only me. ✓

━━━━ [0.4] conquest plan

ANY GABRIELLY, point of view.
Los Angeles, CA

Tudo bem, uma nova imagem de melancolia pela manhã era tudo que eu menos precisava. E ainda bem que realmente não aconteceu, o céu estava demasiadamente azul, e o sol estava maravilhoso; o que não costuma acontecer com tanta frequência.

Fui em direção a entrada do colégio, mas dessa vez, quem estava de fone era eu, não meu irmão. Mas, sempre que alguém me vê de fone, tenta me chamar. Raramente conseguia terminar uma música sequer.

— Oi, Shiv, não precisa mais estalar os dedos na frente do meu rosto. — dei um sorriso para ela e nos abraçamos.

— Desculpa, não te vi ontem, quis falar com você hoje! — começamos a caminhar uma do lado da outra. — Então, tudo bem?

Como podia uma pessoa como a Shivani namorar alguém como Bailey?

— Tudo sim... — me lembrei de Noah. — Tenho que ir para a sala rápido. Mas e você, tudo bem?

— Sim! Aliás, o que você prefere, azul ou rosa? — paramos de caminhar.

— Ah, o que? — pensei um pouco mais. — Você quer pintar mechas do seu cabelo de novo? — ela assentiu rindo. — Eu não faço a menor ideia. Que tal roxo? Mistura os dois.

— Hum, uma boa ideia! Obrigada, Any! — ela deu beijo em minha bochecha. — Vou encontrar com seu irmão, até depois! — acenei para ela que foi na direção do outro pátio.

Coloquei meus fones de novo e fui em direção a sala, antes ajeitando minha mochila em meus ombros.

Cheguei na sala e senti um peso em cima das minhas costas, fazendo com que eu caísse, e a pessoa, também.

— Ai, desculpa, Anyzinha! — Yoon disse saindo de cima de mim. Para a minha sorte, ela era baixa, cooperou totalmente para a minha coluna.

— 'Tá bom. — me sentei no chão, limpando as mãos, e aproveitei para guardar o celular com o fone. — Mas qualquer coisa que tenha quebrado aqui, é você quem paga.

Ela deu uma risada. — Uhum. Ok. — levantei e a mesma estendeu a mão para puxá-la. — Obrigada. Então, bom dia! — me deu um abraço forte, daqueles que só Heyoon conseguia dar. — Esse era o objetivo, pular nas suas costas e te abraçar.

— Sei disso. Se queria me matar, seria mais fácil com uma faca, tem várias na cozinha daqui. — coloquei minha mochila na mesa.

— Any, Any, sempre irônica. — colocou a dela na fileira ao lado.

— É um dom natural. — ela deu uma revirada de olhos e uma risada.

Natural, e genético. Com certeza.

— Bom dia, meninas! — Linsey apareceu e sentou na minha frente.

— Bom dia! — falamos enquanto ela colocava o celular no bolso. — Ah, viu algum dos, outros? — Yoon olhou para a porta.

— Ah, eu vi... — ela começou a contar nos dedos. — Assim não vai dar. Vi Josh, Harvey, Noah e Diarra. Sabina e Sina não.

— Acho que sei o porquê. — elas me olharam e apontei para a porta.

— Oi meninas! — Sina largou a mochila na cadeira e veio até nós. Sabina se sentava ao meu lado, então, ela só deixou a mochila no chão e sentou mesmo.

— Mais um pouco e sai um ótimo tutorial de maquiagem. — dei um sorrisinho e Yoon e Lins caíram na gargalhada. — Brincadeiras à parte, bom dia!

— Está se saindo bem em fingir que realmente não está mal-humorada por dentro. — a "novata" disse.

— Alguém notou, que ótimo! — fiz um hi-five com ela.

Passamos um tempo conversando, as aulas começaram, e o intervalo chegou. Noah havia me avisado que conversaríamos no intervalo. Aceitei.

Fui até ele, parecia meio... tenso? Nunca havia visto o Noah assim.

Somos amigos, porém já fomos um pouco mais antes. Na verdade, ele é amigo de muitas garotas, e não anda com nenhuma delas; parece se limitar a Josh, Harvey e Lamar.

— Hey, Noah, o que aconteceu? — fiquei perto dele esperando a resposta.

Era engraçado ficar perto dele, pois eu era alta, e ele mais ainda, não muito, mas, ainda assim era.

— Oi, Any. — dei um sorriso tentando acalmá-lo, e parece que funcionou. Deveria tentar sorrir mais. — Bem, eu... — engoliu em seco. — estou gostando de uma garota, então, queria que você me ajudasse com isso.

Pensei em uma frase irônica muito boa, mas engoli bem fundo.

— Quer conquistar uma garota? — ele assentiu. — Me lembra de quatro anos atrás. — dei uma risada e ele acabou dando também. — Tudo bem, eu aceito.

— Mesmo? — confirmei com a cabeça.

— Espera. Por que acha que eu não aceitaria? — o encarei.

— Ah, bem, porque você... — ele fingiu uma tosse. — Você e Josh...

— Já entendi. — o cortei e ele deu um sorriso meio constragido. — Isso não tem nada haver com "outras pessoas", mesmo que essa pessoa seja você. — a aquela altura, quem estava constrangida, era eu. — Mas, não me importo de te ajudar. De verdade. — ele me deu um abraço e deixei uma risada escapar.

No fundo, eu estava impressionada. Noah também não era de abraços.
Nem eu era, mas dependia mais de quem.

— Depois lhe ajudo com seu "plano de conquista". Vem, vamos voltar para perto do pessoal. — fomos em direção a eles, que começaram a nos lançar olhares maliciosos. — Nada aconteceu, e sem qualquer piadinha, por favor.

— Credo, o que acha que iríamos falar? —  Sabi perguntou.

— Não sei, já viu a quantidade de piadinhas sexuais que vocês já fizeram? — eles pararam para pensar.

Oh, pelo menos uma vez na vida decidiram usar o cérebro. Tão emocionante.

— Viram? Pois é, vocês são máquinas de piadas de cunho sexual, e de falar baboseiras. Mas você não, Lins. — ela deu algumas risadas e eu a acompanhei.

— Ok, então... O que estavam fazendo que precisaram sair da mesa? — Di perguntou apoiando o cotovelo na mesa.

— Nada demais, apenas conversando. — peguei o meu celular e comecei a mexer nele.

— Se era nada demais, por que precisaram sair da mesa? — Yoon me lançou um sorrisinho.

Nestas ocasiões, ela adorava me fazer perguntas deste tipo. Uma ótima amiga.

— Porque se era nada demais, por que ficaríamos aqui? Apenas para desperdiçar o dom de vocês da audição? Seria tão ruim da nossa parte. — apertei um pouco as bochechas dela, igual ela fazia comigo.

— Você venceu, de novo. — ela voltou a comer seu biscoito.

— Eu sei. O sabor da minha vitória é tão bom quanto o sol da Califórnia. — voltei a olhar para o meu celular.

— Nossa, poeta. — Harvey disse ironizando.

Troquei um olhar com Noah, como um "de nada", e ele me lançou o dele agradecendo. Sabia que ele não gostaria de falar o real motivo, então falei qualquer coisa para despistá-los, e funcionou no final. Eles não tocaram mais no assunto.