Entre aventuras e amores/ O seu ser

Molhados e secos

Pensamentos um, Jeff
Fazem três dias que Wallace não aparece aqui, não dá notícias, não faz nada, desde aquele dia, e sei que foi errado beija-ló, sem ao menos perguntar se ele queria, ou concordaria, erro meu, erro meu, erro meu.Desde aquele dia, às coisas foram estranhas pra mim, ansiedade, insônia, ataques de pânico, tudo um mistura, queria que as histórias de vidas fossem iguais as das séries, onde tudo se resolve, onde tudo acontece, onde tudo parece fácil de se resolver, mas, passando pela vida real, vê-mos que não é assim, e está muito longe de ser, de levar um vida onde tudo é mais fácil, mais compreensível, enfim...
Pensamentos dois, Wallace
São duas da madrugada, deitado no chão, sem pensar, sem ao menos respirar, sem qualquer merda que me mantenha focado no mundo ao meu redor, não vou fugir do problema pra sempre, e por mais que eu queira só fazer com que isso desapareça, não será possível, não é assim que funciona, nem um pouco igual filmes e séries, mas, acho que devo perdoa-ló, todo mundo erra, todo mundo tem seus motivos, e será que ele gosta de mim, por isso fez aquilo?!, como vou saber, se ficar aqui deitado por dias, até que essas férias acabem e eu retorne pra minha vida chata?!, bom, devo ir lá, e sim, sei que já são duas da manhã, mas, provavelmente ele está acordado...
-Jeff, está aí, alguém em casa?!?, grita Wallace enfrente à porta;
-E aí, cara, precisamos conversar, desculpa mesmo, diz Jeff, abaixando à cabeça;
Ele fica me encarando por minutos, minutos e minutos, sem saber o que se passava em sua cabeça, só queria acabar com essa merda, e ser o que tem que ser, sem problemas se ele não quiser mais ser meu amigo, eu mere..., puxa minha cabeça e me dá um beijo, sinto seus lábios macios se contraindo, seu gosto peculiar, mas, me mantenha imóvel, sem saber o que está passando ali, continuo e puxo ele pela camisa, o trazendo pra dentro de casa, não consigo parar de pensar naquele vez, em que quase nos beijamos, quando éramos crianças, era o que eu queria, e hoje, realizo com sucesso, sem precisar de medo ou preocupação...
-O que você está fazendo!?, pergunto encima dele;
-Vivendo o agora, não me limitando, hummm, deixa eu ver, fazendo o que deveria ter feito, só estou vivendo, apenas, responde ele todo sorridente;
-Ué, mas?!?, fico espantado;
-"Mas" nada, sem mas, sem mais, sem qualquer merda que coloque limite no " a gente", responde cortando minha fala;
-Então, tá!, um sorriso bobo saí e retribuo o beijo;
-Calma, calma, vamos aqui, em um lugar especial, me puxando pelo braço, rindo atoa;
Só corremos pela estrada, entramos em uma passagem não muito claro, mas, parece levar à um rio, o que costumávamos vir quando éramos pequenos, lembro, e Wallace, já estava sentado em um pedra que estava na beira do rio.
-Sim, chegamos, qual programação, pergunto abraçando-o;
-Sabe, nunca fiquei com um cara, e mais, isso é uma aventura muito louca, diz ele rindo e olhando para o rio;
-Sei, entendo, e me desculpa por aquela noite, não pedi sua permissão, não te respeitei, só pensei que seria bom, digo abaixando a cabeça;
-Calma, eu também queria, só não sabia, não se desculpe, eu dei espaço, e por mim, esse espaço está aberto até quando quiser, rebate olhando pra minha cara e sorrindo;
-Obrigado, por sempre ser meu melhor amigo, e meu qualquer coisa que isso seja, rindo digo à ele;
-Vamos tomar banho de rio?!, pergunta ele tirando as roupas;
-Quê?!, você está louco, deve está gelado pra caralho, e sim, sem loucuras à mais, respondo ignorando à ideia dele;
-Tá, me espera, então, um pouco., responde ele andando em direção ao rio;
Por alguns minutos eles ficou no rio, como uma sereia, estava frio, as árvores balançando, o vento soprano, um noite tão linda, e lá estava ele retornando;
-Olha, agora está com frio, seu doente, digo cruzando os braços;
-Ah, estava uma delícia, mas, agora estou com muito frio, me ajuda à me secar, por favor, pede ele com cara de gato pós banho;
Está frio, deixa eu te secar, vem cá, não achei que faria isso, coragem, digo reclamando;
-O que eu não faria pra te ver sorrir, responde ele mordendo os lábios;
Passando à camisa por toda extensão de seu corpo, noto seus músculos, sua pele, seus pelos, tudo perfeitamente colocado, e continuo secando ele, e chega na parte da frente, ele se vira lentamente, não é o primeiro homem à ficar pelado pra mim, enfim, passo o pano no seu rosto, ele está de olhos fechado, um ser tão lindo, tão lindo, perfeitamente criado pelos deuses, uma obra magnífica, seus braços acabam deslizando até minha cintura, um ar novo se forma ali, uma nova atmosfera, estou tão feliz que o sentimento está me tomando, tão feliz que poderia morrer.Passando por seu rosto, resolvo beijar ele, encosto lentamente seu nariz no meu, sua mão na minha, seus lábios encontram o meu de uma forma gostosa, como um caminhão batendo contra uma parede brutalmente, meu coração acelera, minha barriga gela, de felicidade, ele já está seco o suficiente para voltarmos para casa...
No caminho de casa, andando, lentamente por todo uma estrada sem ninguém, só as árvores balançando, as folhas caindo, um ar tão limpo, chutando terra, andando sobre as pedras na estrada, sons de bicicletas vindo em nossa direção, não tento olhar pra trás, nem quero saber quem é ou são, está vindo em nossa direção, deve ser os ciclistas, já estava claro, devia ser umas cinco da manhã...
-Olha lá, bom dia, moças, as damas precisam de uma carona, ou um acompanhante?!, pergunta o ciclista que encostava na gente;
Wallace fecha o punho, dou um tapa no seu ombro, não queria um conflito essa hora da manhã, sem condições.
-Não somos moças, e muito menos indefesos, mete o pé, rebato;
-Nervosinha?!, pergunta debochando o outro ciclista;
-Chega!, grita Wallace avançando pra cima dos ciclistas;
Ele dá uma voadora em um e o ciclista cai no chão, no mesmo momento, ele pega sua bicicleta e arremessa no outro ciclista que cai em seguida, ele soca, chuta, e dá um surra nos ciclistas, nunca vi ele tão bravo assim, não desse jeito.Continuamos andando, e sem se falar, todo o caminho final, e isso permeou até minha casa...
-Eii, olha pra mim, você está bem?, pergunto para na frente dele;
-Estou, estou, só de saco cheio daqueles caras, responde suspirando;
-Normal, já passei por isso, às vezes ainda passo, mas, tudo bem, só não ligar, digo coçando sua nuca;
-É que, sei lá, não sei, só fiz no impulso, diz ele de cabisbaixo;
-Calma, vamos entrar, tomar banho, e deitar, rebato puxando ele pela camisa;
-Tá, mas, só se eu ganhar comida, diz ele sorrindo;
Aproveitando minhas férias de uma forma tão incrível, tão boa, que me pausava nessa vida, do lado do meu melhor amigo, do homem mais lindo desse mundo, ele nem faz ideia da bagunça que ele faz.
-Sabe, nunca vi você tão bravo assim, digo apreciando aquele ser tão lindo;
-Ah, costumo ser passivo-agressivo, então, só não me tira do sério, só isso, responde ele deitado na cama;
-Nossa, enfim, amanhã, né?!, pergunto entristecido;
-É, tenho que voltar pro trabalho, e, aquele tédio todo!, responde;
-Você poderia vir morar comigo, sei lá, se virar, de algum modo, não quero ter que te ver à cada dez anos, solto sem medo;
-Bom, poderia, mas, não posso, tenho um vida lá, não poderia jogar tudo pro ar sem planejar, entende!?, pergunta ele sentando do meu lado;
-Sei, sei, entendo, mas, depois, quem sabe, você e eu, só não me deixa, digo com os olhos lacrimejando;
-Calma, vai dar tudo certo, e dessa vez, não vamos parar de manter contato, certo?, pergunta ele olhando pra mim e sorrindo;
-Certo, não vamos nos deixar dessa vez!, ordeno beijando ele;
Ele me puxa pra cama, toda vez que beijo sua boca, é como se fosse à primeira vez, uma vez melhor que outra, uma explosão de calor, até que nossas roupas já estão jogadas no chão.O nível da intimidade maior alcançado, nisso, ele já estava passando à língua por todo o meu corpo, como se estivesse descobrindo os limites, me tremo de tesão, que linha áspera e poderosa, até, encontrar minhas partes baixas, gemidos não são evitáveis, uns mais altos que outros, não consigo pensar em outra coisa à não ser dele dentro de mim, pensamento realizado, entrando e saindo, suando e gemendo, caretas e caras, emoção e tesão, todo em perfeita harmonia, não tinha noção do quanto ele era bom, seu suor visível e escorremdo por seu corpo belo, e suas expressões faciais; chegar o orgasmo juntos, um feito memorável e difícil, ele foi capaz, e o único, um sexo completo de prazer e satisfação, estava realizado ao lado dele, mas, a imagem dele indo, me bateu como um lutador, estava-o perdendo de novo...
...
-Se cuida, e boa viagem, digo chorando;
-Tá, te mando mensagem quando chegar lá, Jeff, responde ele;
-Sério, não esquece, por favor, seu amigo te ama muito, seu babaca, digo dando dedo pra ele;
-Ha ha, também te amo, seu canalha, até mais, ah, e vou manter contato; retruca ele sorrindo;
Aceno e vejo ele partindo, bom, não se vamos nos reencontrar de novo, ou sei lá o quê, mas, foram aventuras, amores, e muitas coisas, espero que ele não suma, muito menos morra antes de se vermos novamente...

"Olha, olha, olha, quem apareceu, e trouxe visitas"
Continua...