Parte um - Nightmare

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Olá, antes de mais nada quero agradecer por ter começado a ler.
Garanto que irei surpreendê-los!

* Capítulos serão publicados uma ou duas vezes por semana. *

- Não, por favor! - Angel gritou.

James não se assustou com os gritos da filha, ele já havia se acostumado. Ela tem tido estes sonhos desde que soube que iria estudar numa escola de anjos, ela a única mortal.

O seu pai sempre foi fissurado nos anjos, passou a vida à procurá-los, e desde que conseguira comprovar que eles existem, tornou-se diretor numa escola onde não existem mortais, apenas divinos arcanjos expulsos do céu para cumprir o seu dever na terra.

Como diretor, ele pôde colocar sua filha humana na escola, uma coisa muito errada, mas ele faria qualquer coisa para realizar o sonho de ver Angel estudando ali. Era uma ótima escola, parecia normal como qualquer outra. Muitos jovens mortais quiseram estudar ali, todavia o diretor dava preços absurdos, na esperança de que ninguém mais voltasse naquele lugar.

- O que aconteceu desta vez? - James perguntou, tão sonolento que nem era capaz de enxergar o interruptor para acender as luzes.

- Eu tive o mesmo sonho, papai. O garoto de cabelos pretos queria roubar as minhas asas, mas ele descobriu que eu era humana, e sacrificou o meu sangue para os deuses. Eu estou com tanto medo!

- Angel, um anjo nunca faria isso. Ninguém irá descobrir que você não é um deles, é só faltar quando tiver aulas que exigem o uso das asas. - Ele acariciou os cabelos emaranhados de Angel. - Vamos, dê um pouco de alegria para o seu velho pai. Você sabe que sonhei com isso a minha vida toda.

- Sim, papai. Eu tenho dezessete anos, acho que posso me cuidar. Farei o que for preciso para ver o senhor feliz, irei superar os meus medos!

- Essa é minha garota! - disse, abraçando-a e tampouco percebeu que o coraçao dela estava acelerado.

Apesar das palavras bonitas e corajosas, ela estava com medo. O maior medo que já sentiu em toda a sua vida. Não era pra ser assim, ela deveria estar animada, sempre quis ver um anjo de perto. Lembrou-se de uma frase que ouviu em algum lugar: As pessoas só gostam daquilo que não podem ter.

- Angel, acorde! - Ouviu o seu pai chamar. Já estava na hora, em menos de 20 minutos estaria rodeada por anjos.

Ela colocou o uniforme obrigatório da escola, um sweater cinza e uma saia de pregas com comprimento exato nos joelhos. Penteou os cabelos escuros para trás, mas a franja teimosa insistia em cair nos seus olhos.

Passou rímel incolor nos seus cílios deixando-os volumosos. Angel nunca gostou de usar maquiagem, sentia-se muito artificial. Calçou as sapatilhas pretas, e pegou a mochila com os livros.

- Angel, vamos manter em segredo o fato de que eu sou seu pai, ok? - disse, cabisbaixo. - Isso porque sabem que eu tenho uma filha, e se descobrirem que somos da mesma família, também saberão que você é mortal
. Portanto, dentro da escola eu sou somente o seu diretor.

- Tá. Nesse caso acho melhor o senhor me deixar a duas quadras da escola, porque seria estranho o diretor dar carona à uma aluna.

- É mesmo. Havia me esquecido desse detalhe. Lembre-se das regras da escola, e por favor tente agir o mais natural possível.

Como Angel havia dito, James deixou-a a duas quadras da escola.

De longe podia-se ver o letreiro dourado em cima dos portões de ferro: Croix Divine.

Não havia ninguém fora da escola, apenas alguns pássaros bicando a estatua de seu pai que havia na entrada, oops... Diretor.

A primeira coisa que se via quando entrasse na escola, era um corredor longo repleto de quadros dos diferentes
Diretores que já passaram por ali. Depois, uma sala com vasos de flores e um pequeno sofá de dois lugares. Finalmente chegou ao pátio: um lugar enorme cheio de anjos que mais pareciam ser pessoas normais.

