Uma chegada

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Park

Comecei a trabalhar nessa igreja tem aproximadamente 2 anos, meu pai era pastor dela, mas ele morreu, alfas o mataram, ele era ômega, assim como eu, desde o começo de minha vida eu era feliz, tinha a família estando em meu lado, sem preocupação ou temores, mas isso mudou, eu lembro  daquele dia, estava na sala com um brinquedo de cavalinho na mão.

_ - Mamãe, o papai está demorando para voltar da igreja

- Querido, continue brincando, ele me ligou, disse que está quase chegando! - Ela sorri para mim.

Porém ele não chegou, era uma mentira, naquele dia eu não consegui ver a aflição de minha mãe, eu tinha 7 anos. Recebemos  a notícia de uma irmã da igreja que meu pai entrou no cio de repente  e minha mãe por ser beta, não receberá a mordida, então não sentiu nada, meu pai estava voltando para casa, alfas molestaram até sua morte, deixando o corpo no local.

Minha mãe surtou com isso, ele era  tudo que ela tinha de força, passou a beber todos dias , fumar, a mulher mais santa da igreja, passou a ser a condenada por todos, o Pastor Konet, amigo de meu pai, vendo a minha situação, me levou para morar consigo,minha mãe sequer se importou,  tinha uma casinha simples no fundo, ali ele me ensinou tudo para ser pastor, e desde então eu estou sendo, porém a dois anos atrás atrás,ele se cansou, cansou das regras de sua vida, deixou todas as coisas para mim, nunca teve filhos, ou alguém, hoje tenho 19 anos, e administro a igreja, a minha religião não permite eu ter mulher,  ou fazer algo ilícito, algo carnal, por isso não tenho preocupações, os estudos , ah... nem se fala, eu vivo por doações, e até fico muito agradecido, recebo quantias altas dos irmãos.

                                        .~.

- Mas Pastor, como ele pode fazer isso comigo, é um absurdo! Eu dou tudo que ele quer - Safira é uma velhinha, ômega,  com olheiras fortes, seu marido sai todos os dias voltando de madrugada, e não aceita isso a mesma,essa é sua história. Com o passar dos anos, percebi que cada um tinha um pouco pra contar e eu gostava de escutar .

- Senhora, se já conversou com ele,  todo vez que ele faz isso, basta orar e ter fé - Eu limpava o púlpito, enquanto ela me seguia , atenta as minhas palavras.

- Pastor, esse fardo eu não posso carregar mais, acho que ele não ama eu como antigamente.

- Divórcio as vezes não é a melhor opção irmã, e não pense isso, de ele não lhe amar mais, talvez isso seja... - Ouço um grito, era da irmã Safira.

Eu tampo meus ouvidos, olhando para ela incrédulo, a mesma está assustada, solto as mãos de cima e seguro seu pulso.

- Irmã, o que houve ?

-Pastor, eu acho que eu estou ficando louca, eu estou pecando demais ? Isso é alucinação, ele me trouxe água hoje, tinha veneno - Cada palavra sua saia com insegurança, e acho que as últimas frases se refere ao marido, acho.

- Safira, vou perguntar mais uma vez, o que houve ? - Seus olhos claros se levantam, com insegurança novamente.

- Não me chame de louca, por favor, mas eu vi a bíblia em cima daquele cadeira se mexer.

Aquilo assustou, porém tenho que manter a pose de confiança.

- Irmã isso é coisa de ... - Grito

- Ali! Veja, não estou louca - Apontando para cadeira com o tecido de azul escuro, a bíblia estava parada.

- Senhora, talvez esteja cansada , volte para casa, descanse, e se quiser, amanhã volte aqui - Sorrio, ela retribui.

- Oh pastor... - Seu abraço me pega com surpresa, passando sua ternura. - Obrigada, de verdade.

Sweet SinnerOnde histórias criam vida. Descubra agora