Será que algum dia existirá palavras suficientes para explicar nosso amor?
Será que algum dia eu serei capaz de descrever tudo o que senti?
Me lembro de cada detalhe, desde a primeira vez que te vi, até o momento em que você teve que partir.
Estava cansado de como as coisas estavam andando, de como o trabalho estava me deixando exausto assim como a faculdade. Minha querida mãe sugeriu uma viajem, um cruzeiro para ser mais exato, três meses em mar aberto, viajando por mares e oceanos. Sinceramente? Nem me atentei aos detalhes.
Não pude negar, estava realmente exausto, minha vida monótona, havia caído na rotina. Respirar novos ares, novos arredores, conhecer novas pessoas.
A primeira vez que te vi, foi no porto, minutos antes do embarque. Estava distraído em seu telefone, os cabelos loiros sedosos caindo sobre sua testa.
Poderia ser só mais um entre muitos, mas você era especial, eu senti que era.
Me despedi de minha mãe, antes de finalmente embarcar, seriam longos três meses.
Minha suíte era mais grande do que eu imaginava, grande demais para uma única pessoa. Mas a solidão do quarto escuro logo seria preenchida pelo som doce de suas palavras e por sua contagiante e bela risada.
Seu quarto a frente do meu, descobri isso assim que esbarrei em você ao sair de meu quarto. Foi a primeira vez que pude ver seus olhos, tão azul quanto aqueles oceanos e mares, tão azul quanto o céu que pairava sobre nós, tão brilhantes quanto o sol que os iluminava naquele momento.
Senti como se pudesse nadar naqueles oceanos, pareciam tão calmos.
Foi a primeira vez que também ouvi sua voz, e naquele momento aquilo se tornou meu som preferido. Um pouco mais baixo que eu e com um olhar carinhoso e doce como nunca tinha visto antes, e então você sorriu, e Josh, foi como se todo o ar fosse retirado de meus pulmões, como se de repente, eu tivesse alcançado a paz que tanto precisava.
Você se apresentou, Joshua Kyle Beauchamp, mas insistiu que eu apenas o chamasse de Josh, e eu o fiz. Nosso primeiro toque de mãos, naquela apresentação boba, foi o suficiente para que sentisse aquelas irritantes e bagunceiras borboletas no estômago como ousam dizer. Sua mão macia tocando em minha pele foi suficiente para que um mar de emoções percorresse por todo meu corpo.
Nós continuamos nos encontrando, vez ou outra jantávamos juntos, mas sempre nos víamos. E cada dia me encantava ainda mais com seus jeitos. Desde a forma como corava com algum elogio, ou até como me encarava enquanto prestava atenção mas histórias que te contava. Mas as coisas mudaram, pelo menos dentro de mim, talvez tivessem ficado pouco mais explícitas, quando naquela noite, você deu um beijo inocente de despedida na minha bochecha, corando, dando um sorriso envergonhado e correndo para seu quarto. Seus lábios eram tão macios, me peguei pensando se o gosto era tão doce quanto aparentavam ser.
Aquele dia eu sorri até pegar no sono, e seu eu sonhei com você? Talvez.
O nosso primeiro beijo? Aconteceu exatamente duas semanas depois do incidente do beijo na bochecha. Era noite e estávamos apenas nós dois na área da piscina. Você encarava o céu, estava belo e estrelado aquela noite, mas como o romântico que me tornei assim que te conheci, não tinha nada mais belo que você aquela noite, parte da lua escondida atravéz de algumas nuvens. Ouso dizer que não se escondeu por completo, apenas agora ter uma chance de admirar sua beleza.
Você me encarou, o brilho da lua refletia seus olhos, e eu apenas te encarei. Me perdi naquele brilho, navegando em buscas de respostas.
Não percebi quando nos aproximamos, você estava tão perto, sua respiração se misturava com a minha. E então eu acabei com a aquela tortura, juntei nossos lábios, foi com toda a certeza o melhor beijo de minha vida, juntou suas mãos ao redor de meu pescoço, ficando na ponta dos pés.
