Alguns dias depois, Katsuki descia para a praia com um livro diferente em mãos. Ele nunca mais tinha visto Kirishima novamente, mas esse era um pensamento longínquo no fundo de sua mente, mais como um mero lembrete ao ver uma bola de vôlei ou uma comemoração ao conseguir ler sem ser interrompido.
Katsuki parou pelo quiosque de água de coco durante a pausa de sua leitura, entretanto notou que já estava passando da hora do almoço. Talvez devesse procurar um bom lugar para almoçar por ali.
Não que ele tivesse pedido, contudo Uraraka havia lhe enviado uma pequena lista de restaurantes e bares bem recomendados próximos à praia e ele lembrava de um que ficava bem próximo ao seu hotel e parecia ter um cardápio interessante. Decidido a finalmente tentar algo novo em seu sexto dia de férias na praia ele pegou seu celular, checou o local e o nome do restaurante e caminhou até lá, sentindo o sol escaldante queimar sua pele.
O lugar não era muito grande e para a felicidade de Katsuki não estava muito cheio. Ele se sentou numa mesa e pegou o cardápio que já estava lá, decidindo se as opções de comida e bebida valiam a pena ele falar com alguém.
Decidiu comer a especialidade da casa, um prato com peixe e camarão que parecia muito gostoso, se ele fosse honesto. Antes que levantasse a cabeça para fazer o pedido, ouviu uma voz ao seu lado:
— Então hoje precisa de companhia. — disse uma voz familiar num tom risonho.
Katsuki levantou o olhar do cardápio e lá estava, o idiota de cabelos vermelhos que não brilhavam como no sol, porém ainda se destacavam em meio a decoração amadeirada do local.
— Você é meu stalker, por acaso?
— Ah! — ele riu, como se só notasse agora que aquela era a conclusão mais óbvia naquele momento. — Eu trabalho aqui! — Ele mostrou o avental com o nome do lugar costurado no peito. — Desculpa se te incomodei antes, eu só achei você muito bonito e eu não sou bem o tipo tímido que fica crushando de longe, sabe? Eu te achei bonito e tentei falar com você, mas você não tem interesse, então tudo bem. Desculpa se foi desrespeitoso. — Ele falou, sincero.
Katsuki pela primeira vez viu nele um homem, não uma criança. Um jovem, claro, mas um homem que notou um erro e se desculpou. O tom e a expressão séria de quem era capaz de adquirir responsabilidades e lidar com elas. Foi quase como um lampejo de maturidade no rosto jovem antes que voltasse a ter aquele sorriso brincalhão e infantil.
— Iai, já decidiu seu pedido?
— Um especial da casa médio completo e uma água de 500 ml. — Bakugou disse, entregando o menu de volta ao garoto. Suspirou, decidindo ser sincero, já que ele também foi. — Eu só pensei que fosse muito velho pra você. Muita gente diz que eu pareço jovem, mas eu tenho 40 anos. — Bakugou falou, enfatizando sua idade.
Kirishima franziu o cenho.
— E?
— E que eu tenho idade pra ser seu pai.
— Seria um pai bem novo aos 21 anos. E você não é meu pai, é?
Bakugou suspirou. Ele não desistia?
Sabia que era bonito e as pessoas o diziam isso, contudo, nunca foi sua prioridade cuidar da aparência e um elogio a sua beleza não era bem o que massageava seu ego. Se ele parecia bonito e jovem, os créditos eram todos dos bons genes da família de sua mãe.
Não tinha herdado nada de seu pai, muito menos a gentileza e calma dele, infelizmente.
— Não sou. — Foi tudo o que Bakugou respondeu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Does your mother know?
FanfictionApós duas internações consecutivas por estresse e má alimentação, Katsuki Bakugou é obrigado por seu chefe a tirar férias. A contragosto, ele acaba decidindo passar duas semanas no litoral, longe de sua capital agitada, apenas para relaxar e tomar u...