━━━━ [2.3] complicated

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JOSH BEAUCHAMP, point of view

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JOSH BEAUCHAMP, point of view.
Los Angeles, CA.

— Até depois, Any. — dei um beijo na bochecha dela e as vi começando a ficarem vermelhas; e cada um de nós foi para um lado.

Ou, isso foi o que a fiz pensar.

Quando cheguei em uma parte que ela não conseguia me ver, voltei atrás e consegui enxergá-la entrando em um lugar grande. Era um estúdio de dança.
Eu disse para Noah e Lamar que havia alguma coisa errada, mas nunca pensei que pudesse ser algo desse tipo.

Quando entrei, ela já estava indo em uma outra direção, continuei a seguí-la. Any parecia mais agitada que o normal; e se ela estava assim a dias, nenhum de nós percebeu.

Algumas pessoas já estavam no vidro da sala que ela entrou, então, não havia risco de me verem; estava conversando com um cara, ele poderia ser o coreógrafo do local. Um pessoal, que parecia ter mais ou menos minha idade, começou a entrar e eles fizeram um toque, e ele tirou o braço dos ombros dela, perguntando se todos estavam prontos, e eles gritaram que sim. As pessoas do lado de fora bateram palmas, então, bati também para não desconfiarem que eu estava ali apenas para observar Any.

Eles começaram a ensaiar Adore You, e, para minha surpresa, ela parecia estar a frente de todos ali, juntamente com o coreógrafo que eu disse antes. Any tinha muito talento para a dança, e consegui ver isso em dois minutos, entendo porque ela está a frente de tudo com esse cara. Não sabia que tinha esse hobbie, Any nunca contou a ninguém sobre, ou talvez tivesse contado, e a pessoal guardou segredo.

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Os passos de dança me deixaram hipnotizados por ela. Durante o tempo todo, não conseguia parar de olhá-la, e tenho certeza de que abri minha boca várias vezes por estar impressionado. Quando acabou, todos bateram palma novamente, e Any se virou para o restante do pessoal dentro do lugar e bateu palma para eles.

Depois que as pessoas começaram a sair, procurei o banheiro para me esconder, pois deu para ouvir que ela iria para outro lugar dali.

Fiquei uns vinte minutos lá dentro, e quando saí, vi Any passar correndo por mim, e decidi seguir mais uma vez a garota; ela não parecia tão bem quanto antes, parecia nervosa de novo.

Eu consegui entrar e ficar no estúdio. Após a porta, ainda havia uma pequena parede, que, dando a volta nela, daria para ver o estúdio, o espelho enorme na parede, e Any. Ouvi ela deixando a mochila perto da parede em que eu estava escondido, o que me fez engolir em seco. Mas consegui escutar ela se sentando um pouco mais afastada de mim, o que me fez dar um suspiro quase sem barulho.

— Que droga. — ela resmungou e pude a ouvi com a respiração falhada.

Any estava chorando.

Queria poder ir até ela e perguntar o que houve ou o que aquele cara havia lhe falado. Aquilo estava me deixando com uma sensação horrível. Eu queria poder ajudá-la, mas se aparecesse agora, ela iria me matar, e eu poderia piorar tudo. Fiquei quieto, pensando em alguma forma de ajudá-la, mas eu não conseguia.

— Por que sou tão complicada? Por que eu não aceito de uma vez? — um barulho de uma batida no chão ecoou na sala. — Seria tão mais fácil ouvir isso alguns meses atrás.

Escutei ela se levantando e abri a porta rapidamente, mas sem fazer barulho, e corri para fora do lugar, com receio de que Any me visse.

Quando eu já estava longe o suficiente dali, me sentei em um banco e respirei fundo várias vezes, por conta da corrida. Peguei meu celular e liguei para Noah e Lamar.

— Você está nos ligando? O que você fez de errado? — o terceiro perguntou, me fazendo revirar os olhos.

— Nada, Morris, óbvio que nada.

— Está querendo nos dizer que ligou porque queria conversar? — Noah soou duvidoso. — Fala logo o que fez, Josh.

— Não foi nada de errado. — eles fizeram alguns barulhos. — Bem, eu encontrei com Any a algumas horas, e, lembram daquele dia que ela estava estranha? Hoje ela estava igual. — dei uma pausa breve. — Então, eu decidi segui-la para saber o porquê disso...

— Você o quê?! — Lamar perguntou em um tom de voz mais alto. — Você quer morrer?

— Josh, se a Any descobre, ela não vai te perdoar. — Noah respondeu. — Não aprendeu nada ainda?

— Esperem. — quase gritei na ligação. — Deixa eu explicar o que eu vi. — eles respiraram fundo me esperando continuar. — Ela tinha que tomar uma decisão importante, eu só não sei do quê. E disse que seria mais fácil ouvir isso meses atrás.

— Você segue ela e ao menos consegue saber o que de importante tinha que resolver? — o tom de voz de Urrea era de indignação.

— Você é o pior espião do mundo. Se Any algum dia te matar ou parar de falar com você eu vou dar total razão para ela.

Eu entendia essa proteção de Lamar com Any. Eles já foram melhores amigos e se apoiaram em tudo, mas, ele se afastou de nós quando saiu do colégio, e mais ainda dela. Mas ele são amigos.

— Obrigado aos dois pelo apoio. — falei me levantando e indo em direção a minha casa. — Eu vou descobrir mais coisas, agora, isso é um segredo. Vocês não podem falar com ninguém disso, estão me ouvindo? — eles confirmaram. — Ótimo, então, essa conversa acaba aqui, e só voltaremos a falar disso se descobrirmos mais alguma coisa.

— Calma, descobrirmos? Josh, eu não quero espioná-la. — o moreno protestou.

— Guardar segredo. Só faça isso, Noah. — suspirei fundo, olhando para frente. — Essa conversa acaba aqui. Até amanhã para os dois. — desliguei o celular e atravessei a rua.

A ideia de observar Any era boa e idiota ao mesmo tempo. Eu não podia colocar nada em jogo, e eu não podia contar com mais ninguém além de Lamar e Noah. Mas, saber que eu poderia conhecer ela melhor, e até mesmo a ajudar com seus problemas, me dava certo incentivo para continuar.

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