Capítulo 04

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 Peguei meu irmão nos braços e ficamos parados onde estávamos, eu conseguia escutar a respiração ofegante de Bily, então comecei a passar minha mão em sua cabeça para acalmá- lo. Ficamos alguns minutos parados no mesmo lugar, eu olhava toda hora ao redor para ver se encontrava alguma luz, mas de repente a mesma música que nós escutamos na hora que as luzes se apagaram na festa do meu irmão, estava sendo cantada de novo

"Lá, lá, lá..."

E assim continuou, eu me lembro da pessoa que cantava aquela música... Sim o "segurança" estranho, podia ser ele cantando. Comecei a olhar pros lados, mas do nada o palco onde ficava os animatronics, umas das luzes foram acesas. Fui correndo com meus irmão nos braços e cheguei lá. Vi todos os animatronics lá em cima, mas eu não via nenhum sinal de vida, em um certo momento eu me sento no palco e coloco meu irmão do meu lado, ele olha para mim e fala:

— Skay, eu estou com medo...

— Se acalme, eu estou aqui, não vai acontecer nada de mal com a gente. — Eu olho para ele e dou um sorriso

— Ok, nós vamos ficar bem né?

— Vamos, papai e mamãe devem está no salão de festa. Por que não vamos lá?— Eu o pergunto

— Sim, mas... Como vamos enxergar nessa escuridão toda? Não temos nenhuma lanterna. — Ele faz uma cara triste

— Err... Atrás desde palco, deve ser a área da manutenção, lá pode ter uma lanterna ou algo que ilumine...— Eu aponto para de trás dos animatronics, levanto-me e depois pego a mão de Bily.

Caminhamos devagar até a parte de trás do palco. Quando chegamos lá, vimos várias coisas interessantes, como cordas, uma mesa cheia de papéis... Porém meu irmão viu algo bem mais interessante do que aquelas coisas, ele viu uma caixa cheia de objetos úteis. Eu peguei a caixa e a coloquei no chão, eu e meu irmão tiramos tudo que havia dentro daquela caixa, além de bagunçar tudo... Eu ainda continuei procurando a lanterna, até o momento que meu irmão grita assustado. Fui correndo até ele, e falei:

— O que foi?!— Eu olho para ele desesperada.

— Eu achei... A LANTERNA!!— Ele pula de felicidade.

— Aah... Que bom! Onde você achou? Não estava na caixa... — Eu olho para ele com uma cara de alívio

— Ah... Eu achei na mão do Foxy... — Ele olha para trás, e aponta para o Foxy, o qual estava parado olhando para a gente, lá no fundo... Eu fui até ele devagar, e o encarei, mas depois fui embora. Eu peguei a lanterna da mão de Bily, e a liguei. Peguei a mão do meu irmão e fomos até o salão de festa. Meu irmão olhou para mim e falou:

— Skay... — Eu aponto a lanterna em seu rosto.

— Oi?— Eu me agacho me fazendo ficar no seu tamanho.

— Será que a mamãe e o papai estão bem?— Ele direciona seu olhar até seus pés.

— Claro que eles estão bem!... Vamos logo! Eles devem está nos esperando— Me levanto e continuamos caminhando até o salão, andamos por 10 minutos até chegarmos lá. Fiquei parada na porta e meu irmão olhava para mim, nós dois estávamos assustados e preocupados.

Abri a porta e a primeira coisa que vejo era um braço caído no chão, movo a lanterna para enxergar melhor, incrédula do que havia visto, e quando eu chego até o rosto da pessoa, eu vejo quem era...

--MAMÃE! --Gritei, estupefata.

O corpo dela estava cheio de sangue, eu olho para meu irmão assustada, ele olha para mim e pergunta:

— O que foi Skay?— Ele ainda não tinha visto o corpo dela.

— Sabe, a mamãe está bem...— Eu deixo cair uma lágrima, nesse momento eu me mantia forte, mas meu corpo e minha mente estavam entorpecidos tentando entender aquela cena.

Bily olhou para mim sem entender o que está acontecendo:

— Por que você está chorando? Aconteceu algo?

— Err...— Eu não conseguia falar, eu estava totalmente paralisada, meu irmão me olhava com uma cara de preocupado, então ele pega a lanterna da minha mão e se vira...

Na hora que ele aponta para o corpo da nossa mãe, ele fica parado no mesmo lugar olhando para o corpo, ficou paralisado, deixou até mesmo a lanterna que estava em sua mão, cair. Ele abre a boca e fala:

— A-A ma-mamãe tá-tá bem, n-né?— Disse gaguejando.

— Desculpas! Desculpas!— Eu me desculpava sem motivos, ele olha para mim com olhos cheios de lágrimas, ele se ajoelha e vem bem devagar até mim, e fala:

— P-Por que...? E-E o pa-papai, ele tá-tá bem?— Ele não parava de chorar, eu o puxei até mim, dando um abraço forte, nós dois viramos... Órfãos?

Eu não conseguia responder Bily, só dava para escutar os barulhos de nossas lágrimas caindo no chão. Para piorar a situação, a lanterna, do nosso lado, apagou. Tentei dar umas batidinhas nela para ver se voltava a iluminar, mas pelo visto a bateria havia acabado... Enquanto ainda tentava fazer a lanterna "voltar à vida", percebi que tudo tinha ficado silencioso, tentei até mesmo parar de chorar, mas ainda sim, nada de barulho, como estava tudo escuro, eu não conseguia ver nada.

--BILY!--Gritei -- BILY! Maninho, onde você está?

Tentei chamar por Bily umas 4 vezes e não tive respostas...

Comecei a me desesperar e gritei alto por meu irmão:

--BILLY! POR FAVOR, RESPONDE... GRITA... POR FAVOR... BILLY!

Comecei a correr em busca de uma resposta, mesmo sem conseguir enxergar naquela escuridão:

--IRMÃOZINHO, CADÊ VOCÊ?

Não era possível que ele não me escutasse dessa vez, eu só queria achá-lo, já perdi meus pais... Não quero perdê-lo também...

--DEUS!-- Senti minhas pernas enfraqueceram, fazendo-me cair ajoelhada no chão, enquanto minhas lágrimas desciam em desespero. Eu não conseguia compreender o que estava acontecendo, mas aquilo me fazia sufocar em uma dor agoniante.

Me levantei já sem paciência. Gritei mais ainda por ele e nada, quando de repente a lanterna volta a funcionar sozinha, quase dei um pulo com o susto.

Comecei a ver pelo local e Bily não estava em nenhum lugar, não que eu o houvesse visto. Senti lentamente minhas lágrimas novamente escorrerem pelo meu rosto, não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo, logo ali, no aniversário de meu irmão que sempre cuidei, tinha tudo para ser o melhor dia de nossas vidas, mas infelizmente, não foi o que aconteceu...

Já tinha perdido minhas esperanças de encontrar Bily, mas não me dei por vencida.

Enfim, a única coisa que eu tinha de fazer agora, era, ao menos, conseguir me salvar.

Ao menos...

Feliz Aniversário!Onde histórias criam vida. Descubra agora