Histórias de um observador

O último

O som dos ventos batendo calmante contra as folhas era a única coisa que se ouvia, não havia o som de nenhum animal, apenas os das folhas, era 13:30 e o Sol começava mas não fazia diferença, pois o Sol só era visível em eventuais clareiras que costumavam ter um mato alto que batia na altura do ombro:
- já faz 5 horas...
- já faz 5 horas?
-Sim... faz 5 horas desde que eu os não os vejo
-Por isso que está vagando por essa floresta? Para encontrá-los?
- Não, eles já estão mortos
- Então por que vaga por aqui?
- Tem outros
- Outros?
- Sim, temos um ponto de encontro e eu estou indo para lá
- Não pode ir voando como veio até aqui?
- Não posso mais
- Porque?
- Pois o objeto em que eu vim caiu e matou eles
- Seus amigos?
- Sim...
- O que faziam aqui?
- Cumpríamos ordens
- Ordens?
- Sim... libertar esse lugar
- Libertar? De quem
- Deles quem?
- Os meus inimigos
- Inimigos? O que eles fizeram?
- Não sei
- ... não sabe?
- Não
- O que você sabe então?
- Eu sei que na verdade eu estou sozinho...
- ...sozinho?
- Sim... não há mais ninguém aqui
- E eu?
- Você não existe
- Bom... independentemente se eu eu existo ou não eu quero que você saiba de algo...
- O que seria?
- O tempo voa na floresta... mas a sua cabeça sempre volta para esse momento específico... sempre 5 horas depois de ter falhado como capitão
- já faz 5 horas?
- Sim... já faz 5 horas desde de que não os vejo...