Suspeita

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   Benjamin abre os olhos lentamente, o sol que entra pela janela o faz acordar. Ele olha a redor de si e começa a se lembrar de ontem, um brilho surge nos olhos de Benjamin  só de lembrar do acontecido , um leve sorriso toma conta do rosto de Benjamin.

-- Me sinto tão vivo como nunca, se não fosse essa maldita enxaqueca, droga!
-- Miau...
-- Nossa! Como pude me esquecer de você, bichano? Deve estar tão faminto.
  Benjamin se abaixa e faz um leve carinho no seu querido gato, se levanta e dá ração para ele. Liga a televisão e resolve ver o que se passa...e de repente, o jornal dá a notícia da moça que Benjamin tirou a vida. Ele se senta e começa a assistir.

-- Ontem à noite, dois camioneiros encontraram o corpo de uma moça que foi morta de uma forma brutal, a vítima foi identificada como Vanessa de 19 anos de idade, ainda não há suspeitos.
-- Nunca vão me pegar! Policiais inúteis, mal sabem fazer o trabalho deles.

   Benjamin dá alguns passos e para enfrente ao espelho, e começa a se olhar e se questionar.

-- Por que eu não sinto nada? Por que eu sou tão egoísta e orgulhoso?
   Benjamin desiste daquelas perguntas bobas, Benjamin é tudo que sempre quis ser, não sente medo, dor, amor, remorso, arrependimento e por aí vai.

-- Dessa vez vai ser diferente, não posso matar de novo da mesma maneira, vão me descobrir...esperarei a poeira baixar.
   Benjamin começa a planejar uma morte, mas dessa vez uma morte mais cruel do que a última, talvez queimar alguém vivo? Não, isso é sem graça, quero sentir, sentir o fim, não apenas dar um fim. Benjamin resolve levar o seu gato para tomar um banho, e esperar anoitecer...

   Já tarde da noite, Benjamin pega sua mochila e seus objetos pessoais, tais como facas, agulhas e um canivete suiço. Dessa vez será uma vítima totalmente diferente da anterior, Benjamin pega seu telefone e liga para um colega que estudou com ele no ensino médio.

-- Alô? Lucas?
-- Lutierre, ora ora, você me ligando?
-- Haha, sim, quer dar uma saída hoje? -- Claro, mas não está tarde?
-- Que nada, fica pronto que daqui a pouco passo aí pra te buscar, falou.
  Benjamin sabia que Lucas iria aceitar, tretas do passado. Benjamin pega as chaves do seu carro e vai buscar Lucas.

-- Lucas, entra aí.
-- E aí Lutierre -- Diz lucas enquanto entra no carro de Lutierre -- Como você está?
-- Bem, e você?
-- Acho que sim, estais afim de uma balada?
-- Claro, haha.

  Benjamin pensa, pensa bastante, se realmente vale a pena tirar a vida do amigo, ele era alguém legal, talvez mereça viver. Depois de algum tempo os dois chegam ao seu destino, descem do carro e vão pra balada. Lucas vai pra um lado e Benjamin pra outro, Benjamin aproveita o momento pra conhecer algumas garotas, pena que em balada você só encontra vádias. Já bastante tarde, Benjamin resolve ir embora e chama Lucas, aquele era o grande momento, Benjamin já deixa seu canivete no bolso com a esperança de usá-lo. Benjamin entra no carro, Lucas logo em seguida. Benjamin mexe em algumas coisas, aparentando estar procurando algo.

-- Você está bem? -- Diz Lucas preocupado -- Quer ajuda?
-- Não, não precisa, está tudo okay.
   Antes de Benjamin ligar o carro Lucas começa a fita-lo, e Benjamin também o fita. Lucas faz algo que não deveria fazer... Se aproxima de Benjamin e o beija. Lutierre fica sem reação, liga o carro e vai dirigindo até a casa de Lucas, durante todo esse percurso um silêncio perturbador toma conta do carro. Benjamin para o carro e Lucas desce sem se despedir, Lutierre volta para casa pensando no que aconteceu e na oportunidade que perdeu.

Benjamin LutierreOnde histórias criam vida. Descubra agora