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Billie

Meu apartamento estava lotado de gente, e olha que ele nem era tão grande.

Uma semana tinha se passado desde que eu conheci Melissa, desde que eu a conheci e me envolvi com uma mulher comprometida.

Antes era tudo tesão, ela é uma mulher gostosa e eu pensei que depois que transasse com ela, esse desejo ia passar.

Ele não passou, pelo contrário. Só aumentou. O desejo virou paixão, e agora eu estava confusa sobre os meus sentimentos a respeito dela.

Eu não lembro quando as pessoas começaram a chegar e nem lembro quando eu comecei a ficar bêbada, só sabia que antes da festa começar, eu já estava bebendo a algumas horas. Eu nunca fui fraca para a bebida, mas naquele momento, eu não conseguia dar um passo direito.

Senti a garrafa de vodka sendo tirada da minha mão com força e bufei com raiva.

— É minha — eu disse.

Não sei se disse alto o suficiente ou se a pessoa que tirou meu álcool de mim fosse entender.

— Billie, já está de mais. Olhe o tanto de pessoa que tem aqui, e você nem ao menos sabe quantos dedos tem na própria mão! — as palavras de Zoe foram firmes e eu tive vontade de chorar ao levar bronca da minha amiga, ainda mais da Zoe que era a pessoa menos sã que eu conheço na vida.

— Me devolve — tentei pegar a garrafa, mas ela virou.

— O que aconteceu no fim de semana passado? Você tem rejeitado minhas ligações há uma semana, não foi até o bar comigo e agora deu uma festa aleatória e está aqui se embebedando. Sabia que quase aconteceu uma orgia na sua cama? —

Eu ri olhando para a cama, agora estava vazia.

— Billie, eu sou sua amiga. Preciso saber o que está acontecendo, assim a gente pode resolver, assim eu posso te ajudar! —

— Você não pode me ajudar e o que eu tenho não pode ser resolvido — Ouvi minha amiga dar um longo suspiro e me devolver a garrafa de vodka.

Eu olhei para a mesma, mas ao invés de beber eu deixei em qualquer canto.

— Eu a amo — eu disse tentando fazer minha voz ser o mais clara possível.

— Já? — Zoe perguntou — É a moça do bar? Aquela que você dormiu na sexta passada? — eu neguei.

Quem dera se fosse.

Seria tudo tão mais fácil se fosse ela.

— Eu amo a Melissa. A mulher que eu beijei no bar e que eu fui tomar um drink. A gente passou o fim de semana juntas e... foi tudo tão diferente, eu nunca me senti assim — voltei a pegar a garrafa.

Dei um gole sentindo o álcool queimar minha garganta. Eu nem lembraria disso no dia seguinte.

— Bil, ela é hétero — Zoe disse se referindo a Melissa.

Eu ri mais uma vez.

Se tinha uma coisa que Melissa não era, era hétero.

— Você não sabe, minha amiga. Aquela mulher não é hétero, se você ao menos soubesse... — não terminei de falar.

O fim de semana passou como um flash na minha mente e eu me senti pior ainda.

Eu podia ter evitado.

Se eu não tivesse seduzido ela no carro, não iríamos para dentro da casa, agora estaríamos juntas. De um jeito errado, mas ainda assim, juntas.

Below her mouth •Billie Eilish• ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora