C2 - A máquina do tempo

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Anahí - 2021

No dia seguinte, na escola, encontrei com minha melhor amiga, Larissa.

- Oi, amiga! - Larissa me abraçou toda animada. - Trouxe a câmera?

- Claro! O trabalho vai ficar maravilhoso. - acabei soltando um sorriso debochado

- O que está escondendo? - me olhou curiosa

- Logo verá!

Já na sala de aula, cada grupo, sorteado pelo professor, começou a se apresentar. Larissa e eu tivemos a sorte de cair juntas, mas a chatinha da Priscilla veio junta.

- Pode vim o quarto grupo: Anahí, Larissa e Priscilla. - disse o professor terminando de fazer as anotações do grupo anterior.

Fui com as meninas até a frente da sala e posicionei a câmera antiga.

- Anahí e suas tecnologias - o professor observou

- Não chamaria isso de tecnologia hoje em dia - o olhei séria

- Eh, vamos lá - Larissa começou - Para o nosso projeto de artefatos históricos trouxemos uma das primeiras câmeras instantâneas.

- Nela, colocamos um dos primeiros sistemas de flash a base de magnésio e clorato de potássio - acrescentei e todos olharam surpresos

- Uma câmera flash? - perguntou Priscilla - Digo, sim, fizemos tudo e deu muito trabalho.

- Eu também ajudei professor! Pode me dá um ponto a mais? - Chris interferiu

- Christian, mais um comentário e tirarei ponto do seu grupo. - professor advertiu

- E para a demonstração, Priscilla irá tirar uma foto de Larissa e...

- Ei, ei, ei! - Priscilla interrompeu - Se vamos uma foto, eu tenho que ser a modelo.

- Você não escolhe nada, garota - Larissa disse séria

-Não, tudo bem! Deixa ela ser a modelo - pisco para Larissa

- Mas Annie... - me olhou - Tudo bem, Priscilla será a modelo

- A modelo fica a um metro de distancia do foco da câmera - Priscilla se posicionou enquanto eu dizia - E... aproximamos o flash - Larissa aproximou o flash e nos preparamos debaixo do pano preto. - Um, dois, três e... - apertei no botão e o flash explodiu deixando o rosto da Priscilla todo preto.

Ela se virou e a turma inteira riu, até mesmo o Christian, que odeia quando irritamos com sua amada.

Um tempo depois, estava nós duas em frente a diretoria esperando meu avô sair de lá. Logo ele abriu a porta e saiu agradecendo o diretor.

- Pronto, Anahí! Tudo resolvido! - disse sério - Vocês duas só aprontam

- O que o diretor disse? - Larissa perguntou

- Eu expliquei ao diretor que vocês não calcularam bem a quantidade de clorato e magnésio

- Obrigada, vovô!

O sinal tocou.

- Melhor vocês irem para a aula, deram sorte dessa vez. - saiu andando

-Anahí, Anahí! - gritou Christian - Não devia ter feito aquilo com a Priscila. Agora ela acha que eu ajudei vocês

- Ah, Christian, já chega desse assunto. Vamos para a aula.

ALBERTO - 2021

Depois da minha conversa com o diretor, voltei para a casa e aproveitei que as crianças ainda estavam em aula e fui até o quartinho secreto da casa. Nesse quartinho, ficava todas as minhas invenções, entre elas, minha incrível máquina do tempo. Ela foi criada na primeira televisão que meu pai comprou, em 1957. Nela, depois de 70 anos, eu consigo rever algumas pessoas, programas e amigos que marcaram minha vida na juventude. Meu programa preferido era o Club 57 TV, lançado em janeiro do mesmo ano pela apresentadora Alícia Rivera.

- Ah, belos tempos...! - sorrio e coloco na parte onde ela canta. - Onde está meu celular? - procurei no bolso e não achei - Devo ter deixado lá em cima. - aumentei o volume da TV para não perder a música e sair do quartinho indo para meu quarto.

- Vovô!? Você não imagina o que aconteceu com o... - Anahí parou de dizer

- Oi Annie! O que aconteceu? - desci rápido com medo dela ter escutado a música - O que foi? Não quer me contar?

