Dançamos antes de sair por completo, ela puxou e disse ser sua música favorita. Foi bem legal, tirando o fato dela ter se aproximado demais e agora e eu achar que estou um pouco impressionada demais com ela. Não sei o que é exatamente, só sei que quando ela tá perto, eu queria que ela ficasse mais e não consigo não olhar pra sua boca. Acho que ela sente a mesma sensação, é uma tensão que eu não sei explicar. Fomos pra fora depois da música.
- já tem 18 Casey? - perguntou Brig
- semana que vem
- a mais nova daqui- disse Júlia
- nem tinha desconfiado- disse em tom de ironia fazendo ela revirar os olhos e dar um meio sorriso. Estávamos nós três no balanço no quintal da casa quando vinha chegando uma garota, aparência inglesa de uns vinte e poucos anos
- opa, tá na minha hora. Vejo vocês no dormitório
- ela namora quantas garotas? - perguntei
- não faço a mínima ideia- disse Júlia rindo
- tá afim de nachos com bastante molho picante? Pesquisei no Google maps e tem um restaurante aqui perto
- não seria má ideia. - nos levantamos e ela me deu o braço pra segurar.
- oh, que cavalheirismo. - eu disse rindo e atravessando meu braço no seu
- Não há de quê madame- disse ela seguindo as sobrancelhas com um meio sorriso. Fomos conversando sobre matérias, ensino médio e essas coisas até o restaurante. Foram uns cinco minutos andando. - então você nunca namorou? - ela me perguntou quando estávamos sentadas numa mesa esperando o pedido
- nunca - respondi
- família conservadora?
- nada conservadora
- depressão?
- talvez com trinta anos - rimos - tá tentando achar um motivo de eu nunca ter namorado?
- óbvio
- não tem um, eu acho. Só perdi tempo com coisas úteis
- tipo?
- atletismo e boas notas, 1500 na aceitação da faculdade. Essas coisas bobas- rimos
- e eu, sou uma coisa boba?
- talvez - debochei enquanto riamos. Nosso pedido chegou e ficamos o resto da noite rindo e conversando sobre tudo. Ela era mais legal do que parecia ser. - então você não é uma riquinha?
- se não fosse o atletismo eu nem teria entrado na faculdade. - disse Júlia
- de onde você é?
- São Francisco
- uau, não estou surpresa
- por quê? Tem muitas vadias por lá?
- você não é uma vadia. - ela deu um meio sorriso
- e você Newton, de onde é?
- Cambridge
- óbvio que você era inglesa. Sotaque forte e toda cheia de "desculpe madame, por favor madame"
- qualé eu não sou assim
- você é só assim
- eu sou bem descolada
- você é cafona
- poxa - rimos
- vamos? - ela deixou a grana do pedido na mesa
- pera aí, eu chamei, eu pago - peguei o dinheiro dela da mesa e coloquei de volta
- que pilantinha- rimosQuando chegamos no quarto, o corredor tava escuro, no quarto não tinha ninguém. Entramos a meia luz. Enquanto eu tirava os sapatos, Júlia tirava o vestido.
- pode me ajudar aqui ? - perguntou ela com o zíper do vestido travado sem conseguir abrir. Assenti e fui. A abertura do zíper era na lateral. Foi só o jeitinho e abriu. Ela ficou me olhando pelo espelho enquanto eu abria. - sabe newton? Você é bem legal
- obrigada madame
- viu? Você é assim - rimos e eu deitei na minha cama - vai fazer o que no feriado Newton?
- talvez visitar meus pais
- legal
- e você?
- acho que vou ficar aqui
- saqueiFomos dormir, ela demorou um pouco mais, ficou no celular. No dia seguinte acordei com a namoradinha da Brig se vestindo.
- ai que susto - ela disse, eu apenas ri e fui pro banheiro sem nem me dar conta de que estava ocupado
- droga newton, bate na porta - disse Júlia sentada no vaso enquanto eu colocava pasta na minha escova
- foi mal, tava dormindo ainda
- ei? Tá afim de Donut's?
- você tá me chamando pra comer Donut's enquanto defeca?
- é, eu tô
- beleza, vamo - rimos
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The Hamiltonn
RomanceA faculdade com certeza é o momento de maior descobrimento pessoal na vida de um adolescente. Para Casey, não há nada de diferente em sua vida até conhecer uma veterana que pode mudar tudo em um piscar de olhos. Um romance adolescente lesbico. :)