Vira-Tempo

Capítulo 03 - Vira Tempo

Preparados finalmente para verem o draquinho?
Espero que gostem demais desse capítulo!
p.s: partes em itálico e entre aspas são do diário do Draco, com exceção desse começo, é um sonho! 

.X.

Seu corpo em chamas foi embebido em águas curadoras e de poder calmante, sentindo o alívio da dor passar, dando lugar a um vazio de sensações.

Ele sabia que a sensação não era somente de cunho físico, mas muito mais emocional e psicológico. Sua conversa com o antigo e falecido diretor havia sido tão profunda, esclarecedora em tantos sentidos que ele sentia, mesmo sem saber exatamente, que caminho deveria seguir.

O clarão da estação foi esvaindo-se para uma escuridão conforme o trem de Dumbledore tomava uma partida silenciosa e progressiva de velocidade.

Mas o silêncio carregado de paz e sucesso, tão logo deu lugar a altos, nervosos e perturbados gritos, Carregados de mágoa, de coragem e revolta.

Mesmo se sentisse sua pele como queimada, também sentia a familiar sensação de ser acolhido por algo grande e quente, familiar.

Achou estar com os olhos abertos, até que esses captaram uma atmosfera totalmente diferente da vivida com o querido diretor. O céu cinza e tempestuoso carregavam as lágrimas de seus fiéis seguidores. Ainda era difícil se acostumar com a luz que invadia seus olhos humanos, reais novamente.

Ele estava vivo. Acolhido num abraço mucho de tristeza de Hagrid.

Ninguém esperou ou sequer notou o que acontecia naqueles segundos que separavam um evento de outro.

Parecia a prova de sua vontade de viver, de lutar. Mesmo que ele sentisse que carregava mais a vontade do povo que de um homem.

Ele não teve tempo de ter calma, de se recuperar. Seu corpo foi impulsionado para frente, quando as mãos grande já não mais o seguraram, quando seus braços sofreram as consequências da queda para que seu rosto não fosse o maior sofredor.

Todos olharam para o garoto-que-sobreviveu-mais-uma-vez, que estava ao chão, respirando.

E então mais nenhum grito foi ouvido quando a cabeça do menino se ergueu e o seu olhar se conectou com o daquele que não deve ser nomeado.

Todos pararam, sem reações. Nada de comemorações ou protestos pelos segundos que se decorreram. Apenas expressões confusas e assustadas.

Harry estava vivo, e novamente Voldemort não havia sido capaz de matá-lo. A confiança em Potter estava restabelecida, e os seguidores perderam a fé em seu Lord.

Lucius bem sabia qual seria o seu destino naquele momento e ele se encontrava o mais longe dali. Ele precisava ir embora, se distanciar e sumir, pelo bem de si e de sua família. Seu lorde não tinha mais poder, ele não iria conseguir. O menino era forte.

O aperto na mão de Narcisa foi forte, puxando-a com rapidez na direção em que outros comensais também abandonavam aos montes.

A mulher, por sua vez, procurou o tecido da roupa escura de seu filho amado, para que ele não se perdesse no caminho.

Mas Draco Malfoy a muito havia se perdido e talvez naquele exato segundo entre uma hesitação e uma certeza, ele tenha se encontrado.

Se moveu para longe dos dedos finos e maltratados de sua mão. Correu em direção de Potter como se sua vida dependesse naqueles segundos. Talvez dependessem.