Ligou o seu IPod e colocou os fones de ouvido, pois não queria chamar atenção, apenas se misturar, mas foi abordada por um zelador.

- Desculpe, o uso de celulares, aparelhos sonóros ou que tenha acesso à internet não são permitidos aqui. Passe na diretoria para pegá-los no fim do dia.

Que ótimo! Nem cinco minutos na escola e já levou bronca.

Angel parou no meio do pátio para observar a cena em sua volta: milhares de anjos usando o mesmo uniforme sem graça que ela. Todos com as asas escondidas, parecendo não dar a mínima importância para a novata. Ela sentiu-se um tanto aliviada.

Havia muitos garotos bonitos ali, tão bonitos que quando se olhava pra eles, deveria tormar um certo cuidado para não se apaixonar. Se fosse antigamente, Angel com certeza estaria com suas melhores amigas criando um fã clube para eles no twitter, passando tardes inteiras a escrever sobre como são tão perfeitos que é muito para ser verdade.
Mas longe disso: agora ela estava sozinha numa escola cheia de pessoas que não conhece, tendo que mentir para suas amigas que mudara de país para que não descobrissem sobre a escola nova e os segredos que ela guarda.

Angel estava imersa nos seus pensamentos quando uma mão nas suas costas fez com que ela gritasse.

- Oi! Vocé é a tal de Angel, né? - uma garota bonita com cabelos e olhos escuros indagou. - Estranho. Eu pensava que esse nome era masculino.

- Nada a ver! - uma garota loira a interrompeu. - Esse nome serve para homem e mulher! Mas seria gay chamar um garoto assim.

- Ei... Como é que vocês sabem o meu nome? - Angel perguntou.

- Ah, que falta se educação minha! Nem me apresentei... Meu nome é Helena, sou os olhos e ouvidos desse lugar. Ah, a loira de farmácia ali é a Charlotte.

- Loira de fármacia é a sua mãe! - cantarolou - Ei, novata, me chame de Lotte, eu não curto muito o meu nome.

Que legal. Elas parecem ser grandes amigas, Angel sentiu-se triste por não ter as amigas por perto. Mas era necessário, pela felicidade do seu pai.

As duas estavam conversando sobre algo que Angel não prestou atenção, quando Lotte apontou para o único garoto oriental dali.

- Está vendo ele? - Lotte perguntou. - É o paquera da Helena. Ela gosta dele desde que chegou à essa escola, mas nunca teve coragem de se declarar.

- Ei! - Helena gritou. - É ele que deve se declarar! Eu sei que isso nunca vai acontecer porque ele mal sabe que eu existo, mas nos meus sonhos, é sempre o garoto que deve expressar seus sentimentos.

- Ok, né... iludida! - Lotte brincou. - Nós sempre fazemos isso, sabe? Escolhemos um anjo que nos agrada, e começamos a mandar indiretas pra ver se ele reage, mas a maioria dos caras nunca fazem nada. É um tédio total.

- Angel, posso fazer uma pergunta indiscreta? - Helena perguntou.

- Claro.

- Você já se apaixonou?

Angel não sabia o que falar, nunca sentiu algo forte por nenhum garoto antes. Preferia até evitar o contato com eles, assim teria mais tempo para pensar em outras coisas.

Ela desviou os olhos para pensar em uma resposta, e sem querer passou a observar um garoto de cabelos escuros, e um piercieng no lábio inferior.

O seu coração acelerou, ele era o garoto dos seus pesadelos. Aquele de quem ela sentia medo e acordava chorando todas as noites. Aquele que tentava roubar suas asas. E por fim, aquele que apesar de tudo, roubou não só as suas noites de sono, mas também o seu coração.

Olá amores, prometo que a história ficará mais interessante em breve! (E com cenas quentes! ;) )

Boa leitura!

A Piece Of My HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora