Wooyoung não conseguiu ir muito além na parte aberta do estacionamento da base antes de seu corpo ceder.
Sua vista embaçou e todos os ossos de seu corpo começaram a tremer sem dó.
O militar que o acompanhava, um homem pouco menor que si, parou a seu lado, abaixando-se apressadamente para descobrir o que estava acontecendo.
- Senhor Jung, não se sente bem? - Perguntou, acariciando a aparte superior de suas costas em uma massagem calmante.
Wooyoung negou com a cabeça, os olhos vermelhos voltando a derramar lágrimas quentes que faziam suas bochechas frias formigarem com o choque térmico.
-Por favor...-murmurou, ainda prostrado sem forças no chão. Apertou Shiber com mais força em seu abraço quando falou, entre soluços que faziam sua garganta doer. - Por favor, me deixe sair daqui, eu quero ir pra casa. O carteiro já deixou o telegrama em meu correio, sei porque me chamaram. Eu não quero ouvir falarem isso com todas as letras, não vou aguentar escutar pêsames ou condolências, vai tornar tudo mais real e eu não tenho coragem de encarar essa realidade ainda.
Tentou puxar o ar com força pelas narinas secas pelo ar gelado.- Pelo amor de deus, me deixe voltar para casa, capitão Kim.
Kim Hongjoong suspirou, levantou e se afastou um pouco do Jung, segurando-o com cuidado pelos braços para ajudá-lo a levantar e andar até a porta no final do estacionamento.
Deixou-o no corredor de entrada, protegido do clima, pedindo que ele esperasse um pouco enquanto ia até seus superiores para tentar resolver a questão, já que não podia prender o homem ali contra sua vontade, bem como não podia descumprir as ordens dadas a si.
Wooyoung caiu de joelhos no chão frio, sentindo seu peito apertar com falta de ar. A sensação que tinha era de que seu coração estava sendo torcido pela ponta afiada de uma agulha.
O mundo a sua volta girava e tudo o que ele queria era correr o mais rápido possível para qualquer lugar e gritar todas as dores que sua alma sentia.
E ele o fez.
Abandonando Shiber no piso de concreto, correu porta a fora, ultrapassando a cancela da base antes que os soldados pudessem impedi-lo, correndo e gritando até seu pulmão falhar e seus membros perderem toda a força.
Então, Jung Wooyoung colapsou.
Totalmente sozinho em alguma viela que não fazia ideia de onde era, mas que tinha esperança de ser longe o bastante da notícia da morte de San.
Mas dois pés revestidos por botas apareceram em seu enevoado campo de visão.
Ele forçou seu pescoço a sustentar a cabeça para cima, a próxima súplica entalada na garganta, quando os contornos inconfundíveis de seu marido saltaram a seus olhos embaçados.
O Choi alcançou seu rosto com um sorriso, tentando, sem sucesso, limpar as lágrimas meio congeladas do Jung.
Todos os músculos do corpo de Wooyoung relaxaram de uma só vez, e um soluço rasgou sua traqueia ao, com dificuldade, agarrar o pescoço do outro, inspirando o perfume forte que desprendia dali.
-Sannie...- sussurou, a voz rouca e desgastada- Sannie...
-Eu estou aqui, Woo. - O Choi respondeu, baixinho e embargado. - Eu estou aqui.
As mãos calejadas de San acariciaram os fios macios do cabelo do outro, sussurando palavras de conforto que se perderam entre o aconchego daquele abraço.
A moleza tomou o corpo de Wooyoung, com o alívio percorrendo suas veias como uma droga depois do baque emocional que sentiu, ele apagou.
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Telegrama
Fanfiction"Era um homem adulto, casado, formado e feito. Não podia me portar de forma escandalosa frente à alguém que trazia uma mensagem do alto escalão. " Ou "Onde Mingi desejava que Yunho estivesse bem. Pois só deus sabia o que seria de sua vida se isso n...