Milhares de sentimentos fluíam, e todo meu corpo em combustão. Me senti completo, você era diferente, o gosto doce de sua boca, suas mãos macias acariciando minha nuca. Já havia beijado diversas bocas por aí, mas nenhuma, nunca me fez sentir como eu estava sentindo com você.
Quando o ar faltou, ainda juntos, abri meu olhos encarando seu rosto, você tinha os olhos fechados e um belo sorriso, suas bochechas completamente vermelhas.
Posso confirmar que depois daí nossas noites se tornaram apenas carícias, até o dia que nossos corpos se tornaram um só. Em busca do prazer, mas posso dizer que não foi apenas uma bela e longa noite de sexo, foi muito mais, foi além das palavras que poderia descrever. Não foi qualquer noite, foi a noite, a noite com você. Onde nossos corpos se juntaram em busca de prazer, onde os sons do quarto foram preenchidos pelo barulho dos nossos corpos se chocando, e nossas vozes em plena combustão, onde o ar do quarto se tornou quente assim como nossos corpos.
Tivemos muitas noites juntos, você parecia querer lembrar de cada detalhe e aproveitar cada momento.
E você realmente queria.
Nossa primeira briga ocorreu quando você resolveu abrir o jogo, eu não deixei você terminar, e esse é o meu maior arrependimento meu amor, porque eu perdi tempo. Disse palavras horríveis e me arrependo de todas elas.
Você em nenhum momento me encarou, eu queria poder ver seus olhos e entender o que eles estavam me dizendo.
Dois idiotas que apenas queriam mais tempo, o tempo.
Tempo, sempre a procura de mais, mas nunca aproveitando o que realmente temos.
A realidade é que eu ainda quero mais, muito mais, mas eu não posso, não está em minhas mãos.
As vezes me pergunto, se a uma semana que eu perdi, poderiam ter feito a diferença?
Sim, eu corri atrás de você aquele dia, e ouvi cada palavra que você tinha que me falar. Doeu saber que nada que eu fizesse poderia mudar nossa situação, mas eu estava disposto a fazer tudo dar certo, e que o nosso último mês juntos fosse inesquecíveis, e realmente foi.
Naquela noite fomos a uma festa, e terminamos nossa noite dançando bêbados no quarto.
E de forma inconsciente resolvemos não tocar no assunto fim, talvez, fosse uma forma de adiar o inevitável.
O primeiro eu te amo, nunca irei me esquecer, foi uma das coisas mais sinceras que já disse.
Porque eu te amo Josh, ainda amo como nunca amei ninguém, e não importa quanto tempo passe eu ainda vou amar. Porque algum dia irei te encontrar, e quando esse dia chegar, poderei gritar ao mundo que és meu, e que sou totalmente seu, poderei gritar que te amo.
E quando você disse que era recíproco e que amava.
Oh céus, eu poderia gritar ao mundo, mas apenas te beijei, logo te abraçando e o girando no ar enquanto ouvia o som de sua risada, o meu som preferido em todo mundo.
As vezes me pego pensando se realmente o verei novamente, ou se é apenas uma falsa esperança que alimento todos os dias.
Será que um dia irei realmente te ver novamente, meu doce garoto de olhos azuis?
Memórias daquele dia ainda invadem minha mente, a lembrança dos seus olhos marejados e das lágrimas caindo.
Você me abraçou tão forte, e eu retribui, desejando nunca te soltar. Era o fim, o tempo havia acabado, a hora do adeus havia chegado.
E pela primeira vez, naqueles olhos que só me trouxeram alegria e que me ensinaram a felicidade e amor, eu vi ela, a dor.
Fim.
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𝐏𝐚𝐢𝐧 • nosh beaurrea ✓
Romance"𝙊nde nem todos os casais ganham seus felizes para sempre"