Lampejo

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Park

Entendo que ele não esperava por uma pergunta assim, vinda de mim, porei ele é o mais próximo que posso chamar de amigo no momento.

- Você quer a verdade ou a resposta que você já sabe que vou te dar? - Os olhos de Jeon estão retos ao meu, parece que ele não mente.

- Eu sei que isso veio do nada, porém fiquei na minha cabeça como alguém olhou pra mim, não tinha pensado que era atrativo.

Escuto uma risadinha.

- Eu não posso falar o que penso, até porque não gostaria de ver sua cara de horrorizado, porém se olhe mais, possui várias coisas carnudas.

Eu percebi que não entendo muito o que ele fala e prefiro não entender.

- Eu não sei pra que fui perguntar algo a você.

- Eu te digo o mesmo.

- Pare de ser um boçal o tempo todo, me diga...  o que vocês fazem pra passar o tempo?

- Você muda sempre o assunto com essa velocidade?

- Pode para de responder as minha perguntas com suas perguntas.

- Está estressadinho. - Jogo uma almofada nele, viemos pra sala. - Gostamos de observar as pessoas.

- Como umas velhinhas que falam mal dos outros?

- O que? Não, seu besta. As pessoas nos proporcionam cenas que nunca imaginamos ver,  vocês fazem coisas por dinheiro, por ambições, coisas imagináveis, vocês nos chama de demônios mas apenas atiçamos algo que já possuem.

- Sabe guarda segredo? - Olho pra ele, não sei como é seu ciclo social e é muito provável ele vá falar isso pra alguém, mas se eu fiz essa besteira toda, tenho que tentar conviver com ele, pelo menos como um colega.

- Ah sim, irei falar que um pastor fez um pacto pra um demônio com essa parede cor de grama sua.

- É verde água daltônico, promete não contar a ninguém? - Ergo o mindinho a ele, sua expressão muda por frações mas volta ao irônico.

- Cor de grama sim e por favor eu vou falar iss... - Promete? - Corto sua fala erguendo novamente o dedo.

- Vai medir qual dedo é maior? Que você está fazendo?

- Esqueço que você não é daqui. - Pego sua mão e junto seu mindinho ao meu.

- É outro ritual? O que você  fez já não basta, Pastor?

- Não é isso, veja. - Olho pra nossos dedos. - Quando juntamos assim, significa que você não pode contar a ninguém o que vou te falar, dizem que pode quebrar o dedo se contar.

- Vocês tem boa imaginação.

- Éu prefiro imaginar que seu dedo irá quebrar... hum... meu pai faleceu quando eu era menor, na quela idade eu não entendia como pessoas poderiam matar umas a outras, ou fazer algo de errado com elas, com o passar do tempo eu superei a morte dele, precisei superar.

Com o tempo falar do meu pai não se tornou tão triste, fico triste ao lembrar dos momentos que não poderíamos viver como família.

Ele me olha inexpressivo, devo ter falado uma besteira pra alguém que gosta de ver a morte.

- Feche os olhos.

- O quê?

- Mandei fechar os olhos.

- Conto uma parte da minha vida e você fala dos meus olhos?

- Quer que eu repita?

-   Esqueceu que você disse que gosta de ver a desgraça acontecer e de olhos abertos já sou uma cobaia a você, imagina fechados.

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⏰ Última atualização: Aug 20, 2023 ⏰

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