosto, por impulso eu a beijei, foi um selinho rápido pois ela me empurrou - o que você quer de mim? Qual é a tua? Droga! Eu me declarei pra você! Eu te beijei! E você só sabe agir igual uma criança e fugir. Se eu soubesse que seria assim eu nunca teria nem ao menos me interessado por você!
- Júlia, isso tudo é muito novo pra mim. Me desculpa, eu não queria agir igual uma idiota.
- mas agiu! - ela já estava com lágrimas nos olhos enquanto eu chorava.
- escuta, eu não entendia o que sentia quando te via, você é a única pessoa que eu me interessei aqui por todo esse tempo. Você me tratou feito lixo e eu não sabia o que você queria. Agora que eu sei, eu também quero. Mas eu não sei o que fazer tá bom?! Eu não sei! - ela me beijou, me deu um selinho demorado e caloroso
- eu também não sei Newton, eu só faço - ela disse perto da minha boca. Quando ela terminou, eu a beijei, abarquei minhas mãos em sua cintura e ela as suas em meu pescoço. Nos envolvemos em um casulo perfeito de um beijo molhado e nervoso. Naquele momento eu tive paz e aí eu soube o que me aflingia.

The HamiltonnOnde histórias criam vida. Descubra agora