Capítulo 7

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Levou tempo sim, costumes sempre levam tempo para desacostumar.

Ainda mais quando você não faz questão alguma de mudar eles.

Por que não faz?

Essa era a pergunta que eu sempre me fazia.

E eu não tinha respostas. Era bom, era ruim?                                                Nem sempre era bom, e eu não queria enxergar.

No entanto, a certeza que eu tinha era que não havia um meio termo, e eu não podia me submeter àquele tipo de oscilação.

Só faltava a coragem.

Ela surgiu num momento que poderia sim ser igual aos outros. Na verdade, talvez fosse, porém eu estava diferente.

Por que está me afetando tanto, logo agora? Eu me perguntei várias e várias vezes depois do que aconteceu.

Quando se guarda tudo para si, se acumula coisas demais. E coisas demais não são tão agradáveis quando se está uma bagunça.

Oh céus, eu estava uma completa e total bagunça.

Ele me deixou da mesma forma de sempre, disse coisas que possuíam o mesmo significado de sempre: algo não estava certo e a culpa era minha.

Em alto e bom som, tudo aquilo de novo. Da forma mais descontrolada que ele jamais disse.

Eu engoli, mais uma vez.

Na manhã seguinte, era mais um dos nossos aniversários.

Eu sabia exatamente como ele iria se portar.

O jeito doce e delicado de quando nos conhecemos, como se absolutamente nada tivesse acontecido, como se não tentasse me matar aos poucos toda vez que algo não o agradava.

Fiz minhas malas, guardei tudo que era meu, disse exatamente tudo que senti aquele tempo. Em alto e bom tom, assim como ele fazia, a diferença era: eu estava calma. Calma pois parecia que tudo, toda aquela confusão e desordem, iria se ajeitar.

E talvez seja aqui eu me despeça das flores.

Até onde eu sei, infelizmente elas não podem fugir de tudo que as sufoca ou mata aos poucos.

Deixe as flores -Um conto, uma história, um poema.Onde histórias criam vida. Descubra agora