Uᴍᴀ ɴᴀʀʀᴀᴛɪᴠᴀ

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Sᴇᴘᴜʟᴛᴜʀᴀ ǫᴜᴇɴᴛᴇ ᴘᴀʀᴀ ᴅᴇғᴜɴᴛᴏ ғʀᴇsᴄᴏ:

O relógio marcava meia noite
O vento era o açoite
Já estava cheirando à morte

Suas mãos estavam frias
E seus olhos vidrados
Na cama velha padecia
O defunto mal amado

Estava tão velho
Estava era fazendo hora extra
Sua vida era tão tosca
Que a morte tinha sido um alívio

Morte tão estranha devo adimitir
Tomava seu vinho
Quando a morte veio a lhe sorrir

Agora estava ele ali
A cova já estava aberta
Só faltava a bênção do padre
Já que homem rico
O velório importava
Pros fofoqueiro da cidade

Mas ninguém via
O que há muito tinha percebido

Em um canto encabulada
Ficava a pobre viúva
Que sempre fora maltratada
Nesse canto ela chorava
Mas eu também percebia
Que pela morte do tal velho
Seu coração pulava de alegria

𝚁𝚎𝚗𝚍𝚊(𝚜𝚎)Onde histórias criam vida. Descubra agora