- Não, eh, digo, sim, mas... não esta escutando? Uma música vindo dali - apontou para as prateleiras dos livros

- Não estou ouvindo nada! Deve ser na vizinha. Vem comigo comprar algumas tintas? Seu irmão gastou todas as minhas canetas fazendo desenhos no meu quadro de contas.

ANAHI - 2021

De tarde, o jeito como o vovô se comportou quando eu falei da música me deixou intrigada. Assim que chegamos da rua, ajudei minha irmã com a tarefa de casa, jantamos e nos preparamos para dormi. Esperei, mais ou menos, uma hora meus irmãos dormirem e fui até a sala, devagar.

Eu tinha certeza que o vovô estava escondendo algo, conheço muito bem quando o mesmo mente. Caminhei até a parte que tinha uma instante embutida e fiquei procurando por algo relacionado a música. De repente, ouvir passos vindo da escada e me virei rápido com medo que seja o vovô e fiquei surpresa com Christian vindo com os braços esticados indo em direção a cozinha.

- Ele é sonambulo? - me perguntei rindo e fiquei observando ele

Christian pegou um copo, encheu de água e caminhou até o sofá deixando-o na mesinha e se deitou. Esperei alguns segundos com medo dele acordar e voltei a procurar. Estranhei quando vi um botão atrás de um dos livros antigos que o vovô guardava.

- Aperto ou não? - resolvi apertar e o que parecia ser uma estante, virou uma porta de correr. Olhei para trás na confiança de ver Christian ainda dormindo e entrei. Apertei o outro botão para a porta fechar e corri o olho pelo cômodo secreto vovô. - Uau! Senhor Alberto foi mesmo um inventor. - O local tinha várias estantes cheias de invenções antigas, entre elas, relógios, baterias, e outras coisas que só ligando para saber. Fora as invenções, o mesmo tinha um quadro gigantesco de anotações. Algumas eu entendi, leis da física, outras só o vovô para me explicar. De todas aquelas invenções, a que mais me chamou a atenção, se posicionava no meio do cômodo tampada com um grande lençol branco empoeirado. Era grande, e seja lá o que for, fazia tempo que estava ali sem ser tocada.

Na curiosidade, acabei tirando o lençol e me deparei com uma antiga TV. Era uma das primeiras televisões vendidas dos anos 50. Mas essa estava diferente. Ela continhas vários fios por cima e algumas peças eletrônicas que sem dúvida nenhuma só surgiram anos mais tarde.

Observei com cuidado cada botão e a liguei, algumas faíscas surgiram e a música que eu escutara de tarde voltou a tocar baixinho acompanhada de um vídeo em branco e preto. Quando girei o botão que eu acreditava que seria o volume, a música saiu fora do ar e pequenas faíscas voltaram a aparecer. As antenas se moveram como um imã em minha direção e em um piscar de olhos, o quartinho das invenções se tornou uma imensa praia.

- Meu Deus! Onde eu estou? - olhei em volta totalmente perdida e assustada com que tinha acabado de acontecer. Meus pés tocavam uma areia macia onde também estava um grande baú. Ouvi pessoas gritando atrás de mim e quando olhei vi uma quantidade de piratas correndo em minha direção. - Só pode ser um pesadelo. - Sair correndo deles e logo saltei de volta para o cômodo do vovô. A antena que estava em direção do teto, se virou para mim de novo e, dessa vez, cai em um local estranho e aparentemente antigo perto de um homem pintando um quadro. Uma mulher o chamou por uma língua que eu não conhecia. Me aproximei do quadro e a reconheci pelas minhas aulas de história da arte. - Da Vinci!? - sorri admirada vendo o quadro ao vivo e quando pisquei já estava no cômodo novamente. - Ué, cadê? - A antena se virou mais uma vez. - Ah, de novo não! - Tentei evitar virando a mesma em direção ao teto, mas já era tarde demais. Fui parar num local onde tudo era moderno, cheio de eletrônicos, que eu nunca vi ou ouvir falar, mostrando pessoas de diferentes épocas do mundo em tempo real. - Então ela existe! A central do tempo existe! - Assim que voltei pro cômodo, desliguei a TV ou sei lá o que era aquilo - Chega. Que doideira! - Cobri com o lençol e sentei numa poltrona tentando assimilar toda essa loucura.
                 

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